MAQUIAVEL
MAQUIAVEL
“Para
compreender a obra de Maquiavel é necessário penetrar seu tempo histórico,
acompanhar os dias de Florença em época já revolucionária”
(Rosa
Sampaio Torres - Facebook, agosto de
2023).
(Foto1)
Símbolo das liberdades civis da cidade de
Florença.
Estátua Inaugurada em 8 de setembro de
1504.
Niccolò di Bernardo dei Machiavelli nascido em Florença em 3 de maio de 1469, falecido também em Florença em 21 de junho de 1527 - filósofo, historiador, poeta, diplomata e músico. Viveu no período do chamado Renascimento. É reconhecido como fundador do pensamento e da ciência política moderna, segundo o filósofo Leo Strauss (1899 — 1973) (1).
“Com o fim da Primeira República inovadora e socialmente
radical de Savanarola, quando objetos de luxo foram até mesmo queimados nas
praças, voltaram os florentinos à razão em 1513 - e os Medici novamente ao
poder” (2).
Os Médici
prestigiados agora por um papa na família, Giovanni Medici, papa Leão X. Leão X indica então seu irmão Giuliano
Medici ao mando em Florença, além de elevar seu amigo íntimo e “gentleman
usher”, Giovanni di Lorenzo Cavalcanti a seu “cubiculari’, seu
“camaliere segreto papal”, defensor de seus interesses na corte de Londres,
Lembramos que Leão X em seus primeiros dias de
papado havia indultado os presos políticos entre eles Nicolò di Bernardo
Machiiavelli, responsável pela segunda Chancelaria florentina. Maquiavel havia sido demitido em
novembro de 1512 de sua colocação na Chancelaria,
multado em mil florins de ouro e proibido de se retirar da Toscana durante um ano. Recebeu como outros indulto papal,
mas não um indulto pleno (3).
Nicolò havia participado ativamente do
segundo momento da Primeira República anti-medici (1498-1512) com importantes
atuações na Chancelaria, encarregado de vários contatos diplomáticos com a
França e até mesmo o Sacro Império, ainda responsável pela formação de uma
milícia para a defesa da cidade - milícia que seria garantidora das conquistas republicanas
frente à forças externas. Sentindo os perigos externos e
conhecendo a ineficiência das tropas mercenárias, Maquiavel solicitara a Pier
Soderini, então o “gonfaliero”, a permissão para criar um exército formado
por cidadãos de Florença (4).
Estas tropas teriam sido por fim utilizadas para à guerra contra Pisa.
Mas quando a República florentina declarou-se a favor dos pisanos cismáticos, o ainda papa
Júlio II mandou o cardeal Giovanni Medici resolver a questão em Pisa com o
auxilio de tropas espanholas ocasionando um saque violentíssimo da cidadezinha
de Prato, vizinha de Florença. O episódio, associado à invasão dos
espanhóis, acabara por desestabilizar a primeira República florentina (5).
Porém, com a volta dos Medici prepotentes ao
poder em 1512 a contestação florentina aos Medici não esmorecera.
Já no começo do ano seguinte, em 1513, o
poderoso Giuliano Medici é contestado com uma nova conspiração que leva dois
condenados à morte: Agostino Caponni e Piero Paolo Boscoli.
Por esta conspiração Niccolò
Maquiavelli teria sido mais uma vez punido, desta vez preso por 22 dias, talvez
injustamente - e nesta ocasião foi mesmo
torturado (6). Capponi e Boscoli acusados de
conspirarem contra o governo, um deles deixara cair involuntariamente uma lista
de nomes de possíveis adeptos do movimento republicano entre os quais estava o
de Maquiavel - que assim foi preso e torturado (7).
Sabemos que Maquiavel depois de solto seguiu
para o interior, para uma propriedade da comuna de San Casciano dei Bagni,
província de Florença.
No inicio de 1513 Niccolò Maquiavelli, ainda muito traumatizado, pretendeu novamente
a proteção política e compreensiva do papa Leão X. Maquiavel talvez imaginasse que Leão X pudesse
ajudá-lo na continuação de sua atividade intelectual e fosse sensível à causa
republicana - ele um “popolano“ como seus parentes do ramo Pierfrancesco (8).
O episódio em que
Niccolò Machiavelli no início do ano de 1513 tenta um contato e o novo apoio de
Leão X é relatado pela historiadora inglesa Cinzia M. Sicca. Neste episódio participou seu “gentleman usher”,
Giovanni di Lorenzo Cavalcanti do ramo que vem para Brasil, negando o acesso do
emissário de Machiavelli ao papa (seu irmão frade Totto), pretextando estar
este “descomposto” (9).
Uma famosa troca de
cartas entre Francesco Vettori (1474-1539) e Maquiavel, antigos amigos e companheiros de
missões diplomáticas, poderá esclarecer melhor esta
situação. Maquiavel um diplomata, um
intelectual havia sido torturado e se percebia abandonado por ex-companheiros –
enquanto o próprio Soderini, observamos, conseguirá ser protegido por Leão X em
Roma (10). E Vettori, agora embaixador florentino
em Roma junto à corte pontifícia de
Leão X, comunicara-lhe, abatido, por carta não ter conseguido incluir seu irmão
Totto Machiavelli (1475-1522) no círculo de favorecidos de Leão X, conforme
pedido de Niccolò.
