Os Bávaros na ascendência Cavalcanti
Os
Bávaros na ascendência Cavalcanti
Rosa
Sampaio Torres*
PARTE I
1 - A formação do povo Bávaro
Os
boios ou bohemi na antiguidade
PARTE
II
2
- Boihaemum (Boêmia)
ou casa dos Boios.
Os Bayern ou Bávaros
CONCLUSÃO
NOTAS
BIBLIOGRAFIA
ADENDO
- Lista dos Perfis de chefes e duques
bávaros, lendários e históricos.
-
Comentários finais.
Os Bávaros na ascendência Cavalcanti
PARTE I
1 - A formação do povo Bávaro
Os boios ou bohemi na antiguidade
Em
trabalho anterior que versou sobre a migração dos suevos para a Galícia fomos
surpreendidos pela origem de um povo muito antigo, mas que no século V também
estará na Galícia participando da formação da cultura e sociedade portuguesa
– os boios ou boehmi (1).
Ficamos desde logo surpresos ao constatar,
por fontes históricas clássicas, que os boios
ou bohemi tinham origem proveniente do mar Báltico, da ilha de Bornholm ou Boringia, possivelmente migrados na
idade do Bronze (2).
E por muito longa migração pelo vale do Pó os boi ou bohemi teriam chegado à Península
Italiana, à região de Bolonha, onde aí teriam convivido com os etruscos. Tendo subjugado os
estruscos ocuparam seu velho assentamento, Felsinae,
possivelmente entre 358-54 a.C,
nomeando esse acentamento de Bonônia
(depois Bolonha) – e ainda nesta região teriam apoiado contra Roma a invasão
do notável general cartaginês Hanibal durante a segunda Guerra Púnica (3) (4).
Perdida sua capital, os boios teriam
migrado novamente para o centro europeu.
No século II antes de Cristo os boios aparecem (cerca 113 a.C.)
novamente na Panônia, quando repeliram os cimbros e teutões e atacaram a
cidade de Noréia, na Áustria atual (5).
Neste
século II antes de Cristo, a tribo dos boios
havia fundado no ópido fortificado da localidade de Bratislava - assentamento
de importância (6). Nesta época seriam ainda
numerosos - Julio Cezar os avalia em 32.000 - e com o auxílio dos helvécios
tentaram colonizar o oeste da Gália (7).
Inviabilizados na tentativa de colonizar a Gália
com os helvécios, derrotados nesta empresa, a tribo dos éduos federados dos
romanos permitiu que os sobreviventes boios assentassem em seu território, no
ópido de Gorgobina (na atual Borgonha)
- que assim foi colonizada pelo boios
por volta de 58 a.C. (8).
No ópido de Gorgobina os boios persistentes e aguerridos ainda
lutaram contra os romanos e teriam apoiado o famoso herói gaulês Vercingetorix em sua luta contra Julio
Cesar na Batalha de Alésia, quando
teriam sido enviados dois mil guerreiros para enfrentá-lo (Julio Cesar,
Comentários de Bello Gallico, VII, 75). O cerco de Alésia pelas tropas romanas
ocorrido entre agosto e setembro de 52
a.C.
“Hac
re cognita Vercingetorix rursus em Bituriges exercitum reducit atque inde
profectus Gorgobinam, Boiorum oppidum, quos ibi Helvetico proelio victos Caesar
collocaverat Haeduisque attribuerat, oppugnare instituit.” (Júlio César - De Bello Gallico - Comentários
sobre a Guerra da Gália).
(Tradução:) ”Com
isso em mente, Vercingetorix conduziu seu exército de volta ao
território dos Bituriges e de lá avançou para Gorgobina,
o oppidum dos Boii – que,
derrotado na batalha dos helvécios, César ali havia instalado e designado para
os Aedui – e sitiou-o”.
Mapa
antigo que assinala a batalha de Arar
- no alto assinalado Gorgobina.
