“Accademici e altro del Piano”
“Accademici
e altro del Piano”
Aparente academia literária em Florença
no fim do sec. XVI da qual a família Cavalcanti participou como liderança –
momento próximo à Conspiração Pucci e Cavalcanti de 1559.
Artigo resumo
de análise documental inédita relativa a esta pretensa Accademia
A
documentação dos “Accademici e altro del
Piano” que se encontra arquivada
na Biblioteca Nacional de Florença chega nesta ocasião ao Brasil por fotos em alta definição do pesquisador Marcelo
Bezerra Cavalcanti.
Esta academia literária é tradicionalmente associada às atividades inocentes em Florença no fim do século XVI. Academia aparentemente voltada para a realização de atividades literárias que visariam a corporificação da língua italiana, bem como leituras de autores neo-platônicos – a exemplo da conhecida e posterior “Accademia della Crusca” (1).
Um dos principais fundadores da “Academia del Piano” teria sido Iacopo Pitti (1519 -1589), membro de uma família
de ricos banqueiros já em decadência, antigos concorrentes dos
Medici. Político de posição liberal e
senador em Florença, Pitti foi autor entre outras obras de uma conhecida “Istorie
Florentine” e de uma “Apologia de' Cappucci” – defesa da posição de sua facção
política contra acusações dos “ottimati” da família Guicciardini. A Academia
teria esta denominação por Iacopo Pitti fazer etapas, paradas, “nel piano de
Ripoli, Firenze” (2).
Acreditamos
que sejam oportunas novas e mais criteriosas análises ideológicas jurídicas sobre
as posições políticas expressas por Jacopo Pitti em sua obra. Entretanto,
por nossas pesquisas já acumulados sobre este período florentino pensamos que
seria mais proveitoso nesta ocasião a realização de nova e mais cuidadosa
análise desta documentação da “Accademia del Piano” sob as luzes do contexto
social e político por nós já bem conhecido – momento ainda de acirradas
disputas contra a grande dominância obtida pela família Medici em Florença,
onde esta documentação é forjada.
E de inicio ainda relembrar a atuação política, concreta e anti-medici da família Capponi neste século - atuação certamente
ligada a esta documentação, pois a família Capponi por longo tempo albergou e
protegeu estes documentos conforme indica o próprio catálogo da Biblioteca
florentina (CATALOGO DEI MANOSCRITTI POSSEDUTI DAL MARCHESE GINO CAPPONI (1845 -
FIRENZE).
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Ao
proteger por dois séculos estes documentos que agora nos vêm às mãos,
acreditamos que a família Capponi pretendesse deixar indiretamente um registro
palpável e significativo das revoltas políticas e conspirações nas quais seus
membros haviam também atuado, e mesmo liderado durante o sec. XVI - revoltas e
conspirações que vivenciaram e pelas quais foram severamente punidos, como de
resto várias outras famílias - e por várias gerações.
A longa e
dramática trajetória contestadora dos Capponi por ideais republicanos
relativamente avançados, nitidamente anti-Médici, demonstra claramente que esta
família teria todo o interesse em guardar e proteger com extremo cuidado esta
documentação da “Accademia del Piano” e sua memória – listas de nomes de
personalidades e famílias (”casati”) referidas em códigos, cartas e documentos
também codificados que sugerem, desde logo, atuação de comunicação conspirativa
muito bem disfarçada, como indicam sobretudo os perigos concretos por que seus
membros passavam.
A família
Capponi como ricos produtores de seda haviam se colocado em contraposição a
preponderância da família Médici por mais de um século - várias gerações de
mesmo prenome, Piero – um desses Piero referido nas listas dos documentos em
código como “Luinto Coicodrillo” - a
família com um todo, como “casati”, recebendo o codinome “Iuliani”.