Em resposta a Vettori, em carta de 30 de
março de 1513, Maquiavel confessa:
“Sua última carta deprimiu-me mais que a “corda” [que o havia torturado], e me
dói qualquer pensamento seu de que eu esteja alterado, não de minha parte, que
estou consciente de não desejar mais coisa alguma com paixão, mas por você. Peço-lhe
que imite os outros, que com audácia e astúcia, mais do que com engenho e
prudência, encontram o seu lugar; e quanto àquela história do Totto,
desculpe-me se ela lhe incomoda. Por outro lado, não me ocupo mais com isso, e,
então, se não se pode arrolá-lo, que role [role-se, gire-se, passe adiante]; de
uma vez por todas lhe digo que para tudo o que lhe pedi não compre briga
alguma, porque eu, não obtendo tais coisas, não sofrerei mais por elas”.
A
‘corda“ a que refere Machiavel no
texto é a corda em que fora torturado, pendurado pelos punhos durante sua
prisão. Machiavelli havia sido “submetido a uma espécie de tortura conhecida
como “strappado”, a qual consiste na amarração dos pulsos da vítima às costas,
também presos a uma corda que passa por um lugar alto. O movimento de suspensão
e brusca descida da pessoa forçava o deslocamento de seus ombros” (11).
A tradutora e recente
comentarista desta resposta de Maquiavel, carta datada de 30 de março de 1513,
ressalta, porém: “A importância da resposta a Vettori não reside no comentário
acerca da não realização do favor, mas no fato de Machiavelli afirmar que
não sabia fazer outra coisa além de refletir sobre política, e que ele ou prosseguiria com isso ou ficaria quieto.
Como se sabe, ele prosseguiu com suas idéias políticas e no final do mesmo ano informava
em missiva a Vettori a elaboração de “O Príncipe”, da qual se ocupara durante
seu período no campo” (12).
Em famoso trecho de uma carta posterior, de 10
de dezembro de 1513, Maquiavel descreve com extraordinária verve as difíceis condições de
sua rotina diária no campo, e como ainda
escrevia após o fracasso
revolucionário (13).
“Chega então a hora do almoço em que, com
minha família, como aquela comida que esta pobre casa e o patrimônio parco
permitem. Uma vez alimentado, retorno à estalagem; aí são meus companheiros, em
geral, um açougueiro, um moleiro, dois oleiros. Com estes me embruteço durante
todo o dia, jogando cartas, e daí nascem mil disputas e uma torrente de
palavras injuriosas; e o mais das vezes se briga por uma ninharia, e até de San
Casciano já nos ouviram gritar. Assim, rodeado por esses sovinas, tiro o
mofo do cérebro e me desabafo contra a malignidade da minha sorte, contente
de que ela me espezinhe dessa maneira, para ver se no fim ela acabará se
envergonhando de me tratar assim.
Chegada a noite, regresso a casa e entro em
meu escritório; à entrada despojo-me das roupas cotidianas cobertas de lama
e pó, e me cubro com vestes reais e apropriadas; e, assim vestido
condignamente, entro nas antigas cortes dos homens antigos, onde, recebido por
eles amavelmente, me alimento daquelas iguarias que me são próprias e para as
quais nasci; onde não me envergonho de falar com eles e de lhes
perguntar pelas razões de suas ações; e eles, bondosamente, me respondem; e
durante quatro horas não experimento qualquer cansaço: esqueço todas as
preocupações, não temo a pobreza, não me amedronta a morte; transfiro-me
totalmente neles”.
Casa de Maquiavel no distrito de Sant'Andrea
in Percussina comuna de San Casciano dei Bagni,
onde teria permanecido até sua morte.
Aqui devemos lembrar as reais condições
de vida de Maquiavel e de sua antiga família.
No século anterior, sec. XV, a família Maquiavelli gozara de influência e boa situação
financeira. Entretanto, em meados do século Girolamo Machiavelli e
Piero Machiavelli foram desterrados por não aceitarem o governo de força
instituído por Luca Pitti, com o apoio de Cosmo de Medici. E Girolamo
teria mesmo sido morto em 1459 no
cárcere de um rival - fato revelado pelo próprio Machiavel em seu livro História de Florença (14).
Portanto, a família Maquiavelli como muitas outras famílias
prestigiosas e influentes opondo-se aos Médici já havia perdido sua condição financeira.
Nicolau seria o terceiro de quatro filhos do endividado Bernardo di Machiavelli
e Bartolomea de' Nelli.
Nicolau casado em 1501 com Marietta di Luigi
Corsini teve ainda prole numerosa, pelo menos seis
filhos: Bernardo, Ludovico, Piero,
Guido, Bartolomea e outra menina morta na primeira infância (15).
No ano de 1513 mesmo com todas as suas dificuldades
Nicolau se empenha em escrever o livro “Do Principado” - sua obra mais
conhecida, obra somente editada quase vinte anos depois em 1532 com o título de
“O Príncipe”. Este livro foi dedicado ao jovem Medici, Lourenço II,
como estímulo, pois Maquiavel ainda demonstrava esperança neste mais novo
Lourenço para a realização de uma política em benefício da Florença - para que
a cidade se mantivesse republicana e independente (16).
Para nós, a modernidade de “O Principe”, de início intitulado “Do Principado”, está na explicitação de uma certa “amoralidade”
- amoralidade que Maquiavel via necessária a um líder de “virtù” - amoralidade capaz de ser expressa nesta época
renascentista, já frouxas as amarras da autoridade papal. Sabemos que além dos
questionamentos cismáticos em Pizza, pouco depois ocorrem os questionamentos de
huguenotes e calvinistas.