Tivemos também
noticias de que os limites do reino
dácio haviam sido levados ao máximo entre 168 a.C. até a conquista romana em 106 d.C., tendo os bastarnas
e os boios sido conquistados por esses dácios, e mesmo as cidades gregas de Ólbia
e Apolônia no Mar Negro (Pontus
Euxinus).
Por
ocasião da mudança do milênio sugerimos uma já estreita convivência entre os
povos getas (godos), dácios e boios tendo em vista a formação de
dinastias de agilofs godos, aegidius/
hannibaliannus e mesmo uma “stirp” bohemi adiante observadas.
Comentamos
acima - em c. 200 a.C a tribo dos boios havia fundado no
ópido fortificado da localidade de Bratislava um assentamento de importância
- assentamento que estabelecerá até mesmo uma fábrica de moedas conhecidas como
biatecs (11).
Mas a partir do século I d.C. a região cai
sob a influência dos romanos e torna-se parte da “Limas Danubianas” - um
sistema de defesa das fronteiras. Os romanos introduzem a vinicultura na área,
iniciando a tradição de sua produção (12).
Fontes
romanas indicam também que no início da era cristã (9 a.C.) boios e marcomanos
já tivessem em contato, pois as tribos marcomanas se estabeleceram na
actual Boêmia depois de terem sido derrotadas por Nero Cláudio
Druso (38 a.C.– 9 a.C) - general do
imperador romano Augusto.
Os marcomanos
de origem étnica bem diversa dos bohemi eram então povo essencialmente
guerreiro, empregando até mesmo mulheres na luta contra os romanos, famosos
pelos seus enfrentamentos contra os romanos na “guerras marcomanas”.
Já no
terceiro século os romanos entregam a região da Dacia para o controle dos seus
vizinhos godos tervíngios.
À época do Imperador Aureliano (270—275), godos tervíngios e romanos chegam a um
acordo, pelo qual os romanos lhes
cediam a província da Dácia (oeste da atual Romênia) em troca da paz. Foram
os godos convertidos em federados do império por Constantino I, o Grande (272–337), que os encarregou da defesa do
limes danubiano em troca de grandes somas de dinheiro. A situação desses
povos limítrofes manteve-se relativamente estabilizada, até que a pressão dos hunos a leste vem colocar os godos contra o Império Romano na Batalha de
Adrianópolis de 9 de agosto de 378 (13).
E próximo da invasão “bárbara” 406 no século IV
e V temos que os boios ou bohemi, como os godos, estariam
já bem integrados aos aguerridos marcomanos - e provavelmente constituiriam,
com os quadi, pelo menos dois grupos minoritários associadas à grande “Confederação
Sueva” estabelecida para cruzar o Reno em 406 d.C.
Por ocasião da invasão “bárbara” de 406
d.C, uma parte da “stirp” dos boios teria
seguido com o líder suevo Hermerico,
em nova e longa migração para a Galiza.
Mas outra parte dos boios teria ainda permanecido perto do
Danúbio e do rio Mur, mantendo como seu centro Bratislava, mais tarde passando a viver na região mais ao sul, na Baviera - formando nesta região um novo povo - os bávaros. O nome Boêmia deriva de Boihaemum
ou Casa dos Boios. A região aos poucos depois superada pelos
francos (14).
Uma
parte dessa “stirpe real” dos boios ou bohemi, portanto, sob a liderança do
rei suevo Hermérico teria chegado à longínqua Galícia - fato defendido pelo
articlista José Gazalac (2013) (15).
Relembramos que no passado, na antiguidade,
os boios haviam atingido a Península Italiana e aí haviam sido apoiadores
do general cartaginês Hanibal Barca (247 a.C.-183 a.C.) -
fato que talvez explique o porquê os aegídeos
do sec III d.C, no centro europeu, ascendentes
do famoso general tido como galo romano, AEgidius (nascido cerca
390 ou 393 - falecido 464 ou 465), tenham utilizado o epônimo
“Hannibalianus”.