Ressaltada a longa e dramática trajetória de
luta da família Capponi - suas infrutíferas
tentativas de fuga, sempre alcançados pelos mercenários dos Médici especialmente
após a Conspiração de 1575 em Florença – num segundo momento constataremos surpresos
a presença, também nestes documentos e listas em código de inúmeras outras
personalidades e famílias que já tínhamos identificado em nossos vários
trabalhos anteriores - famílias sempre envolvidas e penalizadas em perigosas
atividades anti-medici do fim do século XVI.
Surpresos
identificamos nas listas em código, a grande maioria, personalidades e famílias
já apresentadas e referidas em vários artigos nossos editados sobre a família
Cavalcanti e dedicados às conspirações anti-medici ao fim do século XVI -
famílias desde o começo do século punidas pelos Médici com decapitações, degolamentos,
assassinatos e perseguições sistemáticas por toda a Europa (4).
Fato que nos indica a Academia -
aparentemente uma Academia voltada para prazerosos assuntos literários - fosse na
verdade uma organização de fachada, uma sociedade portadora de nítido cunho
anti-medici – grupo de auxilio e apoio, pelos códigos estabelecidos para uso em
documentos e correspondência dos conspiradores em ação pela manutenção ainda de plena Republica. Especialmente
apoio aos “fuoriusciti” já espalhados pela Europa – foragidos em
virtude da luta política anti-medici na Toscana.
Observamos que, encabeçando a primeira lista
de personalidades já decodificadas, aparece um membro da família
Cavalcanti do ramo “Cavalleschi”, ramo depois migrado para o Brasil - Giovanni
di Giovanni Cavalcanti - seu nome colocado no
topo desta lista, referido em código como “Gneo
Scaracchio Dittatore”. A própria família Cavalcanti, incluindo vários
ramos, indicada na “Lista di Casati” - lista que relacionaria as famílias aos seus
códigos respectivos - como “casata” Scaracchio.
Por nós
logo constatado que Giovanni di Giovanni Cavalcanti seria o quinto e
ultimo filho do comerciante de artes Giovanni di Lorenzo Cavalcanti, do ramo brasileiro,
jovem a que tudo indica nascido mesmo durante o auto-exílio de seus pais e pelo
menos três irmãos na Inglaterra. A possibilidade de existência deste irmão
caçula de Filippo di Giovanni Cavalcanti, patriarca brasileiro, fora por nós já
referida no trabalho “Giovanni di Lorenzo e seu filhos”, editado em nosso blog
em agosto 2012, com referências (5).
Fato
ainda mais importante - estes documentos que incluem duas cartas e pelo
menos dois outros textos da autoria deste jovem Giovanni di Giovanni Cavalcanti
seriam a primeira indicação, por documentação concreta, da
participação de um dos filhos do comerciante de artes e diplomata informal,
Giovanni di Lorenzo Cavalcanti - do ramo Cavalleschi que vem parar no Brasil-
em atividades anti-medici e tratativas conspiratórias em Florença no século
XVI.
É verdade
que o ramo “Cavalleschi” dos Cavalcanti já tinha sido por nós referido na
luta anti-medici a partir da atuação do patriarca do ramo. Após a morte do papa
Leão X, seu protetor, e com bens arrestados em Florença, o mecenas e diplomata
informal Giovanni di Lorenzo Cavalcanti atuara na Segunda Republica (1527-1530) buscando atrair o apoio do seu antigo
amigo, o rei inglês Henrique VIII, com quem já privara, para a causa
florentina. Giovanni di Lourenço
(John Cavalcanti, quando em Londres) durante
a Segunda Republica havia colaborando com sua parentela ampla, os Mainardo
Cavalcanti, e buscara o apoio do rei inglês tentando atraí-lo por sua atividade
de mecenas, ao retomar antigos projetos artísticos para o seu mausoléu. Além desta comprovada ação do patriarca do
ramo, também a tradição oral da família é insistente em afirmar que Filippo di
Giovanni Cavalcanti, seu filho primogênito, viera para o Brasil procurando
evadir-se por participação numa Conspiração anti-medici (6).