Inúmeros filósofos ainda hoje se
debruçam sobre esta sua obra (17). Filósofos
modernos e contemporâneos interpretam e vêem o Príncipe ora como o
Partido (Antonio Gransci), ou como o próprio Povo (Pierre Bourdier, Leford); Eric Voegelin (1901-1985),
porém, vê Maquiavel como fruto de uma ”Era da Confusão”, quando os
fundamentos da civilização Ocidental estariam ruindo em torno dele (18).
Em meio a tantas
dificuldades, mas com rara persistência
intelectual, Maquiavel em 1517 ainda escreve Os Discursos
sobre a Primeira Década de Tito Lívio.
Seguindo a obra do romano Tito Lívio ele analisa como os Estados surgem,
se mantêm, e decaem. Nesta obra ele tenta comparar as instituições da
antiguidade, em especial as da Roma clássica com as de Florença (19).
Entre
os trabalhos escritos nesse período estão o poema Asino
d'oro (1517) e a peça A Mandrágora (1518),
uma comédia, considerada obra prima literária. Foi nesse período que Maquiavel
conheceu os escritores do chamado “Jardim Rucellai” e se aproximou do escritor
e político Francesco Guicciardini, apesar de já conhecê-lo há tempos (20).
O “Jardim Rucellai” um círculo de literatos que conspiravam novamente de forma ,
como ficou provado pouco depois em nova conspiração descoberta em 1522 (21).
Entre 1519 e
1520, Maquiavel ainda escreveu Dell'arte
della guerra ("A Arte da Guerra"), obra clássica onde dá
conselhos sobre como manter uma força militar, e mesmo defende que o preparo
militar dos cidadãos é necessário para que eles e seu Estado mantenham a
liberdade.
Entretanto, já no ano de 1520 Maquiavel
acaba por dobrar-se financeira e intelectualmente aos prepotentes Médici.
E aceita escrever uma História de
Florença obra dedicada ao papa Médici, Clemente VII, pela quantia de 100
florins anuais por dois anos – contrato renovado por mais dois anos, com
acréscimo de 120 florins, recebidos pelo “Studio de Florenza”. Na dedicatória
realizada em 1525 Maquiavel se confessa “humilde servidor” do papa e ao final
elogia abundantemente Lourenço, o Magnifico (22). Para agradar os Medici a obra, como se esperava, não seria simpática aos
Cavalcanti – estes por vários de seus ramos já desafetos dos Medici.
A utilização da expressão “Seu humilde
servidor”, temos como no mínimo irônica. Maquiavel certamente não respeitava
mais o papado, ainda que não fosse ateu ou agnóstico – como de resto o
demonstrara o cavaleiro Cavalcanti Cavalcante já no século XIII colocado no
Inferno por Dante. Talvez Maquiavel ainda cresse em Deus (23).
Naquele
momento “todos odiavam [Maquiavel]. Os bons o achavam mau, os maus ainda
mais mau do que eles” (24).
Na Segunda Republica Florentina - segunda
tentativa de revolução social e republicana de 1527 - Maquiavel se viu agora
sem espaço político. Ainda que Maquiavel contasse, como sabemos, com a simpatia
do jovem e decidido Bartolomeo
di Mainardo Cavalcanti,
membro já francamente republicano da família Cavalcanti.
Bartolomeo pouco antes da chamada
Segunda
Republica teria até mesmo com ele
se correspondido -
uma dessas cartas comprovadamente
de 1 de novembro de 1526 (25).
Nesta segunda experiência republicana de
1527-1530 pontificaram Niccoló Capponi,
Mainardo Cavalcanti e seu filho Bartolomeo – e agora também participaram
todos os ramos dos Cavalcanti, inclusive nosso ancestral Giovanni
(John) di Lourenço Cavalcanti, antigo “camalieri “ do papa Leão X, já
falecido.
A Segunda Republica
Florentina foi episódio republicano também radicalizado - igrejas já em risco e
a pequena Catarina de Medici, refém, ameaçada por populares. Com o sítio de
Florença pelo imperador Carlos V do Sacro Império, temos a resistência
desesperada desta Nova República, logo exaurida pela peste. A cidade
sitiada pelas forças de Carlos V resistiu por onze longos meses. Os
Cavalcanti republicanos decididos, Mainardo di Bartolomeo Cavalcanti e seu
filho, Bartolomeo di Mainardo Cavalcanti, participaram desta fase republicana
como lideranças, ainda que tentando evitar maiores radicalizações. Em meados
de 1530 Mainardo Cavalcanti e Baglione Malatesta defenderam por fim a capitulação
da cidade às forças de Carlos V. Milhares de corpos jaziam insepultos fora dos
muros de Florença e a pequena Catarina de Medici, refém da Republica, orfã
de Lorenzo II educada em conventos ameaçada de morte pelos populares radicais –
Catarina, afinal libertada pela rendição da cidade (26).
Ainda que Maquiavel tivesse falecido no
ano de 1527 sem mais gozar de espaço político para a ação - como ativista
político pessoalmente abatido ou mesmo vencido, a sua família Machiavelli não teria
ainda se dobrado aos Médici - pois de longe vinha lutando contra sua
prepotência. Dois dos filhos de
Maquiavel, Ludovico, com fama de
insubordinado, e Piero haviam sido mortos durante o assédio de Florença por
uma republica livre (27).