Haníbal sem ocupar Roma havia
permanecido cerca de dez anos na península italiana, e na região teria podido perfeitamente
deixar descendentes ou partidários (16).
“Questa è una rara raffigurazione di Annibale su moneta”.
PARTE II
Os Bayern ou Bávaros
- Boihaemum (Boêmia)
ou casa dos Boios.
Fontes orais indicam no século III d.C
o casamento de Agiulfo, rei dos Godos [290 - 350], com a
lendária rainha marcomana Fritgil [n.c. 290], tornados pais entre
outros de Wultruf – um rei suevo.
Como nos afirma o articulista José Glazak,
os marcomanos súditos desta rainha, em suas hostes já incluíam
certamente esta antiga e experiente “stirp” bohemi (17). Assim
sendo, no fim do século IV, começo do V século, próximo da invasão da
Confederação Sueva em 406, os boios ou bohemi já estariam integrados aos
marcomanos. Os bohemi preponderavam entre os de etnia quada
no sec. IV, e provavelmente constituiriam pelo menos dois grupos minoritários (bohemi
e quadi) que os irão acompanhar ao cruzar o Reno.
José Galazak, em seu artigo “A Diarquia Sueva – sociedade e poder no
reino dos quadros e regnum suevorum (358-585 d.C.)”, artigo publicado na
Revista Portuguesa de Arqueologia, vol.16 - 2013, pg. 323-350. (2013) afirma
que boemi eram de antiga etnia marcomana que predominou no reino dos quados:
“Viduárius rei dos quados tentou expandir o seu
poder político, instalando no seu regnum —
onde antigas populações de etnia marcomana, os baemi (boemi),
preponderavam — a tribo de Agilimundus [um subregulus] de etnia quada”.
Os quados eram vizinhos dos marcomanos, aos quais sempre haviam estado ligados. Os marcomanos tinham cultura parecida com a dos sármatas, também de origem nas estepes iranianas e que usavam lanças longas e cota de malha de linho coberto com finas placas de chifre; em conflito militar mantinham três cavalos velozes para cada homem, permitindo a alternância.
Portanto,
a formação governativa da família real sueva, que já contava com a
ascendência agilof ou agilofing dos reis godos, na
Marcomânia se vê ainda mais acrescida por influências reais de diversas outras
etnias - marcomanas, quadi e desta “stirp” muito antiga dos bohemi
ou bóio, entre outras. A ascendência tão diversificada da família
real sueva ficará bem explícita pela conjuntura política e governativa exercida
pelos reis suevos na Gálicia, com reflexos posteriores na própria formação
cultural da península Hibérica (18).
Lembramos
- após a invasão “bárbara” de 406,
os boemia (já Bayern?) que haviam conseguido manter-se no centro europeu com
auxilio da dinastia agilofing, ainda
no período de dominância do Império Ostrogodo, estabeleceram ligações de
casamento não só com suevos, mas também búlgaros, lombardos e
mesmo reis franco-merovíngios, que
aos poucos se tornavam predominantes. O próprio
rei suevo Hermérico, líder da migração para a Galícia, por informações
recentes teria até mesmo deixado no centro europeu (começo do sec. V) um seu filho,
Hunimond dos Bávaros, e um neto um Aldiger, agilof ou agilofing, já listado como “dos bávaros” (19).
Este jovem Aldiger (ou Aldager) da Baviera, no
começo do século V [430] aparece em uma lista insegura como
descendente de Ermengard dos Ostrogodos, neto portanto do rei suevo Hermérico.
Esta
listagem, baseada certamente em insegura fontes orais, não pudemos analisar com
profundidade – mas não contradiz nenhuma das informações anteriores que
prestamos – ao contrário elas se encaixam em especial nas listas mais seguras que
citam o nome de Agivaldo “Sangue”
Agilofing [415 – 508], indicado como
rei bávaro, pai do notório capotipide agilofing
na Europa, Agiulf I (por nós
identificado em lista segura da abadia de Mettlach já publicada na mídia
eletrônica, nascido na Suábia ou Turquia em 470, falecido em 512 d.C na Bavária) – e seu irmão apresentado como “Teodonte” dos Bávaros – primus dux.