Agora, além do jovem caçula do ramo brasileiro Giovanni di Giovanni Cavalcanti - “Gio ou Gnco”- reconhecemos inúmeros outros nomes de elementos e famílias citados com seus respectivos codinomes nesta documentação - o de seu próprio parente de linha materna, Filippo Mannelli, em código referido como “Tiberio Ciaverco”; um da família Ridolfi, Ruberto, como “Fausto” e “Fausto Imperiere”; os Frescobaldi como “casati” “Doralice”; os Pucci, “Radiponii”; os Antinori, “Bambolini”; os Martelli em código “Balenci”. Até mesmo importantes famílias de poderosos e decididos banqueiros florentinos, sempre atuantes em ações anti-medici: os Strozzi, os Albizzi, os Gondi, del Bene, Nasi - famílias todas citadas em listas e indicadas com codinomes - famílias sobre as quais muito havíamos pesquisado e que já há muito nos havíamos referido em nossos trabalhos (7).
Famílias que
observamos especialmente punidas e reprimidas depois da Conspiração descoberta
de 1559, muitas delas com membros em
fuga pela Europa, para locais longínquos. É o caso dos próprios Manelli,
parentes maternos dos Cavalcanti que também vêm parar no Brasil. Os Manelli
citados em código das “casati” como “Raveresi”.
Ao analisar
uma das cartas de Giovanni di Giovanni Cavalcanti, carta enviada de Paris datada
de outubro de 1560 e dirigida a seu amigo Bernardo Cambi, jovem ciente e
participante dessas Conspirações, com nome em lista – somos surpreendidos por uma referência ao
seu próprio irmão Felipppo, nesta ocasião já saindo da Itália em transito pela Espanha, e ainda por
uma interessantíssima descrição de uma viagem
sua à Inglaterra.
O jovem
Giovanni saído de Paris para Londres - calculamos com uns vinte e cinco anos – aí
estaria espera de um companheiro que nomeia em código como “Lucintoldo Giambarda” para a realização
de algum contato com a corte inglesa, aparentemente um arranjo matrimonial do
companheiro com a rainha inglesa Elizabeth I. Uma das listas decodificadas refere Lucintoldo Giambarda como Iacunm
Bacciolto Gondi - que identificamos como membro da família Gondi de
importantes banqueiros estabelecidos na corte de Versailles, e desta ocasião da
corte francesa atuando intensamente contra os Medici.
Apesar da
pouca idade, o jovem Giovanni se deslocava, como se depreende nesta carta, com
a desenvoltura de um prático cortesão renascentista como seu pai e seus irmãos
- movimentando-se entre Paris, Flandres, a corte inglesa, de volta à Paris e
ainda à Lyon - cidades onde sabemos se refugiavam e se concentravam os
"fuoriusciti” florentinos que sabemos exilados ou em fuga de Florença (8). Assim sendo, podemos supor que o jovem
Giovanni fosse também um "fuoriusciti", um refugiado florentino em
muito oportuna viagem para a Inglaterra, deslocando-se aventurescamente a
serviço de cortes nas proximidades do ano de 1560 - e na corte de Elizabeth I
muito precocemente manifestando de forma clara suas preferências pelo regime
republicano.
Pela correspondência em código de Giovanni
di Giovanni fica ainda evidenciada a própria simpatia desta rainha inglesa pela
causa republicana, manifestando a culta Elizabeth
I leitura já de intelectuais precursores republicanos modernos como Píer Vettori - autor referido
abertamente na carta. Esta rainha ainda demonstrando muita simpatia por outras
personalidades citadas em código – a que tudo indica, personalidades de seu
pleno conhecimento. Giovanni di Giovanni Cavalcanti como que dando ciência a
esta corte inglesa dos acontecimentos ocorridos em Florença após a descoberta
da Conspiração de 1559.