Os anos
seguintes à morte de Maquiavel foram anos ainda de resistência aos Médici, apesar
da grande exuberância cultural em Florença - observamos que inúmeras famílias
(“casatas”), como as politicamente reprimidas - Salviati, Alammani,
Soderini, Machiavelli, Capponi, Cavalcanti, Strozzi,
e muitas outras - mesmo exiladas em cortes estrangeiras continuavam
comprometidas na luta em defesa do antigo sistema republicano da cidade,
tentando obstar o projeto hegemônico dos Medici. Neste sentido, muitas dessas
famílias florentinas continuam ativas, como nos episódios da tentativa de
tomada militar de Montemurlo aos Médici (1537); na trágica guerra de
defesa da Republica de Siena, cidade vizinha (1554/55); nas derradeiras e
desesperadas Conspirações em Florença nos anos de 1559 (28) e 1575 (29); e
mesmo em constantes tramas de elementos de famílias rebeldes participantes de
uma academia literária, “Academia del Piano” - “casatas” que tiveram seus nomes
relacionados em código, como observamos em trabalho recente (30).
A família Machiavelli esteve associada
por casamento a outras famílias rebeldes florentinas como os Capponi e Alamanni
- sua presença assinalada ao fim do século na tabela genealógica do historiador
Jean Boutier (31). O historiador Paolo Simoncelli cita Nicolò di Giovanni Machiavelli ainda em atividades contestatórias anti-medici
(32).
E, pelo menos um bisneto de Nicolau
Maquiavel, Ristoro di Ristoro
Machiavelli, teria participado da “Conspiração Orácio Pucci e Ridolfi”,
descoberta ao fim do século XVI, em 1575. Foragido foi capturado e decapitado
“em suplicio” dois anos depois dos acontecimentos, no ano 1577 - sua cabeça
colocada em lança (33). Ristoro (+1577) era
filho de Ristoro (1507-1553) e Simone di Ludovico Alamanni - este filho
de Lorenzo (+1539) e Gineva de Ristoro Serristori (34).
A Conspiração da qual fizera parte Ristoro Machiavelli foi descoberta em 24 de abril de 1575 (35).
O líder Orácio Pucci ao ser detido, muito jovem, com vinte e quatro anos, tentou suicidar-se, ferindo-se no pescoço e peito - fato que até sua recuperação permitiu a fuga de muitos conspiradores (36).
Nos planos desses conspiradores, os filhos homens remanescentes e já adultos de Cosme I de Medici seriam assassinados: o grão duque Francisco I, o cardeal Ferdinando e dom Piero em plena via Maggio, na saída de uma festa noturna da qual participariam grandes damas da sociedade, quando o grão-duque se dirigisse a casa de sua amante Bianca Capello. Os conjurados teriam introduzido em Florença pequenos arcabuzes de dardos e veneno (37). Outras informações referem os planos de assassinato de Dom Piero num prostíbulo (38).
Sobre a nova perseguição aos conspiradores, comenta o historiador Jean Boutier
(39):
Dès lors, l’obstination et la violence
que François manifeste dans la traque dès “conjurés¨ à travers l´Europe
jusqu´au coeur des années 1580 révelent, au delà de l’individu et de sa
psycologie, des formes de l´exercice même du pouvoir »
Em nossa
tradução: “A partir de então, a obstinação e a violência que Francisco
demonstrou na caça aos conjurados por toda a Europa até ao coração da década de
1580 revelou, para além do indivíduo e da sua psicologia, as formas mesmo do
exercício de poder”.
Este exercício de poder
violento, muito próximo ao delírio persecutório, a nosso ver pretendia manter a
qualquer custo o Grão–Ducado estabelecido finalmente pelos Medici em seus
primeiros momentos - tarefa para qual haviam colaborado várias gerações de seus
membros. Poder que agora responsabilizava as próprias famílias envolvidas como
um todo nos episódios contestadores, mais do que culpas individuais. Pois
as famílias representam agora a continuidade da luta pela Republica Florentina.
Na conjura de 1575 estiveram envolvidas
famílias tradicionalmente contestadoras dos Medici em Florença, agora em nova
geração: um Cavalcanti, um Girolami, um Bartolomei, um Lenzi,
cinco Capponi, um ou dois Martelli, um Machiavelli, mais um Alamanni, um Medici-Ridolfi,
um Altoviti, um Antinori. A que tudo indica também a participação
de um Frescobaldi, talvez da família da mãe do jovem Stolfo Cavalcanti -
Cavalcanti decapitado na conspiração anterior “Pucci e Cavalcanti” de 1559 (40).
Por fim,
três fugitivos serão alcançados quase dois anos depois e terão
morte pública em “suplicio”, decapitados, na Praça Santo Appolinario em 6
de maio de 1577: Identificamos seus
nomes: Cosimo di Bernardo Rimeri e Ristoro
di Ristoro Machiavelli, suas cabeças colocadas em lança. Ristori
Machiavelli, lembramos, já bisneto do famoso escritor defensor de uma radical
ação republicana (41).
A idéia de uma República Florentina
finalmente destruída.
Fotos
Foto
1- “Davi” da autoria de
Miguelangelo - escultura
frente ao Palazzo della Signoria, sede da governadoria de Florença.
Oficialmente colocada em 8 de setembro de 1504. Por sua natureza heróica, a
estátua simbolizou o sentimento de liberdades civis por que passava a República
de Florença.
Foto
2 - Casa de Maquiavel no distrito de Sant'Andrea
in Percussina, comuna de San Casciano dei
Bagni,
onde teria permanecido até sua morte.
Notas
(1) Strauss, Leo - Reflexões
sobre Maquiavel. Trad. Élcio Verçosa, São Paulo, É Realizações, 2015.