Os Annales Ducum Bavariæ, Série Ducum Bavariæ, documentação
de meados do século XIII inclue logo no começo da lista dos dux bávaros Theodo
"dux primus", pai de Theodo II (20).
Resumindo: - por ocasião da invasão “bárbara”
de 406 d.C, uma parte da “stirp” dos boios
seguiu o líder suevo Hermerico junto com marcomanos
e quadi para a Galiza.
Mas outra parte teria permanecido perto
do Danúbio e do rio Mur, mantendo como seu centro Bratislava.
Este
grupo passa mais tarde a viver em região mais
ao sul da Baviera, formando nesta região um novo povo - os bayern ou bávaros – região adiante sob
domínio dos francos.
O
nome Boêmia derivando de Boihaemum, ou casa dos Boios.
No período de Tassilo I ou Tasilão rei
da Baviera (r. 591- 610), passagem dos VI para o VII século, , esses Bayern pressionados
pelo francos passam a viver em região ao sul da Baviera, entre o Tirol e
Caríntia. Paulo, o Diácono, em
Historia Lombardorum afirma ainda que Tassilo
I logo se mudou para as terras dos eslavos,
provavelmente o Tirol oriental e a Caríntia, recentemente conquistados, e
voltou vitorioso com muita pilhagem.
Esta vitória provou ser de curta duração,
pois como acrecenta Paulo cerca de 2.000 bávaros teriam sido mortos até o
último homem em 595. Eles invadiram
as terras dos eslavos, que receberam ajuda do Kaghan (chefe) dos ávaros. Tassilo I morreu em 610 e foi sucedido por seu filho Garibaldo
II” (21).
Portanto, com a queda do Império Ostrogodo
no VI século, parte destes Bayern
que haviam permanecido no centro europeu, convivendo e casando com suevos, búlgaros, alamannos, lombardos
e até mesmo francos, passaram a
ocupar mais ao sul a região da Baviera (em alemão Bayern, em latim Bavária) e
acabaram por formar nesta região um novo povo - os Baiovarii (“Terra dos Boios”) ou Bávaros.
Convivendo
e casando nas elites reais suevas, búlgaras, lombardas e francas, os de Bayern por volta do ano
600 já ocupavam o território do atual Estado
da Baviera.
Na Parte III do nosso atual trabalho poderemos
acompanhar os fatos históricos que se desenrolam através os simples perfis dos
chefes e duque bávaros, desde os mais lendários, que apresentaremos. Por estes
perfis os movimentos de formação desta dinastia bávara ficam bem explicitados.
Com a queda do Império Ostrogodo, entretanto,
duques agilofings bávaros foram aos
poucos sendo submetidos por reis francos,
assimilados pelos reis merovíngios, agora hegemônicos, por meio de uniões com
figuras femininas marcantes (22).
Em que pese duas tentativas de sério assédio
militar franco – a primeira no período de Garibaldo I [n.448 - f. 491]
chefe agilofing que não quis casar sua filha com um franco - a nova elite Bayern na Bavária passou por novas
tentativas de ser assimilada por casamento - tanto pelas dinastias merovíngias, quanto mais tarde por
reis de dinastia carolíngia. O
próprio Carlos Martel ao fim da vida
chegou (falecido depois de 740) a intervir
militarmente uma segunda vez na Bavária, e tentou ainda um acordo político por
seu casamento forçado com Suanaquilda
da Baviera (23).
A elite Bayern - elite proveniente de antigas suas “stirps” boemi, descendente também de godos agilofs (já agilofings?), de suevos, burgúndios, ainda lombardos
da dinastia “lething’ tentou manter
sempre uma relativa insubmissão aos francos
merovíngios, de preferência associados aos agilofings, aos lombardos
e até mesmo alamanni por casamento e interesses econômicos.