Lembramos que
as cortes inglesa e francesa haviam abrigado inúmeros “fuoriusciti” - entre
eles o celebre exilado Luigi Alammani, abrigado na corte de Versailles; onde
também estivera desde os anos 1530 o
próprio parente da família ampla Bartolomeo Cavalcanti, messer Bartolomeo referido na carta de Giovanni – famoso
conspirador, mais tarde protegido ainda na corte de Pádua onde vem a falecer. O
famoso conspirador da família Caponni, Piero di Alessandro Capponi, assassinado
na França pelos mercenários dos Medici em 1582
teria sido mesmo sepultado na Inglaterra - corte, onde lembramos mais uma vez,
já se haviam abrigado os Cavalcanti do ramo brasileiro. Ainda fugitivos exilados até mesmo na
Polônia depois de 1575, entre eles
da família Alammani, os Volusii, um Domenico.
Por
nossos já prolongados estudos sobre estas Conspirações florentinas podemos
concluir que as documentações desta Academia, aparentemente uma Academia
voltada a assuntos literários, correspondessem a cartas m códigos
especialmente relacionados ao período da Conspiração
Pucci e Cavalcanti de 1559, pois
as cartas de Giovanni di Giovanni Cavalcanti estão datadas de 1560 e 1561, e ainda uma importante carta de Bartolomeu Cavalcanti, datada
do mês de agosto de 1556 – carta
altamente secreta, dirigida ao Duque Otávio Farnesi codificada em números, com certeza referida já
aos seus desesperados planos que envolvem a família Farnesi nestas tramas - ocasião do preparo
da conspiração por fim descoberta em 1559,
quando foram severamente punidos Pandolfo Pucci, degolado, e o parente Stolto
Cavalcanti decapitado com Puccio Pucci (9).
Esta documentação na BNF da Accademici e altro del Piano" estaria relacionada, portanto, a fatos ocorridos por ocasião da Conspiração liderada pelos e Cavalcanti e Pucci, próximo ao ano 1559. Mas
estes documentos poderiam também ter referência a comunicações e
comprometimentos ainda próximos ao ano de 1575
- ano da ultima Conspiração em
Florença liderada por Orácio Pucci, filho de Pandolfo, e Pierino Ridolfi - conspiração igualmente descoberta, seus lideres também
sacrificados (10).
Momento que corresponde aos estertores da Republica Florentina - Republica
que fora transformada pela família Medici, por fim, num Grão–Ducado.
Notas
(1) Os
documentos atribuídos aos “Accademici e
Altro del Piano” foram coletados, copiados e reproduzidos fotograficamente pelo
pesquisador da família Cavalcanti na Europa, Marcelo Bezerra Cavalcanti, da Biblioteca
Nacional de Florença (CATALOGO DEI MANOSCRITTI POSSEDUTI DAL MARCHESE GINO
CAPPONI (1845 - FIRENZE) e publicados em 2015 no seu blog http://cavalcantis.webs.com/archiviodistato.htm
Tradicionalmente estes documentos são referidos a uma academia literária
criada em meados do sec.XVI com o objetivo de sistematizar a linguagem toscana
- a exemplo, pouco mais tarde, dos “Accademici della Crusca” - academia já desenvolvida
de modo claro a partir de um grupo de intelectuais anti-medici que em 1612 publica
a primeira edição do “Vocabulário degli Accademici della Crusca”.
(2) Esta Accademia del Piano teria esse
nome por Iacopo Pitti fazer etapas, paradas, “adunarsi che faceva nel piano di
Ripoli, suburbio di Firenze” segundo informações
do Dizionario General de Scienze, lettere, arti, storia, geografia,
Turino, 1863, pg. 589. Iacopo Pitti foi autor entre 1570 e
1575 de uma “Apologia de'Cappucci” – defesa da posição de sua facção política
contra acusações dos “ottimati” da família Guicciardini. Comentários
sobre da obra de Iacopo Pitti e suas posições políticas liberais em contraposição
aos Guicciardini obtidos na Enciclopédia Italiana Treccani. Este sério e sério trabalho
enciclopédico italiano cita ainda sobre Iacopo Pitti a bibliografia no Archivo
Storico Italiano, s. 1ª, I (1842), e IV, ii (1853). Cfr. A.