(2) Torres, Rosa Sampaio – artigo
“Médici X Cavalcanti”, editado no 4Sharad e reeditado em 2023 na revista
ConTexto ( https://revistacontextoarteshistgeneal.blogspot.com/ ) Para melhor
entendimento do contexto florentino sugerimos também a leitura de nosso
trabalhos: “Giovanni di Lorenzo Cavalcanti e seus filhos”, “Conspiração Pucci e
Cavalcanti, com 2ª parte “Conspiração
Orácio Pucci e Ridolfi”, publicado no blog
http://rosasampaiotorres.blogspot.com/ e ainda
“Bartolomeo Cavalcanti”, também editado no mesmo blog e na revista InComunidade,
ed.38, setembro de 2015.
(3) Maquiavel em
sua carta de 30 de março de 1513 a Francisco Vettori lamenta não ter recebido indulto
pleno como outros culpabilizados.
(4) As tropas formadas por
Maquiavel teriam desfilado na Piazza della Signoria em 15 de
fevereiro de 1506 e fizeram parte das forças enviadas posteriormente à Pisa,
em 1509. Ver Ridolfi, Roberto - Biografia de Nicolau Maquiavel, São
Paulo: Musa, 1999, pag.107 e seguintes.
(5) Torres, Rosa Sampaio – “Medici X
Cavalcanti”, revista eletrônica ConTexto, nota 19, que refere Garcia, Eladi
Romero – artigo “La Toscana en Tiempos de Cosme I (1519 - 1574)”, Analises
Bibliográfico, Ed. eletronica. PDF. Ao
retornar de Viena com Vettori em 1508 Maquiavel passou a organizar as operações
contra a República de Pisa, vencida em 4 de junho
de 1509, após 15 anos de guerra. Ver Ridolfi, Roberto - Biografia de Nicolau Maquiavel, São
Paulo, Musa, 1999, pag.107 e seguintes. Da experiência com a viagem ao Império,
Maquiavel escreveria o "Ritratti delle cose dell'Alemagna"
(1508-1512).
(6) A prisão,
tudo indica, injusta de Maquiavel é comentada no nosso trabalho “Medici X
Cavalcanti”, revista
eletrônica ConTexto nota 21, citando como fonte Trollope, Thomas Adolfhus - “Fillippo
Strozzi: a history of the last days of the old Italian Liberty”, Howard College
Library, London, Chapman e Hall, 1860, pg.70.
(7) Escorel,
Lauro - Introdução ao pensamento político de Maquiavel. Brasília:
Editora Universidade de Brasília, 1979, p. 19.
(8) Sobre Leão X e suas tendências “popolanas”, lembramos que o governo de
Lorenzo II orientado por Leão X fora cauteloso com a elite florentina.
Leão X teria até mesmo tentado atrair o ramo já republicano dos Mainardo
Cavalcanti para a esfera Medici com encomendas de seda entre 1512 e
1513. Ver Sicca, Cinzia M. – artigo “Pawns of international finance and
politics: Florentine scultors at the court of Henry VIII, Renaissance Studies,
vol. 20, no. 1, 2006, pg.12. Fato citado no nosso trabalho editado no blog
“Giovanni di Lorenço Cavalcanti e seus filhos...”, nota 10.
(9) O episódio no qual o nosso
Giovanni di Lorenzo Cavalcanti participa como “gentlement usher”,
acompanhante do papa Leão X é referido
em Torres, Rosa Sampaio – artigo “Médici X Cavalcanti”, nota 116, citando
Sicca, Cinzia M. – Artigo “Consumption and trade of art beetween
Italy and england in the half of the sixteenth century: the London house of the
Bardi and Cavalcanti company” in Renaissance Studies 16, no2, 2002, pg.
169. Sobre a pretensão de Machiavel ser protegido novamente por Leão
X, consultar também a carta de Nicolo Machiavelli a Francisco Vettori, 13 de
março de 1513, comentada in Pires, Francisco Murari “Maquiavel e Tucídides”,
ed. Eletrônica, on line. Mais sobre o apoio de Leão X a Giovanni di Lorenzo
Cavalcanti, Torres, Rosa Sampaio citado “Giovanni di Lorenzo Cavalcanti e seus
filhos”, em www.rosasampaiotorres.blogspot.com/. Ver ainda texto
abaixo.
(10) Consultar sobre Pier Soderini pelo menos a Wikepédia, que sobre ele afirma textualmente:
“Mas em 1512 os Médici regressaram à Florença com a ajuda de um exército
espanhol, depuseram Soderini e levaram-no ao exílio. Ele então efugiou-se em Orašac (perto de
Dubrovnik) na Dalmácia, onde permaneceu até a eleição do Papa Leão X, que o
convocou a Roma e lhe conferiu muitos favores. Soderini viveu em Roma o resto
da vida e trabalhou pelo bem de Florença, porém nunca mais foi autorizado a
regressar. Morreu em Roma em 1522 e foi sepultado na igreja de S. Maria del
Popolo.”
(11) A descrição deste
tipo de tortura, o “strappado”, registrada na recente tradução da carta de 30
de março de 1513 por Eliziane Mara de Souza, na nota 4. Eliziane de Souza é
doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Estudos da Tradução, Universidade
Federal de Santa Catarina, E-mail: <eliziane.mara@gmail.com.
