O general AEGIDIUS e sua genealogia
O general AEGIDIUS e sua genealogia
Introdução
O objetivo deste ensaio será aprofundar
a genealogia do conhecido general AEGIDIUS - AEgidius Afranius Syagrious nascido na Gália cerca 390/393 d.C -
falecido 464/ 465 - personagem histórica relevante.
Pretendemos aprofundar a
genealogia deste conhecido general
AEGIDIUS – já muito bem estudado por fontes históricas e modernas, tido como
galo–romano- para que tenhamos melhor
compreensão de ações e posições políticas tomadas por ele ao fim da vida,
atitudes aparentemente ambivalentes para as responsabilidades de um romano.
Para esta tarefa teremos que voltar à antiguidade
para melhor entender a origem de sua família AEgidius/Syagrius.
Tulcea
era cidade no norte de Dobruja na atual Romênia e segundo fontes locais
baseadas no historiador grego Diodoro fora fundada no século VIII a. C. sob o nome de Egisso (Aegyssos ou Aegyssus).
Ovídio, em sua obra ‘’Ex Ponto’’ também informa que
o antigo nome desta cidade teria tido origem no próprio nome de seu fundador - um
dácio chamado Cárpio Egisso (Carpyus
Aegyssus) (1).
Os
povos dácios habitaram o norte do
baixo Danúbio, região dos Cárpatos e da Transilvânia, sendo o primeiro povo a
ser mencionado na história da Romênia.
No
século I da era cristã, o núcleo da cidade de Egisso é, entretanto, conquistado
pelos romanos que aí estabeleceram
uma base militar com muralhas e torres de grandes dimensões para que sua frota pudesse
melhor defender a área - ruínas ainda hoje existentes.
E por volta de 260 depois de Cristo os gépidas teriam participado da
invasão da Dácia com os godos, em
cujo espaço se estabeleceram até o sec. VIII d.C. Como refere Jordanes os gépidas eram uma continuação dos povos
“getae” ou getas. Eles da mesma origem goda
ou gauta.
Pretendemos
sugerir que dinastia agilofing na
verdade teria sido formada na antiguidade a partir destes líderes godos e gedas localizados muito próximo de dácios e trácios (2).
E com
a denominação de Aegidius (Aegyssus) membros de prestígio da família, miscigenados
aos sírios Syagryus penetraram por
casamento as cortes romanas no sec. III da era cristã - notando-se que desde o
inicio da era cristã os sírios já
estariam também sobre o domínio romano (3).
Adiantamos sobre o General Aegidius:
Nascido na Gália c. 390 d.C, pouco antes das
famosas invasões “bárbaras” de 406,
o general AEgidius ou Egídio era de
uma geração anterior a de Agiulfo I,
nascido talvez na Turquia em 470, tido
até agora como capostípide agilofing
no centro europeu (4).
A ascendência
paterna do general Aegidius, os Aegidius/Syagriius eram provenientes da Romênia
e da Síria - família da qual fez parte em geração posterior sua sobrinha, a
patrícia Deoteria, filha de Tonnence II de Ferreol, entre 533-540, ela mulher do rei merovíngio Theodbert - também tida como galo-romana, da família “flaviana” Ferreol (5).
Este famoso
general de nome latino – Aegidius - teria
alcançado o título romano de “mestre de soldados da Gália” (general), chegando
a atuar pelos romanos na cidade de Lyon
no ano 448, contra invasores tidos
como “bárbaros’ – os borgúndios. Em meados do século V os borgúndios recém chegados à Galia e estabelecidos na cidade em
Worms, enfrentavam conflitos pela manutenção de territórios contra a
aproximação dos hunos (6).
Mais tarde, porém, com a decadência e
conseqüente omissão romana, o general Aegidius teria dominado
e criado um reino seu, próprio. Em seu próprio nome dominara vasta região de Soisson
na Galia romana entre 461– 464 / 465
– aí estabelecendo o seu chamado “Reino de Soisson”- reino que teria destinado
a ter continuidade em sua dinastia por seu filho Syagrius. O jovem Syagrius,
entretanto, logo depois derrotado pelos francos na Batalha de Soissons
em 468.
Desenvolvimento
Aegidius Afranius Syagrious ou Aegideus Afranius Syagrious Des Reiches von
Soissons (do “Reino de Sissons”) – o título com que genealogicamente é conhecido, nascido
cerca 390 ou 393 - falecido 464 ou 465,
havia começado sua carreira militar servindo sob o comando do Imperador romano Majoriano.
Sua família Aegidius/Siagrii já
então unida aos galo-romanos “flavianos” da região de Lyon (7). Sua provável tia, irmã de seu pai, Aelia Flavia Flaccilla Augusta penetrara a corte imperial
como esposa do imperador Teodósio,
o Grande (347 - 395); e sua
irmã Syangria Clarissima de Rome (nascida de Lyon) tornara-se mãe de Tonantius
Ferreolus, o prefeito pretoriano da Galia a partir de 451.
Pelas
fontes genealógicas modernas MyHeritage e Geni, o General Aegidius é indicado como filho do importante Flavius
Afranius Syagrious ou Afranius
Algidius Syagrus de Lyon e da Galácia, Aegidius
(c. 345 – c. 399). Pela fonte My Heritage seu pai nos é apresentado
como
Governador
dos Gauleses, Rei dos
Francos. Pela fonte Geni bem balizada historicamente seu pai é
apresentado pelas várias funções romanas que ocupou no Império - Notarius (369), Magister Memoriae (379), Proconsul
da Africa (379-380), Praefectus da cidade de Roma (381), Praetorian Prefeito da
Italia (380-382), Consul de Roma (382), Senator gallo-Romano, Poeta
Gallo-Romano.
Lembramos
que a província romana da Galácia na Anatólia central, onde seu pai Flavio
Algidius serviu inicialmente, abrangia a região de Ancara e Çorum, na província
de Yozgat da moderna Turquia. Região que fora chamada de "Gália do Oriente”,
seus habitantes denominados pelos escritores romanos de galos (em latim:
galli, lit. "gaulês" ou "celta").
Flavius Afranius ou Afranius Algidius
Syagrus, ao fim da vida chegou a cônsul em 382, e mesmo senador. Teria sido casado com Ausone Syagrius (nascida
van Bourgondië), que temos como filha do famoso poeta Ausonius (310-395)
– ela a mãe de Aegidius? – O poeta Ausonius líder da famosa escola literária de
Bordeaux seu incentivador literário. Flavius e Ausone teriam tido também uma
filha: Syangria Clarissima van Rome (c. 390 nascida van Lyon), mãe de Tonantius
Ferreolus I - Tonantius Ferreolus (f. 475), prefeito pretoriano da Gália - “praefectus praetorio Galliarum” desde 451 (8) que temos como avô de Deotéria. Flavius tinha ainda um colateral de mesma idade (primo
?) da linha Placidius, Flavius Placidius
Syragius Afranius (345-382) (9).
Certamente
o pai de AEgidius (10) conviveu com o cunhado, o imperador Teodósio, O Grande (11).
Aprofundando
nossa pesquisa, notamos que esta importante família Aegidius/Siagri já muito influente na cortes romanas teria
sido formada pelo menos no século III por Afrianus III Hannibaliens da Galácia, nascido na Romênia em 10 de
outubro de 275, casado com Siagra
de Siagrus, da Síria, com 2 filhos – um deles Flavis Africans (ou Afrianio?)
e o outro Aegidius Hannibaliens.
Os da “stirp” afranius eram de uma linhagem ainda mais antiga proveniente de Lucius
Afranius (f. 46 a.C.), político da gente Afrânia da República Romana,
eleito cônsul em 60 a.C. Já a origem do nome Hannibalianus ainda não muito
bem explicada, e que adiante vamos tentar esclarecer (Ver comentário a seguir no
texto).
Observamos
que o brasão de armas da Romênia, região de onde provém este acima Afrianus
Hannibalianus levou o símbolo característico agilofing do golfinho, peixe comum no estreito de Bósforo. Na base do brasão, simbolizando Dobruja, região onde foi fundado o núcleo original de
Egisso (Aegyssos ou Aegyssus) dois golfinhos dourados aparecem em fundo azul (fonte «Brasão de armas do Presidente romeno»).