Entretanto, a elite Bayern foi até mesmo envolvida
por Odilo, duque bávaro de origem alamanna
que governou a Bavária de 739-748, no tribunal de sangue de Cannstatt em 745, quando
os alamanni foram por fim dominados. Mais tarde, em 788, por seu próprio parente franco, o rei Carlos Magno, a elite
bávara é definitivamente dominada pelos carolíngios no governo de Tassilo III (24).
Entretanto, os bávaros agilofings no centro europeu no século VII e VIII haviam se
mantido fiéis e unidos por matrimônio por uma linha cadete, não só aos lombardos e gisulfs já descidos para a
Lombardia, também em especial à prestigiosa dinastia franco-borgonhesa dos wido
de Hesbaye (25).
E do magnífico
castelo de St. Aegidius (ou St. Gilles) em Bornheim, no sec.
VIII saíram com os da dinastia wido de Hesbaye para a península
italiana em socorro ao Papa - ascendentes e formadores de ilustres famílias toscanas como os Cavalcanti - acompanhando
o franco carolíngio cristianizado, Carlos Magno (26).
Lembrança da atuação libertária dos
reis suevos na Gálicia, reis de forte influência goda e agilofing, influência também bohemi,
na Galícia anda tidos como “bárbaros”, temos a reprodução acima -
recriação contemporânea de bandeira do Reino Suevo do sec. V,
apresentando a figura do dragão suevo, frente a frente a um leão rompante – o leão
rompante ainda hoje símbolo da região da Bohemia.
Sugerimos que os membros da dinastia
dos aegídeos/siagrii (estes sírios),
pois usaram também o epônimo Hanniblianus/Siagrii
bem como os agilofs godos tivessem
pelo menos desde o século III d.C. sofrido influência da “stirp” o
antigo povo bohemi ou bóio - fato em parte comprovado por
Galazac por sua presença na Galícia e já sugerido em nosso trabalho “Notas
sobre os Bohemi”.
No século
VII os duques bávaros passaram a
localizar-se na cidade de Ratisbona, centro dos agilofings europeus, e adiante reinaram a apartir Salzburg, Friesen
e Passau –
cidades hoje próximas da Austria. O duque bávaro Teodoro II ou V (Teodo,
Thedon, Teodão) (630 – 718) duque
bávaro agilofing, no século VII
d.C. fora levado, sob pressão franca, a estabelecer Ratisbona como seu centro
(27).
Passau
já era conhecida pelos romanos como Batavium,
cidade da Baixa Baviera em que os três rios se encontram - o Danúbio, o Inn
e o Ilz – este rio vindo da Floresta Bávara.
CONCLUSÃO
Finalmente, podemos afirmar:
Os boios
ou bohemi originários da Escandinávia
foram povo caracterizado por longas migrações e enfrentamentos com outros povos
na antiguidade, até mesmo com etruscos e romanos na península italiana.
Tendo subjugado os estruscos ocuparam seu velho assentamento, Felsinae,
possivelmente entre 358-54 a.C, nomeando esse acentamento de Bonônia (depois
Bolonha). De volta ao centro europeu, os boios após a invasão “bárbara” de 406 d.C. que transpôs o Danúbio, uma parte deles,
unida aos marcomanos e suecos, ainda migrou para a Galícia.
Mas parte desses boios ou bohemi que no século II antes de Cristo haviam se estabelecido
no ópido de Bratislava ainda permaneceram no centro europeu, na Boihaemum
(Boêmia) ou “casa dos boios”. Assim sendo, seus lideres descendentes
bayerns no começo do sec. V, já miscigenados a godos amalos, ostrogodos, suevos, alamanos e búlgaros e lombardos por intermédio
da dinastia de agilofing continuaram
se entrecruzado intensamente, em especial no período do Império Ostrogótico entre 493
e 552.