(12)
Tradução, introdução e notas da carta de Maquiavel de 30 de março de 1513,
trabalho recentemente realizado por Eliziane Mara de Souza, Doutoranda do
Programa de Pós-Graduação em Estudos da Tradução Universidade Federal de Santa
Catarina E-mail: <eliziane.mara@gmail.com>
Programa de Pos-Graduação em Letras Neolatinas, Faculdade de Letras – UFRJ Av.
Horácio Macedo, 2151, Cidade Universitária, CEP 21941-97 - Rio de Janeiro,
Brasil - E-mail: alea.ufrj@gmail.com/ A carta original utilizada para tradução publicada em Storia
Europea della letteratura italiana. Torino: Einaudi. 2009: 551.
(13) A carta de
Maquiavel de 10 de dezembro de 1513 é também comentada recentemente pelo
filósofo Olavo de Carvalho em Maquiavel
ou A Confusão Demoníaca, Vide Editorial, 2011.
(14) Nicolò Maquiavel - História
de Florença - ed. Musa,1998, p. 333 e nota.
(15) Ridolfi, Roberto - Biografia de
Nicolau Maquiavel, São Paulo, Musa Editora, 2003, p.19. Sobre seus filhos, opus
cit., pag. 269, notas 22 a 24. Ver
neste trabalho também nota abaixo 27.
(16) Fonte enciclopédica
Wikepédia bem balizada por fontes, com bibliografia e relação completa dos
trabalhos de Maquiavel afirma: “O "Príncipe" é
provavelmente o livro mais conhecido de Maquiavel e foi completamente escrito
em 1513, apesar de publicado postumamente em 1532. Teve origem com a união
de Juliano de Médici e do papa Leão X, com a
qual Maquiavel viu a possibilidade de um príncipe finalmente unificar
a Itália e
defendê-la contra os estrangeiros, apesar de dedicar a obra
a Lourenço II de Médici, o mais jovem de forma a estimulá-lo a
realizar esta empreitada”.
(17)
O
filósofo Olavo de Carvalho em seu recente livro Maquiavel
ou A Confusão Demoníaca,
(Vide Editorial, 2011, segundo capítulo) faz uma revisão crítica dos
filósofos clássicos que foram impactados pela obra de Maquiavel.
(18) Autores modernos e
contemporâneos que ainda se debruçam sobre a obra de Machiavelli: Gransci,
Antonio - Note sul Machiavelli: sulla politica e sullo Stato moderno.
Volume 4 de “Quaderni del cárcere”, Turim: Giulio Einaudi Editore, 1973, pp.
3–4; Bourdier,
Perre (texto sobre Maquiavel dos anos 80). Eric Voegelin é referido por Olavo
de Carvalho, opus cit., nota 39 onde afirma: “ ...[Maquiavel] ele vivia
naquilo que o próprio Voegelin chamou “A Era da Confusão” (Voegelin, Eric - A
nova Cência Politica, UNB, 1979). Outros autores modernos como Louis
Althusser e Claude Lefort também comentam Maquiavel. O assunto merece discussão
e aprofundamento já tentado por Salatini, Rafael e
Marcos del Roio (org.) - Reflexões sobre Maquiavel, Marília, Cultura
Academica Editora, 2014, com bibliografia atualizada.
(19) Tito Lívio - historiador romano
(c. 59 a.C. – 17 d.C.) autor da obra histórica clássica Ab urbe condita ("Desde
a fundação da cidade). Tito Lívio possivelmente teria idéias republicanas. O
intelectual e político Francisco Guicciardini contemporâneo de Maquiavel (ver
nota abaixo) criticou as ideias expressas por Maquiavel em seus Discursos sobre
Tito Lívio. Segundo Bignotto, Newton - Maquiavel. Rio de Janeiro, Jorge Zahar
Ed., 2003, pg. 25) “... A principal objeção de Guicciardini às teorias que
Maquiavel apresentou nos Discursos foi que Maquiavel colocou as coisas de forma
“absoluta demais”. Guicciardini não concordou com a suposição básica de
Maquiavel de que Roma poderia servir como uma norma perfeita",
(20) Francesco Guicciardini (6 de março de
1483 - 22 de maio de 1540) e Maquiavel mantiveram correspondência até a morte
deste último em 1527. Guicciardini era mais velho e tinha melhor posição
social, sendo um apoiador critico dos Medici. "Consciente de sua diferença
de classe, Maquiavel, no entanto, não se deixou intimidar pelos cargos de
Guicciardini... ou por suas conexões aristocráticas. Os dois estabeleceram seu
relacionamento por causa do respeito mútuo pelo intelecto um do outro”, segundo
James B. Atkinson e Davis Sices - Maquiavel e seus amigos: sua correspondência
pessoal, Trans. e Ed. (Northern Illinois Press: 2004).
(21) Torres, Rosa Sampaio, artigo “Medici X
Cavalcanti”, publicado na revista ConTexto, nota 26: “E agora as conspirações
sairão mesmo de dentro da casa dos Medici, do centro de atividades culturais e
literárias que se reúne nos famosos jardins da casa dos Rucellai, descendentes
da irmã do grande Lorenzo, Nannina – onde aparentemente discutem novas
ordenações republicanas e é tramado um atentado contra Giulio. Descoberta a
conspiração dois implicados foram executados: Jacobo Buondelmonti e Jacobo da
Diacleto. A Academia foi fechada. E o ilustre poeta Luigi Alamanni se exila na
corte francesa”.