Pela análise cuidadosa em duas ou três
fonte genealógicas na mídia eletrônica, ainda fontes históricas analisadas, apresentamos
a lista completa de ascendentes do general AEGIDIUS (nascido cerca 390 ou 393 - falecido 464 ou 465):
Pai - Flavius Afranius Syagrius ou Afranius Algidius/Syagrus nascido em 335, filho de Aegidius Hannibalianus (nascido em 300) e de Syagra Hannibalianus (nascida
van Syrië)
(da Siria) Flavius teria também uma irmã:
Aelia Flavia Flaccilla Augusta, que
foi esposa de Teodósio, o Grande (tida equivocadamente como esposa de Teodorico,
o Grande). Flavius casou-se com Ausone
Syagrius [provavelmente filha do poeta] (nascida van Bourgondië). Eles
tiveram além de Aegidius uma filha: Syangria Clarissima van Rome (nascida
van Lyon), mãe de Tonantius Ferreolus, que foi prefeito da Galia. Flavius
faleceu em 395, aos 60 anos.
A fonte Geny já baseada
em textos de historiadores o apresenta e resume sua vida publica como: Notarius (em 369), Magister Memoriae (379), Proconsul
of Africa (379-380), Praefectus Urbis
Romae (381), Praetorian Prefect of
Italy (380-382), Consul of Rome
(382), Gallo-Roman Senator, Poet,
Gallo-Roman”. OBS.:Sua irmã, tia
do General AEgidius - Aelia Flavia Flaccilla Augusta foi casada com o Imperador Teodósio, o Grande,
que subira ao poder após o fracasso dos romanos na batalha de Andrenápolis
contra os godos - mãe dos futuros imperadores - Arcádio,
imperador do Oriente entre 395-408, e Honório (imperador do Ocidente entre
393-423
Avô - Aegidius Hannibalianus, nascido por volta de 300-364 - filho de Afranius III
[sec.III?] Afrianus Hannibalianus van Galatië (da Galácia), nascido 10
de outubro de 275 na Galatië (Galacia), Roemenië (Romenia), de Roma. Aegidius casou-se com Syagra
Hannibalianus (nascida van Syrië)
(da Siria) Eles tiveram um filho: Flavius Afranius Syagrious (ou
Sigrarii) acima, pai do geneal Aegidius e uma filha Aelia Flavia Flaccilla.
Obs.: Seria este segundo Aegidius Hanibaniano o mítico Agiulf dos Godos, referido
genealogicamente em datas próximas, nascido em 290, falecido em 350? Não creio, as datas não batem exatamente e a
esposa também não - no caso godo casado com a mítica Frilla Habba. Sabemos
que um acordo entre godos e romanos
teria sido estabelecido no fim do sec. III d.C., à época do Imperador Aureliano
(270—275). Godos tervíngios entrado
em acordo com os romanos, pelo qual os romanos lhes cediam a província da Dácia (oeste da atual Romênia) em troca
da paz. Foram eles convertidos em federados do império por Constantino I, o
Grande (272–337) - que os encarregou da defesa do limes danubiano em troca
de grandes somas de dinheiro.
Bisavô - Afrianus (III?) Hannibaliens da Galácia,
nascido na Romenia [de Roma] em 10 de
outubro de 275, casado Siagra de
Siagrus, da Siria – com um filho
Flavis Africans (ou Afrânius) (ou
AFICANUS) e também pai de AEgidius
Hannibalianus, acima,nascido c.300. Afrianus
da Galácia, constatamos, pode ter sido casado a primeira vez com Eutrópia da Síria (Sagrii?), ela depois
de um divórcio [283 ou 287/288?] casada com o Imperador Maximiniano. Afrianus tornara-se,
portanto, figura de relevo no Império - general, administrador e senador romano
– “Afrianus em 286 liderou exércitos imperiais à vitória sobre os povos
germânicos ao longo do Reno no mesmo ano” (12). Afrianus
ainda vivo em 298, quando foi prefeito urbano de Roma. Ele se manteve na função
até talvez 292, quando foi nomeado cônsul O filho de Afrianus, AEgídius
Hannibalianus citado acima, nascido por volta de n. 300 (- f. 364), bem
depois, do divórcio de seu pai.
OBS.1: Entretanto, há
alguma dúvida sobre se Flávia Maximiana
Teodora, filha adotada do Imperador Maximiniano e que se casou com
Constâncio Cloro [pai com Helena de Constantino I] seria filha de Eutrópia deste casamento anterior com
Afrânio Hanibaliano ou se ela era filha natural de Maximiano, de uma esposa de
nome desconhecido. Entretanto, pela sequência de um descendente de Flavia, filho
de nome também Hanibalianus sugiro seria ela realmente filha de Afrianus
Hannibalianus e Eutrópia. O perfil de Afrianus
Hannibaliano já consta, como o de Eutrópia (13) e do Imperador
Maximiniano na enciclopédia Wikipédia.
OBS.2:
O epônimo Hannibaliano que também foi levado por esta familia AEgidius
/Siagrius, pelo avô do general AEgidius, soubemos recentemente foi dinastia ainda
prolongada por Flavio Hanibalianno, tornado sobrinho de Constantino I, casado
com sua filha Constança - jovem para o qual o imperador tinha grande planos, mas
que faleceu em 337. Com a morte de Flavio Hanibalianno aparentemente tem fim a dinastia
Hanibaliana – pois após a morte de imperador Constantino, Flavio é executado nos
expurgos da ocasião (14).
Indagamos se a dinastia Hannibaniana que chega até
mesmo à família imperial de Constantino, o Grande, teria origem no nome do antigo
general cartaginês Haníbal Barca que
invadiu a península italiana, e pode ter aí deixado família.
Aníbal
ou Haníbal Barca (247 a.C.-183 a.C.) foi
general e estadista cartaginês. É considerado um dos maiores estrategistas
militares da história, e na Segunda Guerra Púnica partindo de Cartago, na África,
com elefantes adentrou a Hispânia, atravessou os Pirineus e Alpes atingindo o
norte da Itália. Mas não chegou a tomar Roma. Mesmo assim, permaneceu na Itália
por mais de uma década antes de voltar á Cartago, e na Itália pode ter
deixado descendentes e/ou simpatizantes , partidários (15).
Em seguida referimos os ascendentes do
General AEgidius do lado de sua bisavó paterna:
Bisavó paterna
– Siagra de Siagrius, da Siria - ou Syagria da Galácia.
Pai da bisavó paterna - Flavius
Syagrius Postumius II, Syagrius, nasceu
em 300, para Postumius Flavius
Syagrius. Flavius casou-se com senhora [da Síria?]. Tiveram Syagria da
Galácia (nascida na Syria).
Avô da Bisavó paterna
- Postumius Flavius Siagrius nasceu
em 278, em Roma, Lazio, Itália. Seu
filho Flavius Syagrius Postumius II,
acima referido, e sua neta Syagria da Galácia, nascida na Síria.
OBS: O Imperador Constantino, o Grande (272–337) foi
casado com Fausta Maximianus Teodora Augusta
- filha de Maximiniano, nascida em 289-290?
– f.326
e teve um filho com ela, Flavius
Syagrius Afranius (16) nascido em Arles, 316 e f. 395, que foi casado neste
núcleo familiar de cônsules Postumius
com Syagria Falvius Postumius Afranius
(nascida Syagrius, em 339), mãe de Deotéria
de Roma. Desta mesma linha colateral Placidius, da avó de AEGIDIUS, nasceu
também em 345 um provável primo,
Flavius Placidius Afranius (17),
filho de Clodoreius e Helena Constantina de Afranius, filha do
Imperador Constantino – e da mesma linha provem a patrícia Deotéria que já no século VI foi casada com o rei merovingio
Theodobert, tendo um filho, rei franco merovíngio Theodobald, por parte
materna ainda desta linhagem.
Tendo agora informações mais precisas sobre
a genealogia e atuação do pai do general AEGIDIUS - Flavius Afranius Syagrius ou Afranius Algidius/Syagrus, nascido
em 335 - recriamos seu perfil com as nossas correções e acrescentamentos:
“Nos mesmos anos em que viveu
Afranius, outro Syagrius é atestado (foi cônsul em 381?), mas nem sempre é
possível distinguir a carreira dos dois Syagrii [pois ele e seu primo seriam
colaterais]. Em 369 ele [Flavius
Afrânius] é atestado como notarius; naquele
ano, o imperador romano Valentiniano I removeu-o de seu cargo após uma operação
militar fracassada [seria pelo ataque mau sucedido contra alemanni com
Alsonius?] e Afrânio se dedicou à
vida privada. Ele continuou, entretanto, sua carreira sob o imperador Graciano
possivelmente por causa de sua amizade [e parentesco?] com o poeta Ausônio
[seu provável sogro - Flavius casado com Ausone Syagrius nascida van
Bourgondië - ver sobre o poeta Ausonio a nota abaixo (18)]. Afranius ocupava o cargo de magister memoriae em 379, quando alguém chamado Theodorus [Teodoro?]
o sucedeu. Entre 18 de junho de 380 e agosto de 382 é atestado prefeito
pretoriano da Itália. Em 381 foi também praefectus
urbi de Roma e consul em 382” (19).