Giorgetti, Il Dialogo di Bartolomeo Cerretani fonte
delle "Istorie fiorentine" di J. P., in Miscellanea
fiorentina di erudizione e storia, I (1886); E. Fueter, Geschichte d. neueren
Historiographie, 2ª ed., Monaco-Berlino 1925”.
(3)
A
predominância econômica, social e política dos
Medici a partir do sec. XIV foi muito bem analisada pelo historiador Nicolau
Maquiavel em sua obra Historia de Florença. Sobre os reflexos deste processo de
dominância na Republica de Florença no sec.XVI a que se opunha também grande
parte da família Cavalcanti, consultar nossos artigos “Medici X Cavalcanti”,
publicado no 4shared, em 2011, e nesta revista com todas as fontes rigorosamente referidas, também
“Conspiração Pucci e Cavalcanti”, inclusive a 2ª parte, “Conspiração Pucci e
Rodolfi”, publicado em 2010, no blog www.rosasampaiotorres.blogspot.com/ , ainda o recente "Maquiavel", publicado no blog e nesta revista em 2024.
(4) Sobre os
nossos trabalhos já dedicados às conspirações anti-medici no fim do século XVI
em que por fim modo amplo toda a família Cavalcanti esteve envolvida, consultar
“Conspiração Pucci & Cavalcanti”, inclusive uma 2ª parte, “Conspiração
Pucci & Rodolfi”, publicado em 2010 no blog www.rosasampaiotorres.blogspot.com/ Ainda o artigo “Medici X Cavalcanti”, publicado no
4shared, em 2011, com todas as fontes rigorosamente referidas. Também os artigos
específicos “Giovanni di Giovanni Cavalcanti e seus filhos”, publicado em 2012,
e “Filippo di Giovanni Cavalcanti” em 2013, no mesmo blog. Nossos outros artigos,
que perifericamente tratam também deste assunto, “Bartolomeo di Mainardo
Cavalcanti” e “Rebecca ao Pozzo”, foram já editados por esta Revista , e no blog - o
primeiro no numero de setembro de 2015 e o segundo em janeiro de 2016.
(5) No artigo
“Giovanni di Lorenzo Cavalcanti e seus filhos”, publicado no ano de 2012 no blog.
www.rosasampaiotorres.blogspot.com/ já indicávamos a possível
existência deste seu filho caçula. No artigo específico sobre o jovem “Giovanni
di Giovanni Cavalcanti”, recém editado em 2015 e baseado na análise profunda dos
documentos desta Academia, também editado em www.rosasampaiotorres.blogspot.com/, tentamos discutir e aprofundar o tema de seu nascimento
no exílio, citando fontes, ainda analisar com detalhes sua correspondência e atuação.
(6) O
primeiro dos nossos trabalhos a respeito da atuação anti-medici do comerciante
de artes e diplomata informal Giovanni di Lorenzo Cavalcanti foi “Giovanni di
Lorenzo Cavalcanti e seus filhos”, publicado em nosso próprio blog em 2012. Já
“Rebecca ao Pozzo”, igualmente sobre este ilustre cortesão e diplomata informal,
editado por esta Revista e no blog em janeiro de 2016 - ambos os artigos usando como
fonte Cinzia M. Sicca - artigos “Consumption of art between Italy and England
in the first half of tht sixteenth century: the London house of the Bardi and
Cavalcanti”, “Renaissance Studies”, vol. 16, pg. 163-201, junho de 2002 e “Pawns
of international finance and politics: Florentine scultors at the court of
Henry VIII”, Renaissance Studies, vol. 20, no. 1 2006. Alguns de nossos
trabalhos publicados tratam ainda do mesmo tema.