(22) Nicoló
Machiavelli, Historia de Florença, ed. Musa, 1998, “Apresentação”, pg. 20 e “Dedicatoria”,
pg. 29; sobre Lourenço, o Magnífico pgs. 417- 420. Também consultada a
“Introdução” da edição Martins Fontes de História de Florença, 2007, nota na
pag. XXVII citando Sasso G - Noccolò Maquaivelli. La storiografia, Bolonha, Il
Mulino, 1993, pg. 44.
(23) A ultima confissão de
Maquiavel realizada antes da sua morte é comentada criticamente por Olavo de
Carvalho - opus cit. Já o ateísmo ou agnosticismo do cavaleiro Cavalcanti
Cavalcante, que lutou na batalha de Montaperti, pai do famoso poeta Guido
Cavalcanti é apresentado na Divina Comédia, capitulo X, por Dante Alighieri e
foi tema de questionamento de Boccacio no Decameron.
(24) Carvalho, Olavo
de - Maquiavel ou A Confusão Demoníaca, Vide Editorial - reproduzindo Giovanbattista Busini, citado por Maurizio Viroli - Machiavelli, Oxford University Press,
1998, p. 114 (Giovambattista Busini foi correspondente do historiador Benedetto Varchi).
(25) Bartolomeo di Mainardo Cavalcanti (1503 - 5 de dezembro de 1562)
foi ativista revolucionário e audaz conspirador, excelente orador. “Ao fim da
vida, foragido, escreve mais uma obra literária, “Retórica”, no ano de 1559 -
obra na qual pretende codificar a arte da oratória segundo os preceitos
aristotélicos, defendendo sua função além de literária, prática e mesmo
cívica” (Torres, Rosa Sampaio - artigo ”Bartolomeu Cavalcanti” em seu blog, nota 8).
Uma dessas cartas de Bartolomeu é citada por várias fontes: Lettere di
Bartolomeo Cavalcanti: tratte degli originali, prefacio Amadio Ronchini,
Arquivo governativo di Parma, Biblio Bazaar, 2010. Carlo Vicenzi, Diciotto
Lettere inédite di Bartolomeo Cavalcanti, prefácio Giuseppe Campori,
Modena, 1868, apêndice com carta de Cosimo I. Lettere di Bartolomeo
Cavalcanti, tratte dagli originali, prefácio Amadio Ronchini, Presso
Gaetano Romagnole, Bolonha, 1869.
(26) Trecho de nosso
trabalho “Conspiração Pucci e Cavalcanti”, 1ª parte, publicada no blog http://rosasamapaiotorres.blogspot.com/
Comentário também no artigo “Medici X
Cavalcanti” na revista ConTexto, nota 35, tendo como fonte Frida,
Leonie – Catarina de Medici, tradução Ofelia Castillo Siglo XXI, de
Espanha Editores, março, 2006, especialmente pgs. 25, 30, 34 - ainda outras
considerações e fontes neste mesmo artigo nota 59.
(27) Sobre os filhos de
Maquiavel consultar Ridolfi, Roberto - Biografia de Nicolau Maquiavel,
São Paulo: Musa, 1999, pg. 269 e notas 22 e 24. Ridolfi cita como fonte da
morte de Ludovico, Varchi, Benedetto – Storia Florentina, Florence, ed.
1838-1841- tomo II, pag. 332, e a morte de Piero, referida no trabalho de Litta
- Famiglia Machiavelli.
(28) Consultar nosso trabalho
”Conspiração Pucci e Cavalcanti”, 1ª parte, publicada no blog http://rosasamapaiotorres.blogspot.com/.
(29) Consultar nosso trabalho
”Conspiração Pucci e Cavalcanti” e 2ª parte “Conspiração Pucci e Ridolfi”,
publicada no blog http://rosasampaiotorres.blogspot.com/
(30) Documentos inéditos
disponibilizados pelo pesquisador Marcelo Bezerra Cavalcanti e por nós analisados no artigo “Academia del
Piano”, publicado pela revista InComunidade do Porto, nos números 42, 43, 44 de fevereiro, março e
abril de 2016. Através destes documentos inéditos analisados por nós,
notamos neste grupo de “casatas” a ausência de conspiradores da família dos
Maquiavelli e Soderini – teriam sido eles considerados pelos demais membros
de “casatas” florentinas, como elementos
republicanos muito radicais?
(31) Sobre a genealogia da
família Machiavelli, consultar a tabela cronológica de Jean Boutier no seu
artigo « Trois conjurations Italiennes : Florence (1575), Parme (1611), Gênes
(1628) » in « Melange de l´ Ecole française de Rome ». Italie et Méditerranée,
T. 108, n 1, 1996, pg. 319-375, pdf.
(32) Simoncelli,
Paolo - Fuoriuscitismo Rebublicano Fiorentino, 1530-54, Franco Angeli,
2006, p.103,
(33) A informação da morte de Ristoro di Ristoro Machiavelli encontrada
por nós em Lapini, Agostino - Diario fiorentino: dal 252 al 1596,
Firenze, Sansoni 1900, pg.194. Também no Arquivo Storico Italiano por
Deputacione Toscane di Storia Pátria, ano 1577, pg. 235 em pdf - onde é
utilizada a expressão “suplicio”. Data citada por di Ricci, Giuliano - Cronaca
(1532-1606), vol. 17, ed. Juliana Spori, Unversidade de Michigan, Ricciardini,
1972, pg. 212.
(34) A tabela genealógica
de Jean Boutier reproduzida no seu artigo « Trois conjurations Italiennes :
Florence (1575), Parme (1611), Gênes (1628) » in « Melange de l´ Ecole
française de Rome ». Italie et Méditerranée, T. 108, n 1, 1996, pg. 319-375,
pdf. Simona di Ludovico, filha de
Ludovico, possivelmente casada com o Alamanni Tomaso de Filipo, como aparece
nesta tabela.