No século VII os duques bávaros agilofings passam a
localizar-se na cidade de Ratisbona, centro dos agilofings europeus,
reinando a partir de Salzburg, Friesen e Passau – cidades
hoje próximas da Austria. Teodoro ou Thedon V (Teodo, Teodão)
(630 – 718) duque bávaro agilofing no século VII d.C. fora levado, sob
pressão franca, a estabelecer Ratisbona como seu centro.
Historiadores
(28) confirmam este fato:
‘’Os
bávaros teriam aproveitado a queda do reino ostrogodo em princípios do século
VI para abandonar a Bohemia e se instalarem na antiga província romana da
Recia. O seu território sobre o alto Danuúbio englobava os antigos campamentos
romanos de Castra Regina (Ratisbona), Augusta Vindelicorum (Augsburgo)
e Castra Batava (Passau). No século seguinte, os bávaros avançam para o
sul e chegam ao Alto-Adige.
Nos anos 600 o território do actual Estado da Baviera estava,
pois, ocupado por três tribos: os Bayern nomeando o país,
os francos
e os suevos. Se a atual Baviera do Norte caiu sob soberania dos francos,
os alamanni e os bávaros formavam, ao sul, territórios
soberanos separados pelo rio Lech.
Nos
seus princípios, o Estado da Baviera estendia-se para leste e o sul, até a Carintia actual,
a Baixa Áustria e a Itália do
norte. Mas o coração do país situava-se sobre o Danúbio”.
Os Bayern
haviam estabelecido alianças com os agilofings,
com os lombardos, com os de Hesbaye (franco borgonheses), e
mesmo com os alamanni, temendo a
violência da dominação franca.
Relativamente
insubmissos aos francos merovíngios e posteriormente aos carolíngios, os
bávaros associaram-se preferentemente
aos agilofings e aos lombardos, por fim envolvidos através o duque bávaro Odilo,
de origem alemã, no tribunal de sangue de Cannstatt em 745, quando os alamanni foram
dominados pelos francos (consultar nosso recente trabalho “Os Alamanni na
Ascendência Cavalcanti”).
Mais tarde, por seu próprio parente o rei
franco Carlos Magno, em 788, no governo do dux bávaro Tassilo III, a elite bávara é finalmente
dominada.
O
bávaro Théodebald [I ?] (Agilufus, agilofing) Von Bayern (ou Theobald
Bayern), n. cerca de 520 falecido
depois de 553 – agilofing sem
perfil pessoal genealogicamente referido, teria sido, tudo indica, filho de
Maria Geneva (da Borgonha) von Bayern (da Baviera nascida no Marne, filha do
Rei búlgaro Godogisel) com um seu segundo marido, Advaldo Bayern. A
filha deste Theobald, Garitrude teve
pelo menos 4 filhos e 6 filhas. Viúva foi abadessa do convento de Hamage,
depois santificada. Sua filha mais velha
Gerberga Von Franconia (564–655), Duchess of Alsace and Franconia. Da
região de Ostrevant é oriundo seu descendente , Conde de Palácio franco , Hucpoldus
de Hainac (por nós calculado nascido c. 830 - falecido antes de 1 de março
de 893), tornado Marca da Toscana, que em meados do século IX, já no período
carolíngio foi ancestral direto dos Cavalcanti em Florença.
Seu tetravô por fonte genealógica fornecida pela geneanet teria sido o capostipide
Ethicon, duc da Alsácia (673-692), neto de Gerberga. Mas por sua mãe Hucpold
por sua mãe, Eva de Auxerre, era descendente de Herbaye, já guelfo. Seu neto Bonifácio
I de Spoleto gerará descendentes Cavalcanti documentados em 1045. (Ver
nosso artigo “Propriedades dos Cavalcanti na Toscana” publicado em nosso blog
com fontes indicativas. Também citado no Adendo).