(7) Em texto
detalhado de análise destes documentos da “Accademia”
que inclui várias e longas listas de personalidades e “casati” - comentaremos
detalhadamente cada uma delas, quase todas já por nós conhecidas, a maioria da
vezes citadas em nossos vários trabalhos anteriores - personalidades e famílias
a comprometidas contra os Medici nas lutas republicanas e anti-medici pelo
menos desde o século anterior, passando muito ativas pela Primeira e Segunda
Republicas, ainda pelo episódio de Montemurlo
(1537) e na luta pela Republica de Siena entre 1554/55, desdobrando-se até 1559. Ao fim do século ainda atuantes na “Conspiração Pucci e Cavalcanti” de 1559 e na “Conspiração Pucci e Ridolfi” de 1575 - conspirações que,
detidamente, havíamos estudado. Oportunamente, publicaremos o texto detalhado
de analise destes documentos, trabalho talvez ainda útil para historiadores
italianos e europeus. Já o nosso recente
artigo “Giovanni di Giovanni Cavalcanti (c. 1535-d. 1587)” é fruto da análise
destes documentos, editado em setembro de 2015 em www.rosasampaiotorres.blogspot.com/
(8) A cidade
de Lyon na França é o local de envio da outra carta de Giovanni di Giovanni
Cavalcanti ao amigo Bernardo Cambi, escrita em 1561. Constante nesta documentação
e editada no blog de Marcello Bezerra Cavalcanti http://cavalcantis.webs.com/archiviodistato.htm.
(9) A família Pucci fora aliada dos
banqueiros Medici e enriquecera por isso. Entretanto, atuou contra os mesmo Medici
depois da punição sofrida por um tio de Pandolfo Pucci, Bertoldo Corsini,
executado em 1555 por incitação aos
sienenses e ajuda econômica a Republica desta cidade sitiada. Cortesão de
Cosimo I de Medici, Pandolfo Pucci foi em 1555
aliciado em Florença pelo cardeal Farnesi para a conspiração de 1559, de Roma agindo também em
articulação o já notório conspirador Bartolomeo di Mainardo Cavalcanti.
Descoberta a conspiração, como punição Pandolfo foi degolado; seu parente
Puccio Pucci, magistrado, decapitado com os jovens Stolto Cavalcanti e Lorenzo
Jacobo Medici (Salviati?). Ver detalhes
no nosso artigo “Conspiração Pucci e Cavalcanti de 1559”, notas 25 e 26. Ver também
continuação na nota seguinte.
(10) O filho
de Pandolfo, Oracio Pucci, por sua liderança na conspiração contra os Medici que
dá sequência aos episódios acima, foi também decapitado na Conspiração Pucci e Ridolfi de 1575.
Dois outros filhos de Pandolfo - Alessandro e Emilio - também teriam sido
assassinados: um quando buscava proteção do papa Clemente VIII e o outro por um
serviçal (fonte Ross, Janet - Florentine Palaces and theis Stories, s/d, pg
237. Os nomes Alessandro e Emílio referidos na tabela genealógica de Jean Boutier).
O jovem Pierino Ridolfi também um dos líderes nesta Conspiração de 1575 foi caçado por toda a Europa e
morto em março de 1577. Um bisneto de
Nicolau Maquiavel, Ristoro di Ristoro Machiavelli, teria também participado da
conspiração de 1575. Foragido, foi
capturado e decapitado mesmo “em suplicio” no ano 1577 - sua cabeça colocada em lança. Referido em nosso trabalho "Maquiavel". Os membros da família Capponi foram sistematicamente perseguidos e alcançados. Para detalhes destas ultimas
conspirações em Florença no final do sec. XVI consultar nossos trabalhos “Medici
x Cavalcanti” e “Conspiração Pucci e Cavalcanti” com fontes
sempre citadas. A parte referida à Conspiração Pucci e Ridolfi, em que até
mesmo identificamos a participação indireta das belíssimas moças da família
Medici, é uma tentativa de complementação e de melhor contextualizar o trabalho
do historiador Jean Boutier, no seu artigo “Trois conjurations Italiennes:
Florence (1575), Parme (1611), Gênes (1628)” in Melange de l´ Ecole
française de Rome, Italie et Méditerranée, T. 108, n 1, 1996, pg. 319-375 pdf
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