(35) Consultar nosso trabalho ”Conspiração Pucci e Cavalcanti”, com 2ª Parte “Conspiração Pucci e Ridolfi”, fonte Boutier nota 64, publicado no blog http://rosasampaiotorres.blogspot.com/.
(36) Consultar nosso trabalho
”Conspiração Pucci e Cavalcanti” com sua 2ª Parte “Conspiração Pucci e
Ridolfi”, nota 65, publicada no blog http://rosasampaiotorres.blogspot.com/
A
tentativa de suicídio Oracio Pucci é relatada por Galuzzi, Jacobo Riguccio - Istoria
del Granducato di Toscana sotto il governo della Casa Medici vol.2,
Firenze, Gaetano Cambiagi, 1781, pg. 247.
(37) Consultar nosso trabalho
”Conspiração Pucci e Cavalcanti” com II Parte “Conspiração Pucci e Ridolfi”
publicado no blog http://rosasampaiotorres.blogspot.com/ - fonte
na nota 62, Boutier, Jean – artigo
citado, pg. 332, que apresenta suas próprias fontes.
(38) Consultar nosso trabalho ”Conspiração Pucci e Cavalcanti” com 2ª parte “Conspiração Pucci e Ridolfi, publicada no blog http://rosasampaiotorres.blogspot.com/ tendo como fonte, na nota 63 Murphy, Caroline P. - Isabella de Medici: The glorious Life and Tragic End of a Renassance Princess, London, Faber and Faber, 2008, pg. 292, 293, que cita suas próprias fontes.
(39) Boutier, Jean – artigo
«Trois conjurations Italiennes: Florence 1575 (pdf , pg. 334) - Parme (1611), Gênes (1628)» in « Melange de
l´ Ecole française de Rome », Italie et Méditerranée, T. 108, n 1, 1996, pg.
74.. Texto também reproduzido no nosso trabalho ”Conspiração Pucci e
Cavalcanti”, II Parte “Conspiração Pucci e Ridolfi, nota 74, publicada no blog http://rosasampaiotorres.blogspot.com/
(40) Consultar nosso artigo
”Conspiração Pucci e Cavalcanti” com 2ª Parte “Conspiração Pucci e Ridolfi” e
nota 66, publicada no blog http://rosasampaiotorres.blogspot.com/
(41) Consultar nosso artigo
”Conspiração Pucci e Cavalcanti” com 2ª parte “Conspiração Pucci e Ridolfi” e
nota 75, publicado no blog http://rosasampaiotorres.blogspot.com/ citando Lapini, Agostino - Diario fiorentino: dal 252 al 1596,
Firenze, Sansoni 1900, pg.194. Arquivo Storico Italiano por Deputacione
Toscane di Storia Pátria, ano 1777, pg. 235 em pdf, onde se utiliza a
expressão “suplicio”. Data também citada por di Ricci, Giuliano, Cronaca
(1532-1606), vol. 17, ed. Juliana Spori, Universidade de Michigan, Ricciardini,
1972, pg. 212. Sobre o Machiavelli ainda consultar Boutier, Jean – artigo
citado acima nota 39.
Bibliografia.
Alighieri, Dante - Divina Comédia, escrita entre 1304 e 1321, em especial o Capitulo X.
Boutier, Jean -
artigo «Trois conjurations Italiennes: Florence (1575), Parme (1611), Gênes
(1628)» in « Melange de l´ Ecole française de Rome ». Italie et Méditerranée,
T. 108, n. 1, 1996, pg. 319-375, pdf.
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2006,
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trabalho recentemente realizado pela Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em
Estudos da Tradução Universidade Federal de Santa Catarina E-mail: <eliziane.mara@gmail.com>
Programa de Pos-Graduação em Letras Neolatinas, Faculdade de Letras – UFRJ Av.
Horácio Macedo, 2151, Cidade Universitária, CEP 21941-97 - Rio de Janeiro,
Brasil - E-mail: alea.ufrj@gmail.com
Strauss, Leo - Reflexões
sobre Maquiavel. Trad. Élcio Verçosa, São Paulo, É Realizações, 2015.
Torres, Rosa Sampaio:
-
artigo “Médici X Cavalcanti”, ed. 4sharad em 2011, reeditado na revista eletrônica ConTexto, (https://revistacontextoarteshistgeneal.blogspot.com/) em 2023.
-
artigo “Conspiração Pucci e Cavalcanti, com 2ª parte “Conspiração Orácio Pucci
e Ridolfi”, em 2010 no blog http://rosasampaiotorres.blogspot.com/
-
artigo “Giovanni di Lorenzo Cavalcanti e seus filhos”, publicado no mesmo blog
em 2012.
- artigo
“Bartolomeo Cavalcanti”, editado em InComunidade do Porto
numero 38, set de 2015, reeditado na revista ConTexto,
-
artigo “Academia del Piano”, editado na revista InComunidade do Porto, números
42, 43, 44 de fevereiro, março e abril de 2016.
Trollope, Thomas
Adolfhus - “Fillippo Strozzi: a history of the last days of the old Italian
Liberty”,
Howard College Library, London, Chapman e Hall, 1860.
Varchi, Benedetto – Storia Florentina,
Florence, ed. 1838-1841
Voegelin, Eric – A nova Cência Politica, UNB, 1979.
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