Lembramos ainda - pela fonte My Heritage, Flavius
Afranius Syagrius ou Afranius Algidius/Syagrus (345 – cerca 399) pai do general Aegidius teria tido também
uma filha: Syangria Clarissima van Rome
(nascida van Lyon), mãe de Tonantius Ferreolus, o prefeito da Galia.
Ela certamente relacionada (sogra?) com Antoine
Afranius (sem datas), prefeito dos gauleses, flaviano de LYON
casado com Syagra Pulchra
FLAVIENA de LYON (nascida em ROMA), com uma filha: Clarisma Syagra
FERRÉOL (nascida SYAGRIUS de LYON).
Nesta família “Flaviana de Lion” de origem
romana e Síria, descendente do longínquo Afranius, consta o nome de Clodoreius
Afranius nascido 334 em
Bengaladesh, casado com uma patrícia Helena Constantina de Afranius, filha certamente
de Constantino I – não sabemos se Clodoreius foi ascendente do rei franco Clódio, mas provavelmente ela seria da
linha do Imperador Constantino I (272-337), cujos descendentes, sabemos,
foram todos cristianizados - sua avó também Helena tornada Santa (20) (21)
(22).
Moeda de
ouro romana da época do imperador Constantino, o Grande, século IV d.C. (após o
ano 313), cunhada na antiga Síscia (atual Sisak, Croácia), encontrada na
Sérvia. Um dos lados representa o retrato do imperador. O verso mostra a figura
do imperador segurando uma
bandeira com o monograma de Cristo. Coleção do Museu Nacional da Sérvia em
Belgrado
Conclusão
Do que afirmamos acima e com o auxílio de perfis
fornecidos por fontes genealógicas modernas por nós bem analisadas, My Heritage,
Geny e mesmo lista da Abadia de Mettlash podemos por fim sugerir:
A família Aegidius Siagrius do general
na verdade teria sido formada na antiguidade a partir dos líderes godos e gedas localizados muito próximo de dácios e trácios na atual Romenia.
A dinastia dos Aegidius provável origem
da dinastia dos agilofings mais
antigos, segundo nosso vários trabalhos anteriormente realizados. Ver neste
trabalho indicações na nota 2.
Com a denominação de Aegidius (Aegyssus) membros
de prestígio miscigenados aos sírios
Siagrius já no sec. III da era
cristã penetraram por casamento as cortes romanas - notando-se que desde o
inicio da era os sírios estariam também sobre o domínio romano.
Como
sugerimos na “Introdução”, os membros da família Aegidius seriam de antiga origem Aegyssus, gaeta e dácios,
antes mesmo da era cristã e no século III da
era Cristã usaram também antigo epônimo,
“Hanibaliano”. Por casamento com senhoras sírias de prenome “Siagra” haviam
mesmo penetrado em cortes reais romanas.
Estes Siagrii, Syarius ou Siagrious provenientes do além-golfo unidos aos AEGIDIUS seriam membros de elites dominadas pelos romanos da Síria, da Turquia, Turingia e da Galácia, possivelmente até mesmo godos e ostrogodos.
O bisavô do general Aegidius - Afrianus
(III?) Hannibaliens da Galácia, nascido na Romenia [De Roma] em 10 de
outubro de 275, casado com Siagra de Siagrus, da Siria – com um filho Flavis
Africans (ou Afrânius) (ou AFICANUS), foi também pai de AEgidius
Hannibalianus, nascido c. 300. Este bisavô Afrianus Hanibaliano da
Galácia, constatamos, pode ter sido casado uma primeira vez com Eutrópia
da Síria (Sagrii?); ela depois de obtido seu divórcio (283 ou 287/288?)
casada com o Imperador romano Maximiniano. Afrianus tornara-se,
portanto, figura de relevo no Império - general, administrador e senador
romano. “Afrianus em 286 liderou exércitos imperiais à vitória sobre os povos
germânicos ao longo do Reno no mesmo ano”. Afrianus ainda estaria vivo em 298, quando foi prefeito urbano de
Roma. Ele se manteve na função até talvez 292, quando foi nomeado cônsul (ver
nota 12). O filho de Afrianus, AEgídius Hannibalianus citado acima, nascido por
volta de n. 300 ( f. 364), bem depois, do divórcio de seu pai.
Entretanto, há dúvidas históricas sobre se Flávia
Maximiana Teodora, filha adotada do imperador Maximiniano e que se casou com Constâncio
Cloro (este com Santa Helena pai de Constantino I) seria filha de Eutrópia
deste primeiro casamento anterior com Afrânio Hanibaliano ou se seria filha
natural de Maximiano, de uma esposa anterior de nome desconhecido. Pela
existência de um descendente de Flavia Maximinano (neto?) de nome também Hanibalianus
- Flavio Hanibalianus - sugiro tenha sido ela realmente filha de Afrianus
Hannibalianus e Eutrópia, em seu primeiro casamento. O perfil de Afrianus
Hannibaliano já consta em parte, como o de Eutrópia e do Imperador Maximiniano
na enciclopédia Wikipédia (ver nota 13).
O
epônimo Hannibaliano levado por esta família AEgidius /Siagrius pelo avô do
general AEgidius foi prolongada por este Flavio
Hanibalianno, tornado sobrinho de Constantino I, casado com sua filha
Constança - um jovem para o qual o imperador tinha grande planos, mas que
faleceu em 337. Com a morte de
Flavio Hanibaliano aparentemente tem fim a dinastia Hanibaliana – pois
após a morte de imperador Constantino, Flavio é executado durante os expurgos violentos
naquela ocasião (ver nota 14).
Indagamos se a dinastia
Halibaniana que chega até mesmo à família imperial de Constantino, o
Grande, teria origem no nome do antigo general cartaginês Haníbal Barca que invadiu a península italiana, e pode ter
aí deixado família.
Como exemplo destas origens e ligações dos AEgidius por casamento além –
golfo identificamos ainda:
1)
Postumius Flavius Siagrius nasceu em 278, em Roma, Lazio, Itália. Seu
filho Flavius Syagrius Postumius II n.300
casou-se com senhora [da Síria?]. Tiveram uma filha Syagria da Galácia (nascida
na Syria); 2) A bisavó paterna de Aegidius Siagra de Siagrius, da Siria, ou Syagria da Galácia; 3)
o avô, Aegidius Hannibalianus, nascido por volta de 300-364, filho de Afranius III, Afrianus Hannibalianus van Galatië (da Galácia), nascido 10 de
outubro de 275 na Galatië (Galacia), Roemenië (Romenia), de Roma. Este Aegidius casou-se com Syagra
Hannibalianus (nascida van Syrië)
(da Siria). Eles tiveram um filho: Flavius Afranius Syagrious (ou
Sigrarii) acima, pai do geneal Aegidius e uma filha, Aelia Flavia Flaccilla, casada com o imperador Teodósio;
4)
Clodoreius Afranius nascido 334
em Bengaladesh, casado com a patrícia Helena Constantina de Afranius, da
linha do Imperador Constantino (272-337); 5)
o colateral Flavius Placidus, da
mesma geração do pai do general Aegidius (seu tio?) casou-se com Godchilde,
nascida em 370, visigoda Syarius. Eles tiveram uma filha: Flavia (Syagria) da
Galia (nascida Afranius);
Lembramos - pela fonte My Heritage - o pai
do general Aegidius, Flavius Afranius Syagrius ou Afranius
Algidius/Syagrus (345 – cerca 399)
teria tido também uma filha: Syagria
Clarissima van Rome (nascida van Lyon), mãe de Tonantius Ferreolus,
prefeito da Galia (cunhado do general). Ela certamente relacionada (sogra?)
com Antoine Afranius (sem
datas), prefeito dos gauleses, flaviano de LYON, casado com Syagra Pulchra FLAVIANA de LYON (nascida
em ROMA), com uma filha: Clarisma Syagra FERRÉOL (nascida SYAGRIUS de
LYON).
Todos os nomes acima cuidadosamente analisados no “Desenvolvimento” deste
trabalho. Lembramos ainda 6) a ostrogoda
Hemengarde filha da princesa do Reino do Bósforo, Julia, cristianizada por pressão eo imperador
Constantino, casada com o ostrogodo Agiulf, n. 320 foi mãe do
suevo Hermérico que liderou as invasões bárbaras em 406 d.C.; por fim 8 - o capostipide tradicionalmente tido
da dinastia agilofing, Agiulf I,
este citado por uma das fontes como nascido em 470 na Turquia, casado com a
filha de rei búlgaro Godgisel II (23).
Concluindo - o general Aegidius teria ascendência
não só galo-romana, mas sobretudo genealogia muito mais antiga e miscigenada em
várias culturas dominadas pelos romanos. Sua conduta ao fim da vida, que
teríamos como ambivalente ao estabelecer frente romanos e francos um reino
próprio, só agora poderá ser melhor compreendida.
Lembramos
que os suevos participantes das invasões “bárbaras” de 406 tendo recém invadido
à península Ibérica, Roma tentará remediar a situação delicada desses povos
migrantes celebrando um tratado em 411
pelo qual suevos e seus aliados obtiveram o estatuto de federados, tratado acompanhado de um
juramento de fidelidade avalizado pelo rei suevo Hermérico ao próprio Imperador
romano Honório, parente dos Aegidius/
Syagrious. A tia do General Aegidius/ Aelia
Flavia Flaccilla Augusta fora casada com o Imperador Teodósio, o Grande que
subira ao poder após o fracasso dos romanos na batalha de Andrenápolis contra
os godos - ela mãe, portanto, dos depois imperadores - Arcádio,
imperador do Oriente entre 395-408, e Honório (imperador do Ocidente
entre 393-423). Herméricus por sua mãe Emertrude Ostogoda descendente da
dinastia de agilofs ou agiulfs godos
(ver acima nota 23).
Em 458
o general Aegidius foi também um defensor
dos seus parentes “flavianos/Siagrii de Lion” e um “general defensor
fervoroso” do imperador Majoriano, rebelando-se posteriormente contra Ricímero,
general gótico do Império Romano Ocidental (24). Quando este assassinou Majoriano e o
substituiu por Líbio Severo, o general Aegidius pode ter até mesmo jurado lealdade a Leão I, o Imperador Romano Oriental.
No mesmo ano de 458 Aegidius recapturou Lyon (Lugduno) aos povos borgúndios, tidos ainda como “bárbaros”
e posteriormente repeliu uma invasão dos visigodos, derrotando-os na Batalha
de Orleães em 463.
Com a omissão romana, o general AEgídius
chegou a dominar vasta região que governou em seu próprio nome como dux ou rex, o chamado Reino de Soissons de 461– 464 / 465, sendo sucedido por seu filho, Siagrius.
Porém, como o rei franco Clovis não admitiu
o Reino de SIsson, este reino foi logo adiante destruído pelos francos
na Batalha de Soisson em 486.
Siagrius fugido para Toulouse, os visigodos o teriam entregado a Clovis - e ele teria sido
esfaqueado, morto discretamente (25).
Poucos
detalhes da Batalha de Soissons são conhecidos, mas com certeza Syagrius
foi logo derrotado e teria fugido.
O historiador
Edward Gibbon escreveu mais tarde: "Seria pouco generoso, sem um
conhecimento mais preciso de sua força e recursos, condenar a fuga rápida de
Syagrius que escapou, após a perda de uma batalha, para a corte distante de
Toulouse."
Em Toulouse, capital do rei Alarico II,
o intimidado rei dos visigodos aprisionou
Siágrio e o entregou a Clóvis. Siagrius
morreu pouco depois, esfaqueado em segredo, de acordo com o cronista Gregório
de Tours.
.
Mapa em que aparece o Reino
de Soisson de Siagrus
Embora o filho do general Aegidius, com nome
da família também Syagrius, tenha sido vencido e assassinado pelos francos, sua
descendência será ainda perseguida pelo rei franco merovíngio, Teodorico
I.
Observamos
que, mesmo perseguida, esta dinastia Sagrius ao contrario dos Hanibalianos
terá continuidade após a derrota do reino de Sisson e a dura perseguição dos francos.
São Desiderius descendente desta “stirp”
Aegidius/ Siagrii foi muito perseguido pelo rei franco, filho de Clovis
Theodorico I; mais tarde, entretanto protegido pelo rei franco merovíngio Theodobert
que havia casado entre 533 e 540 com Deotéria - esta lembramos, uma Aegidius
/Siagrii/Ferreol.
O filho de São Desiderius, Syagrius ou
Saint Syagrius (em francês: Saint-Siacre, bispo de Autun, falecido
600 d.C.) teria sido
muito ligado à rainha Brunhilde (545/50 — 613) e mesmo ao rei Guntram (c.
532 - 592), rei da Borgonha que disputava o trono merovíngio - este teria
enviado “o conde Syagrius” em uma missão diplomática para o Império Bizantino
em 585 (26).
Em trabalho recente identificamos ainda para
nossa surpresa entre os descendentes dos Aegidius/ Siagrius - descendente do perseguido
São Desiderius, pai de Saint Syagrus - a famosa e também sofrida Santa Siagra de Soisson - mãe de S. Warin, capostipide
da linha Wido. Identificado por nós nesta família já como franco, Sigramus, casado com Lalande, filha de São Lampert (linha
wido), pais do bispo e também santo, Cronegangus (27).
Deste modo, concluímos que a família Aegidius/Siagrius
terá continuidade pela dinastia wido
de Hesbaye, franco–borgonhesa, agora submetida à nova dinastia carolíngia que neste
século sobe ao poder.
Temos que a sofrida Santa Siagra (n. c.
600), mãe do capostipide do wido S.
Warin tenha sido uma descendente direta desta antiga dinastia dos Aegidius /Siagrii, ela
provavelmente filha de Ansoud of Dijon (n. 580) – tido como filho de Gerberga
da Franconia (n. 564), talvez de um seu primeiro casamento com Désiré de
Grandison (n. c. 560 em Dijon) neto de Santo Desiderius, filho de Salvius,
conde de Albi e Herchenefreda de Dijon - este irmão do bispo São
Siagrius, morto em 600 (28).
Neste
caminho da continuação da dinastia dos Siagrii soubemos ainda que outro membro
da família Siagrii - descendente feminina do mesmo nome, Syagria, fez uma larga doação de
terras para os monges da abadia da Novalesca já em 739 - abadia bem posicionada, dominando o Passo do Monte Cenis,
fundada em 30 de janeiro de 726 - antes
da descida franca, portanto, por um senhor franco Abbo de Provence, cuja
escritura de doação em pergaminho ainda está preservada nos Arquivos do Estado
de Turim. Acredita-se que os monges fundadores, beneditinos, tenham vindo da
região de Grenoble.
Por fim, tivemos ainda notícia da existência
no século VIII de um descendente Aegidius /Siagrii - Saint Syagrius,
bispo de Nice (f. 787 ou 788), possível sobrinho ou neto de Carlos Magno - um carolíngio. Seria ele filho de Carlomano, irmão de Carlo
Magno? (29).
Notas
(1)
Tulcea fora cidade no norte de
Dobruja, na atual Romênia. Os povos dácios teriam habitado o norte do baixo
Danúbio, região dos Cárpatos e da Transilvânia, sendo o primeiro povo a ser
mencionado pelo nome na história da Romênia. Os dácios parecem referidos
nos escritos dos gregos Heródoto (Histórias,
livro IV, XCIII) e Tucídides (Histórias,
livro IV, XCIII). Dácios ou getas como eram conhecidos pelos
antigos gregos seriam ramo dos trácios que viviam a norte dos Balcãs.
Neste caso os dácios (ou getas)
seriam tribos trácias setentrionais.
Por volta do 5º século antes de Cristo, os trácios
foram dominados pelos odrysios, a
maior e mais poderosa tribo do Reino da Trácia - região política maior na época
dos Bálcãs orientais. O rei da Trácia, Teres I, filho de Odryses (ou
Odriseus?) (480 /450 – 430 a. C.), estabeleceu o Reino Odrísio em uma boa parte da Trácia.
Os dácios são já mencionados no reinado de Augusto,
que os compeliu a reconhecer a supremacia romana. O reino dácio sobreviveu de 168 a.C.
até a conquista romana, em 106 d.C.
A capital da Dácia, Sarmizegetusa, localizada na
atual Romênia. Contudo, para manterem sua independência, posteriormente teriam
aproveitado qualquer oportunidade para atravessar o congelado rio Danúbio.
Também os gépidas por volta de 260 d.C., quando são notados pela
primeira vez teriam participado da invasão da Dácia com os godos, em cujo espaço se estabeleceram
até o sec. VIII d.C. Os gépidas
seriam uma continuação dos povos “getae”
ou getas, como refere Jordanes. Eles
da mesma origem goda ou gauta
referida por Jordanes.
(2)
Sobre as origens da dinastia agilofing,
fontes e detalhes consultar nosso trabalho “As origens da dinastia dos
Agilofings na Antiguidade”, editado na revista contexto e ainda nossos trabalhos
“Os Agilofings” e “Os reis Suevos e os Agilofings”, inéditos, mas já aberto a
pesquisas. Sobre os dácios e trácios ver mais em “As origens da dinastia dos Agilofings
na Antiguidade”.
O povo bóio
ou boemi que migrou do centro europeu e esteve na península italiana frente
a frente com os etruscos na
antiguidade, sabemos, teria apoiado Haníbal. Haveria ligação possível
entre hanibaliannos e a “stirp” dos boios ou boemi, que retornam ao centro
europeu? Ver mais informações nos nossos artigos “Os Boemi e os duques bávaros”
e “Os suevos e os agilofings”. Os povos dácios e odrysios ainda referidos nas notas iniciais 5 e 7 do nosso
artigo “Os reis Suevos e a dinastia Agilofings”
(3)
Sobre os casamentos nas cortes romanas ver texto abaixo. A Síria já no início
da era cristã estava sobre domínio romano. Nota enciclopédica da Wikipédia:
“Depois de 27 a.C. a província da Síria foi governada por um legado imperial de
posição pretoriana. A província foi fundida com a Judeia romana em 135 d.C.
para formar a Síria Palestina até 193, quando foi dividida em Celessíria e
Síria Fenícia. Em c. 415, a Celessíria foi dividida em Síria Prima e Síria
Secunda. Durante o reinado de Teodósio (r. 379–395), a Síria Fenícia foi
dividida em Fenícia Marítima e Fenícia Libanesa”. Ver em especial nosso
trabalho com fontes “As origens da dinastia dos Agilofings na Antiguidade”. E o
mais completo “Os Agilofings” ainda inédito, mas aberto a pesquisas.
(4)
O perfil do capostipide tradicional da dinastia dos agilofing, Agiulfo I
foi por nós refeito a partir de listagem básica de abadia de Mettlach,
apresentado pela fonte https://wc. rootsweb.com/trees/104925/I7053/-/ahnentafe
- perfil questionado por nós com sugestões de outras fontes inseguras:
FamilySearch FamilyTree, My Heritage, Family Tree e WikeTree na mídia
eletrônica.
Pela lista da abadia de Mettlach, Agiulf nascido
em 470 na Suábia, atual Baden-Wurttemberg, Alemanha - ou de Trabzon, Turkey pela fonte My Heritage Family Tree. Casado com Regnaberga da Borgúndia (como cristã Maria Geneva) (Borgonha) “agilofing” [470 – c. 500], pelas
fonte FamilySearch FamilyTree nascida
na Suábia, dinastia Gjúkungar [nibelung].
Notado
que a agilofing Caretena dos
Suevos, filha do rei suevo Requiário
migrado para a Galicia em meados do século, antes mesmo de Agiulfo I foi o
elo entre este ramo agilofing migrante para a Peninsula Hibérica e o ramo dos agilofing que se mantivera no
centro europeu, inclusive casada com dois reis tidos ainda como “barbaros”, um lombardo
e um burgúndio, que na Galia disputavam espaços com galo- romanos e francos.
(5) Em My Heritage: “Deotéria ou “Deoterie des Merovíngius d´ Austrasie”
por casamento, nascida em Narbonne para Tonnence II de Ferreol, nascido
em Narbone e filho de Clarisma Syagra de FERREOL com Tonatus I Ferreol,
prefeito pretoriano da Galia a partir de 451 - Clarisma filha de Flavius
Afranius Syagrious ou Afranius Algidiussyagrus de Lyon e de Galácia,
AEGIDIUS, Gouverneur des Gaules, Roi des Francs, c. 345 – c. 399 [pai do
General AEgidius].
O bávaro Teodobert Bayern - filho de Maria Geneva, esposa de Agiulfo I filha
do rei borgúndio - é indicado como casado com moça de nome Lucile – acreditamos
a irmã de Deotéria, Lucille Ferreol.
Ver nota 4 e nosso trabalho “Os duques Bávaros”.
Notamos que o parente de AEgidius, por sua
bisavó, Flavius Syagrius Afranius teria nascido para Flavius Claudius
Constantinus e Fausta Flavia Maximianus Augusta, Imperatriz do Império
Romano Constantinus. Flavius nasceu em fevereiro de 316, em Arles, Pirineus Orientais, Languedoc-Roussillon, França.
Fausta nasceu em 289, em Roma,
Lazio, Itália. Flavius tinha 4 irmãos: Constâncio III, Imperador do Império
Romano Ocidental e 3 outros irmãos. Flavius casou-se com Syagria Falvius Postumius Afranius (nascida
Syagrius). Syagria nasceu em 339, em Roma, Lazio, Itália. Eles
tiveram 2 filhas: Deuteria de Roma (nascida Syagrius) e um outro filho.
Flavius faleceu em 395, aos 50 anos.
(6) Como afirmamos em nota acima a agilofing Caretena dos Suevos, filha do rei suevo Requiário que
havia migrado para a Galicia nas invasões bárbaras do começo do século V foi o
elo entre o ramo agilofing migrante para a Peninsula
Hibérica e o ramo agilofing que se mantivera no centro europeu - inclusive casada com dois reis tidos como
bárbaros”- o lombardo Gedeon e Gondioc,
burgúndio que haviam permanecido no centro europeu.
(7) No período da atuação do general AEgidius, os
“flavianos” eram família como os Siagrii muito atuantes em Lyon. A dinastia
flaviana ou dinastia Flávia, dinastia romana que governou o Império
Romano entre 69 e 96 através dos reinados de Vespasiano (69–79) e seus dois
filhos, Tito (79–81) e Domiciano (81–96). Os “flavianos” chegaram ao poder
durante a guerra civil de 69 conhecida como "ano dos quatro
imperadores".
(8) Tonantius
Ferreolus referido como nascido c. 390 [seria equívoco já que a data de
nascimento de sua mãe foi c. 390?], ele provavelmente n. c. 410 – f. 475, por
fonte enciclopédica “prefeito pretoriano da Gália, fundamental na
organização da Gália para a defesa contra a invasão de Átila e do exército Huno.
Ao mesmo tempo, diplomaticamente impediu o patrício e Magister Militum (general)
Flavius Aetius de cobrar impostos excessivos contra o povo da Prefeitura
da Gália, recebendo aclamação pública por seus esforços. Após a derrota dos hunos por uma aliança romano-gótica, Ferreolus
resistiu às tentativas do rei visigodo Thorismund [filho do rei vizigodo
Teodorico I] de aproveitar a situação para obter mais território ou privilégios
em 452-453, quando esse rei sitiou
Arles.”
(9)
Flavius Placidius Afranius seria um parente
colateral pela bisavó [primo?] quase da mesma idade do pai do general Aegidius,
nascido no mesmo ano de 345 - filho de Clodoreius Afranius (n. 334), e Helena
Constantina De Afranius (nascida
em Roma). Clodoreius nasceu em 334, em Bangladesh. E Helena nasceu em
335, em Roma, Roma, Lazio, Itália. Flavius Placidus casou-se com Godchilde (nascido Vis [Visigoda?]
Syarius). Godchilde nasceu em 370.
Eles tiveram uma filha: Flavia (Syagria) da Galia (nascida Afranius). OBS.: Temos que não
seria esta a Flavia visigoda casada com
o rei suevo Requiário, cuja data fornecida de nascimento é 395, porém tida como filha
de Teodorico I, rei visigodo, sem comprovação. Seria esta Siagra sua mãe? Flavius
faleceu em 382 aos 37 anos. Para a fonte My Heritage, em provável
equívoco Flavius Afrânius seria filho de cônsul (no ano 381?) e Flavio Afranius Syagrus Siagrii,
nascido <320> [provável erro, inclusive pelas demais datas que não são
compatíveis]
(10) Pela fonte Wikipédia, fonte bem completa, o
pai de Aegidius teria sido Flavius Afranius Syagrious ou Afranius
Algidius/Syagrus, n. cerca 345 – f.
cerca 399, apresentado como membro da família aristocrática romana dos
Syagrii que se teria originado em Lyon. Acreditamos esta afirmação
em parte equivocada, pois verificamos que a ligação entre os AEgidius/Siagrus
e as dinastias romanas teria se dado muito antes, ainda durante a atuação da família
na Galácia.
(11)
O Imperador Teodósio, o Grande foi titulado
à sua morte, “Divus Theodosius” (347 - 395) - imperador romano desde 379 até a
sua morte. Promovido à dignidade imperial após o desastre da batalha de Adreanópolis,
compartilhou primeiramente o poder com Graciano e Valentiniano II. Em 392,
Teodósio reuniu as porções oriental e ocidental do império, sendo o último
imperador a governar todo o Império romano. Após a sua morte, as duas
partes do Império Romano cindiram-se, definitivamente, em Império Romano do
Oriente e Império Romano do Ocidente.
(12) O perfil de Afrianus
Hanibaliens já consta bem balizado na Wikipédia, e o apresentamos agora com
mais detalhes e nossos acrescentamentos entre chaves. As fontes da enciclopédia
referidas ainda apresentadas: “Afrânio
Hanibaliano [por
fontes genealógicas Afrianus (sec. III) Hannibaliens da Galácia, nascido na
Romenia [de Roma] em 10 de outubro de 275, casado com Siagra de Siagrus, da Siria
– com um filho Flavis Africans (ou Afrânius) (ou AFICANUS) - também pai
de Aegidius Hannibalianus. [Possivelmente
teve uma primeira esposa Eutrópia, síria] foi senador e oficial militar romano do século III nomeado
cônsul em 292 [ainda vivo em 298 quando foi prefeito urbano de Roma].
Provavelmente oriundo de família nativa de algumas das províncias orientais
do Império Romano [tido como nascido na Romênia]. Ele iniciou sua
carreira como comandante militar sob o imperador Probo (r. 276–282).[1] Era
membro da ordem equestre (por conta de ser citado oficialmente como homem
eminentíssimo, um título reservado a equestres) [2] e provavelmente foi nomeado
à ordem senatorial após a morte do imperador em 282.[3] Hanibaliano foi elevado
à função de prefeito pretoriano do Ocidente em 286 por Augusto Maximiano (r. 286–305) e liderou exércitos
imperiais à vitória sobre os povos germânicos ao longo do Reno no mesmo ano.
Ele se manteve na função até talvez 292, quando foi nomeado cônsul
juntamente com Júlio Asclepiodoto. Em seguida, entre 297 e 298, tornar-se-ia prefeito
urbano de Roma.[1] É possível que fosse marido de Eutrópia, que se
divorciou dele para se casar com Maximiano por volta de 287/288 [ou
283], mas a associação é duvidosa.[4] Se for, tiveram Flávia Maximiana
Teodora, que casar-se-ia com o futuro césar Constâncio Cloro (r.293–306) [pela
wike Fausta (c. 289-290) filha de Eutrópia com o próprio Maximiniano se
casou com Constantino I e teve seis filhos com ele, incluindo os Augustos
Constantino II, Constâncio II e Constante] Pensa-se que o consentimento de
Hanibaliano para o novo casamento de sua esposa e sua nova função de sogro do
novo césar Constâncio sejam os reais motivos de sua rápida ascensão [5]”
1.
Ir para: a b c Martindale 1971, p. 408.
2.
Chastagnol 1962, p. 28-29.
3.
Chastagnol 1962, p. 27.
4.
Nixon 1995, p. 70-71.
5.
Chastagnol 1962, p. 29.
Bibliografia
Chastagnol,
Andre (1962). Les Fastes de la Prefecture de Rome au Bas-Empire. Paris:
Nouvelles editions latines
Nixon,
C. E. V.; Barbara Saylor Rodgers (1995). In Praise of Later Roman Emperors.
Berkeley, Londres e Los Angeles: University of California Press
Martindale,
J. R.; A. H. M. Jones (1971). The Prosopography of the Later Roman Empire.
Vol. I AD 260-395. Cambrígia e Nova Iorque: Cambridge University Press.
(13) O perfil de Eutrópia primeira
esposa de Afrianus Hanibaliens apresentado
na Wikipedia, com nossos acrescentamentos e comentários:
“No final do século III, Eutrópia se casou com o imperador Maximiano,
mas a data exata da cerimônia é incerta (por volta de 283). Com ele, ela teve dois filhos [2]:
- Magêncio (entre 277 e 287), que foi imperador entre 306 e 312.
- Fausta (c.289? -290) [Fausta Maximiniana
Teodora], que se casou com Constantino I, O Grande e teve seis filhos
com ele, incluindo os augustos Constantino II, Constâncio II e Constante. “
Há dúvidas, entretanto, se Flávia Maximiana Teodora que
se casou com Constâncio Cloro [pai de Constantino, com Helena] seria sua
filha, de seu casamento anterior com Afrânio Hanibaliano [3] ou se ela era
filha natural de Maximiano, de uma esposa anterior de nome desconhecido [4]”.
Entretanto, pela sequência do seu filho com nome Hanibalianus nós
acreditamos que ela tenha sido mesmo filha de Eutrópia com Afrianus
Hanibaliano, neste caso adotado por Maximiniano.
Dalmácio
filho de Constâncio Cloro e Flávia Maximiana Teodora foi o mais velho
meio-irmão do Imperador Constantino; [1] os outros irmãos eram Júlio Constâncio
e [Flavio] Hanibaliano. Dalmácio torna-se
césar e Hanibaliano, torna-se rei e desposa a filha mais velha de Constantino, Constantina.
(14) Perfil na Wikipédia com nossas
complementações: “Flávio Hanibaliano (em latim: Flavius Hannibalianus; executado em 337, em
Constantinopla) nobre romano do século IV. Seria sobrinho [melhor sobrinho – neto]
do imperador Constantino (r. 306–337) a quem serviu como oficial militar. Em 335, casar-se-ia com Constantina ou Santa
Constança, filha mais velha de Constantino. Constantina, casada com este seu
primo Hanibaliano, filho de Dalmácio, o Censor, a quem Constantino tinha feito
"Rei dos Reis e Senhor das Tribos Pônticas". Após a morte de
Constantino, grandes expurgos ocorreram, entretanto, na família imperial e seu marido
foi executado em 337. Dalmácio era filho de Constâncio Cloro e Flávia
Maximiana Teodora e o
mais velho meio-irmão de Constantino. Fonte:
Di Maio, Michael (1996). «Calocaerus (333/334 A.D.)». Salve Regina University.
Di Mario, Michael (1997). «The Siblings of Constantine I». Salve Regina University
(15) Para auxílio do leitor, citamos texto
enciclopédico baseado em fontes históricas sobre Anibal. “Aníbal e seu
exército, no qual se incluíam trinta e oito elefantes de guerra, partiram da
Hispânia e atravessaram os Pirenéus e os Alpes com o objetivo de conquistar o
norte da Itália. Ali derrotou os romanos em grandes batalhas campais como a do
rio Trébia, a do lago Trasimeno e a de Canas, que ainda são estudadas em
academias militares na atualidade. Apesar de sua brilhante campanha, Aníbal não
chegou a invadir Roma. As razões para tal dividem opiniões entre os historiadores,
e vão desde falta de materiais para o cerco até considerações políticas que
defendem que a intenção de Aníbal não era tomar Roma, mas obrigá-la a render-se.
[1] Não obstante, Aníbal conseguiu manter seu exército na Itália por mais de
uma década, recebendo escassos reforços. Após a invasão da África por parte
de Cipião, o senado cartaginês o chamou de volta à Cartago”.
Observamos
em anterior trabalho que o povo bóio ou
bohemi quando de sua estada na península italiana na antiguidade teria
apoiado a rebelião de Haníbal contra os romanos; haveria uma ligação possível
entre hanibaliannos e a “stirp” dos boios ou boemi que estiveram na Itália
em disputas com os etruscos e depois voltaram ao centro europeu ? Ver mais
informações no nossos artigos “Notas sobre os Bohemi”, “Os Bohemi e os duques Bávaros”
e “Os suevos e os agilofings”, ainda inéditos, mas
já abertos para pesquisas.
(16) Flávio Syagrius Afranius nasceu para o imperador Flavius
Claudius Constantinus (272 d.C. - 337 d.C.) e Fausta Maximianus Augusta,
Imperatriz do Império Romano Constantinus. Flavius nasceu em fevereiro de 316, em Arles, Pirineus Orientais,
Languedoc-Roussillon, França. Fausta nasceu em 289, em Roma, Lazio, Itália.
Flavius teve 4 [ou 5?] irmãos inclusive Constâncio III, herdeiro e Imperador
do Império Romano Ocidental. Flavius
Syagrius Afranius casou-se [na família de consules Postumios] com Syagria
Falvius Postumius Afranius (nascida Syagrius). Syagria nasceu em 339, em Roma, Roma, Lazio, Itália. Eles
tiveram 2 filhas: Deuteria de Roma (nascida Syagrius) e um outro filho.
Flavius faleceu em 395, aos 50 anos
no local da morte.
Outra informação sobre Fausta (n. c.289-290) [Fausta Maximiniana Teodora], que se casou com
Constantino I, O Grande, afirma que teve seis filhos com ele,
incluindo os augustos Constantino II, Constâncio II e Constante.
(17)
Flavius Placidius Afranius,
seria o parente colateral (quase da mesma idade [primo?] do pai do general Aegidius),
nascido no mesmo ano de 345, filho de Clodoreius Afranius (n.334), e Helena
Constantina De Afranius (nascida
em Roma). Clodoreius nasceu em 334, em Bangladesh. Helena nasceu em 335,
em Roma, Roma, Lazio, Itália. Flavius Placidus
casou-se com Godchilde (nascido Vis [Visigoda?] Syarius). Godchilde nasceu em 370. Eles tiveram uma filha: Flavia
(Syagria) da Galia (nascida Afranius).
Flavius faleceu em 382, aos 37 anos. OBS. Tenho que não seria esta a Flavia
visigoda casada com o Requiário, cuja data fornecida de nascimento é 395, tida como filha de Teodorico I, rei visigodo, sem comprovação. Seria
esta Flavia (Syagria) da Galia (nascida Afranius)
sua mãe ? seria necessário checar datas].
(18)
Sobre o poeta Ausonius, “Decimus
ou Decimius Magnus Ausonius”- o poeta Ausonius (310-395) – nasceu em
Burdigala (Bordeaux atual), professor de retórica na Aquitaine. Sabemos por
trabalhos literários modernos, que Ausonius foi poeta e tutor do Imperador
Graciano. Graciano gostava e respeitava seu tutor e quando ele próprio se
tornou imperador em 375 concedeu a
Ausônio e sua família as mais altas honras civis. Naquele ano Ausônio foi
nomeado Prefeito Pretoriano da Gália, fez campanha contra os Alemanni
e recebeu como parte de seu saque uma escrava, Bissula (a quem ele
dirigiu um poema), enquanto seu pai, embora com quase noventa anos, recebeu o
posto do prefeito de Ilírico. Em 376, o filho de Ausônio, Hesperius,
foi procônsul da África. Em 379 Ausônio recebeu o consulado, a maior honra
romana.
Referências de Chisholm, Hugh, ed. (1911)
“Ausonius, Decimus Magnus". Encyclopædia Britannica. 2 (11ª ed.).
Cambridge University Press. pp. 935–936.
(19) Referências da fonte enciclopédica Wikipédia
sobre o pai de Aegidius:
- Roger S. Bagnall; Alan Cameron; Seth R.
Schwartz e Klaas A. Worp (1987). Cônsules do Império Romano Posterior.
Imprensa da Universidade de Oxford. ISBN 1-55540-099-X.
-
Jones, AHM; JR Martindale e J. Morris (1971). A Prosopografia do Império Romano
Posterior, Volume 1: 260–395 DC. Cambridge University Press. ISBN
0-521-07233-6.
- Potter,
David Stone, The Roman Empire at Bay: Ad 180-395, Routledge, 2004, ISBN
0-415-10057-7, pp. 545-546.
A fonte Geny já baseada certamente em textos
de historiadores o apresenta e resume
sua vida publica como: Notarius (369),
Magister Memoriae (379), Proconsul of Africa (379-380), Praefectus Urbis Romae
(381), Praetorian Prefect of Italy (380-382), Consul of Rome (382), Gallo-Roman
Senator, Poet, Gallo-Roman”.
Para a fonte My Heritage, entretanto,
Flavius Afranius Syagrious ou Afranius Algidius/Syagrus de Lion e da
Galácia, Aegidius, Gouvernador dos
Gauleses, Rei dos Francos,
c. 345 – c. 399, pai de Aegidius.
Era filho [equivocadamente na fonte] do cônsul [em 381?] Flavius Afranius
Syagrus Siagrii.
Preferimos dirigir a lista da linhagem seguindo nomes e sobrenomes,
ainda suas datas. Assim, teríamos como pai do general AEGIDIUS - Flavius
Afranius Syagrius ou Afranius Algidius/Syagrus de Lion e da *Galácia, O
general Aegidius/Syagrus, nascido em 335, filho de Aegidius
Hannibalianus, nascido em 300. Flavius com uma irmã: Aelia Flavia
Flaccilla Augusta, que sabemos historicamente foi esposa do Imperador Teodósio. Flavius casou-se com Ausone Syagrius [filha do
poeta?] (nascida van Bourgondië). Eles tiveram uma filha: Syangria
Clarissima van Rome (nascida van Lyon), mãe de Tonantius Ferreolus, que
foi prefeito da Galia. Flavius falecido em 395, aos 60 anos.
A
fonte Geny comenta ainda sobre o pai de AEGIDIUS, agora com nossa
tradução e acrescentamentos:
“Ele era
parente de seu predecessor Flavius Syagrius, cônsul em 381 que era amigo
e correspondente de Symmachus, o notável orador e vigoroso defensor da religião
pagã... Ele continuou sua carreira sob o imperador Graciano, possivelmente
por causa de sua amizade com o poeta Ausonius... Ele era um poeta, e pode
ter sido aluno e amigo [provavelmente também genro] do poeta Ausonius
[310-395]. Ausônio era o diretor de uma famosa escola em Bordeaux e foi
escolhido pelo imperador Valentiniano como tutor de seu filho (o futuro
imperador) Graciano. Vários de seus parentes e amigos ocuparam vários altos
cargos imperiais (Van Dam 1985, p. 304)”. “Os costumes romanos da época sugerem
que seu pai era um homem chamado Afranius e sua mãe provavelmente uma mulher
chamada Syagria. Portanto, ele pode ter sido bisneto [melhor neto] de Afranius
Hannibalianus e de Postumius Syagrius. Esta reconstrução faria dele um irmão
de Aelia Flavia Flaccilla, a primeira esposa do imperador Teodósio, o Grande.
“He was relative of his predecessor Flavius
Syagrius, Consul in 381, who was a
friend and correspondent of Symmachus, the noted orator and vigorous
defender of the pagan religion... He continued his career under Emperor
Gratian, possibly because of his friendship with the poet Ausonius... He was a poet, and he might have been the
Syagrius who was a pupil and friend [provavelmente também genro] of the poet Ausonius [310-395]. Ausonius
was the head of a famous school at Bordeaux, and was selected by emperor
Valentinian as tutor for his son (the future emperor) Gratian. A number of his
relatives and friends held various high imperial offices (Van Dam 1985, p.
304)”. “Roman naming customs of the time suggest that his father was a man
named Afranius and his mother probably a woman named Syagria. Therefore, he
might have been a great grandson of Afranius Hannibalianus and of Postumius
Syagrius. This reconstruction would make him a brother of Aelia Flavia Flaccilla,
the first wife of Emperor Theodosius the Great.
(20) Seria o rei franco Clódio (386-450), Chlodio, Chlodion, Clodion, Clodius, Chlogio,
Clodian significando “cabelos longos”, descendente de Clodoreius (n. 334?)
casado por fontes inseguras com Basina, tida como filha de Vedelfo
da Turíngia [o mesmo Velfio Agilofing rei huno, avô de Agiulfo
I]? Os filhos de Clódio teriam sido Meroveu (411- 458), que
foi seu sucessor como rei dos francos e ainda Clodebald de Colônia (413-483).
(21) Imperador romano Constantino, O Grande - Flavio Valerius Constantinus,
nascido em Naísso, 272 — 22 de maio de 337, sua mãe de nome Helena. Ele também da
Mésia, como o general Flavio Aecio (396 — 454).
(22)
Perfil em MyHeritage com nossa complementação indica:“Flávio
Aécio, búlgaro de nascimento, filho de mãe romana - em latim Flavius Aetius
(396 — 454). Nasceu em Durostoro (atual Silistra, na Bulgária) na província
romana da Mésia. Era filho da dama romana Aurélia e do mestre da
cavalaria (magister equitum) Gaudêncio, razão pela qual a família
mudou-se para a Mésia. Passou uma parte de sua juventude como refém de Alarico I, rei dos visigodos, e outra
como refém de Riguila, irmão mais
moço de Hermerico, rei dos suevos], o que lhe permitiu conhecer a forma
de pensar desse povo (tido como hunos).
Lutou especialmente nos Campos da Catalunha pelo Império”.
(23) A genealogia da ostrogoda Hemengarde, mãe do líder Hermérico que comandou a invasão “bárbara”
de 406 atravessando o Reno e chegando a Galícia foi por nós reproduzida e
recriada em nosso trabalho “Os suevos e os Agilofings”,trabalho já concluído,
mas ainda inédito. Pela fonte My Heritage, Ermengarde dos Suevos, mãe de
Hermericus seria filha de Achiulf d'OSTROGOTHIE, nascido 320 possivelmente em
Verona, Itália, casado com Julia d'OSTROGOTHIE (nascida DU BOSPHORE).
A
genealogia do capostipide Agiulfo I também já foi por nós identificada e
apresentada já em vários trabalhos, em especial no artigo “Os reis suevos e a
dinastia Agilofing”, inédito. Agiulfo I foi casado com Regnaberga (da
Borgonha) von Bayern, cristianizada
Maria Geneve, nascida no Marne (Champagne-Ardenne, France) filha do rei búlgaro Gondegisel [II].
Godegisel II era filho do líder
búlgaro Gundioc (ou Gondioc, Gunderi, Gundowech) de BURGONDIE, rei
búlgaro - por fontes históricas comprovadas Gondegisel seria enteado de Caretena,
neta do rei suevo Hermérico, e mesmo teria vivido e protegido esta sua
madrasta em Geneva - ela já viúva e madrasta/avó, avó política, tida como “tia”
da religiosa e católica rainha Clotilde dos francos, casada com Clovis.
(24) Um descendente de Regímero, general gótico
que serviu ao Império Romano Ocidental, provavelmente neto e já borgonhês teria
sido casado um século depois com a agilofing Garitrude, referida como membro da classe patrícia, filha de
Théodobald Bayern e Maria Geneve, filha do rei burgundio em um segundo casamento
desta. Ver nosso artigo “Notas sobre os Boemi” e os “Os Duques Bávaros”,
artigos inéditos, mas abertos a consulta.
(25)
Usamos como fonte dessas informações sobre o general Aegidius um excelente artigo na Wikipédia bem fundamentado, que
recomendo ainda para conhecimento de mais detalhes sobre sua biografia. Notar também
na Wikipédia os verbetes relativo a Syagrius e sobre a Batalha de
Soissons ocorrida em 486.
(26) Sobre a descendência da dinastia dos Siagrii
após a derrota na batalha de Soisson consultar em especial nosso trabalho
recente “Santa Siagra de Sisson”, próximo a ser editado e as notas abaixo 27 e 29.
Saint Syagrius:
foi bispo de Autun por volta de 560 até sua morte e viajou para Nanterre com
Guntram (ou Guntrão) para o batismo de Chlothar II. Ele ofereceu hospitalidade
a Santo Agostinho de Canterbury a caminho deste último para a Inglaterra. O
papa Gregório I concedeu a Syagrius o pálio e decretou que os bispos de Autun
tivessem precedência na França depois do arcebispo de Lyon.
(27)
Saint Lambert (Landebertus
de Maastrich) já referido em
genealogia como de Herbaye, n. 636 -
f. 705, filho do acima santificado Warin
de Poitiers (Guérin, Guido
Guerino) com Gunga de Metz. Também
santo da nova geração desta família de Hesbaye foi São Chrodogangus, filho do franco Sigramus (provavelmente ainda
um Siagri) e Lalandra de Herbaye, que será utlizado ainda pelos carolíngios
como secretário particular, chanceler e em 737
primeiro-ministro de Carlos Martel.
Em 742 Chrodogangus foi nomeado bispo de Metz, mas logo após a queda definitiva
do último rei merovíngio, Childerico
III em 751, em 753 foi enviado em missão à península
italiana ao Papa Estevão II para assegurar-lhe a simpatia franca contra as
incursões violentas do lombardo Aistulf. Na mesma direção ao sul,
certamente também “penalizado”, enviado pelos carolíngios Robert I, dux de
Hesbaye nomeado “missus” na Itália junto ao papado.
Sobre
a origem mais antiga desta família franco–bogonhesa dos condes Warin de
Hesbaye já realizamos vários artigos: “As origens dos Cavalcanti e
Monaldeschi no centro Franco”, publicado na revista InComunidade, do Porto ed.
57, junho de 2017; o artigo “A dinastia Wido e os Cavalcanti”, editado pela
revista Athena do Porto, maio de 2019; “Os quatro apoiadores de Carlos Magno –
O Arcebispo Wilkarius”, publicado na revista Athena em maio de 2021 e na mesma
revista “Adalardus”, março de 2023. “Os Bernardenga”, “Propriedades da antiga
família Cavalcanti na Toscana”, com fontes documentais e “Os mais antigos
Cavalcanti” no blog http://rosasampaiotorres.blog.spot.com/ “Notas sobre os Bohemi“,“Os
Bávaros”, “A origem dos Agilofings” e “Santa Sgarda de Sisson” são artigos que ainda
estão inéditos. No artigo
“A origem dos Agilofings” comprovamos a origem remota, goda e ostrogoda da
dinastia agilofing.
(28) Os dados históricos e genealógicos de Santa
Siagra foram tirados de nosso trabalho, “Santa Siagra de Sisson”, próximo a ser editado.
(29)
Por fonte enciclopédica Wikipédia com ligeiros comentários nossos: “O último descendente
conhecido dos Syagrii foi um abade de Nantua mencionado em 757" [9] São
Syagrius, com estátua na frente oeste da
Catedral de Nice. São Siágrio de Nice
(falecido em 787 ou 788) foi um
bispo de Nice do século VIII e lendário fundador e primeiro abade da Abadia
de St Pons, Cimiez.[1][2][3] Ele é considerado um santo pela Igreja
Católica [4] e um Santo pré-congregacional na Igreja Ortodoxa Oriental.[5]
Originalmente um monge da Abadia de Lérins, Syagrius fundou a abadia de Saint
Pons em 775-777. A lenda o descreve como sobrinho de Carlos Magno, mas suas datas não confirmam tal
relacionamento [?].[6] A vida de Syagrius relata que como homem ele era
discreto, sempre ativo e cheio de zelo. São Siágrio ocupou a diocese de 777 a
787. A tradição nos diz que ele fundou um mosteiro perto do túmulo de São
Ponciano. Em 1727, Jacqueline Bouette de Blémur escreveu um texto “Ano
beneditino ou Vidas dos Santos da ordem de São Bento”, em que ele é indicado
como nobre de nascimento, neto [ou sobrinho?] de Carlos Magno e recebera o
título de Conde de Brie. Segundo essa
tradição, ele esteve com Carlos Magno em suas batalhas e seguindo o imperador
na Provença, em Comez, o jovem Siágrio entrou na igreja onde estavam guardadas
as relíquias do mártir de São Ponciano. Naquele momento teve vontade de
deixar o mundo e decidiu tornar-se monge e fundar um mosteiro. A conversão de
Siágrio edificou toda a corte. Depois de alguns anos, ele foi ‘retirado’ do
mosteiro para se tornar bispo de Nice.
São Siágrio é lembrado como um homem virtuoso que se destacou pela humildade.
Diz-se que o bispo tinha o dom de fazer milagres. Curava os enfermos que a ele
recorriam e expulsava demônios de possuídos. É relatado ainda que, diante do
povo, ele ressuscitou uma criança que falecera numa queda. E que, quando a
criança ressuscitada se levantou, exclamou aos céus: “Bendito aquele que vem em
nome do Senhor”.
O culto de Siágrio de Nice pouco se
ampliou geograficamente. Na Itália existe a única igreja do mundo dedicada a
ele, perto de Buggio na província de Impéria. Esta igreja foi construída no
século VII [?] para comemorar uma tradição, que não tem qualquer fundamento
histórico e que conta como São Siágrio foi àquele lugar ministrar o sacramento
da Crisma em alguns fiéis.
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