Hucpold em suas primeiras núpcias deixa
prole de relevo na Toscana e sua esposa certamente
dos richbald (bávaros)/bonifacius -
“um dos quatro fratelli” ligados por
parentesco aos de Hesbaye e saídos do
reino franco” que se dirigiram à região
da Pescia, conforme as afirmativas do historiador do
sec. XV Giovanni Cavalcanti no seu livro “Tratatto” - acrecentando terem mesmo murado a
região (região vizinha à Lucca) e a partir daí desenvolvido grande comércio e fortuna.
Segundo fontes locais, há em Lucca realmente
uma grande muralha de origem romana, recomposta não se sabe bem em que período
- sugerido o período de Bonifacio I de Spoleto (885 - 953), filho do
Hucpold. Ainda não podemos confirmar conclusivamente este fato específico,
mesmo que tenhamos indicações já plenamente satisfatórias a este respeito.
Os bávaros agilofings no século VII e VIII no centro europeu haviam, portanto,
se mantido fiéis e unidos por uma linha
cadete não só aos lombardos e reis gisulfs
estabelecidos na Lombardia, mas também em especial à prestigiosa dinastia franco-borgonhesa dos wido de Hesbaye.
Não
coincidentemente, no sec. VIII do castelo
de St. Aegidius (ou St. Gilles) em Bornheim
(o nome Boêmia derivando de Boihaemum, ou casa dos Boios)
saíram
com os da dinastia wido de Hesbaye para a península italiana em socorro ao Papa,
tornando-se anda ascendentes de ilustres famílias toscanas como os Cavalcanti.
Mas Aao submeterem-se ao franco carolíngio Carlos Magno, este tenha
pretendido uma nova composição criando ele próprio, tudo indica, uma nova descendência
bávara.
Carlos Magno nesta ocasião
estava já viúvo, e estes possivelmente seus últimos filhos com a bávara Ethelind. Seriam eles também de origem agilofing bávara ? Provelmente netos do
guerreiro bávaro Richbald que
sabemos acompanhou o exército de Carlos Magno em descida. Este guerreiro Richbald em descida
teria se tornado “sogro” de Carlos Magno? Sua genealogia é explicitada explicitada
no nosso artigo “A origem também Alamanni dos Cavalcanti” em nosso blog.
Em todo caso, a família bávara com a qual
Carlos Magno tenha pretendido compor-se foi muito bem sucedida na península
italiana - família por ele estabelecida em Lucca, muito devota de S.
Bonifácio, conversor dos alamanni,
fornecendo na península sucessivos nobres de prenome Bonifácio de origem bávara
- um deles, como notamos acima, ascendente
direto dos Cavalcanti (consultar sobre o assunto diversos trabalhos nossos citados na Bibliografia).
Como comprovação, no ADENDO deste trabalho relacionamos
os perfis e as uniões matrimoniais
cronologicamente estabelecidas pelos
primeiros bayerns a partir das
invasões “bárbaras” de 406 d.C - perfis que nos darão uma idéia muito segura da
formação étnica e história dos duques bávaros - a nosso ver consequência
da sofisticada Confederação Sueva forjada antes de 406 d.C.
Notas
(1) Artigos ainda serão publicados, mas já abertos
para consulta: “Os Suevos e a dinastia Agilofing”, ainda o específico “Notas
sobre os Bohemi”.
(2)
Em “Notas sobre os Bohemi” notamos
a coincidência das origens comuns entre povos que haviam penetrado “o limis” do
Império romano e, unidos, participado das invasões “bárbaras” de 406 - vários
desses povos eram originários da península da Escandinávia ou de suas proximidades na idade do Bronze (1700
a.C. até 700 a.C.).
Sobre a
origem dos boemi encontramos em
fontes enciclopédias a ilha de Bornholm
ou Boríngia (em dinamarquês: Bornholm; em latim: Boringia) - ilha
dinamarquesa situada no mar Báltico. Ver nosso artigo “Notas sobre os Bohemi”, nota
5, ainda “Os Suevos e a dinastia Agilofing”, altura nota 75 com
fotos. Esta ilha localizada a leste das restantes ilhas da Dinamarca (170 km de
Copenhagen) fica junto à pequena ilha de Ertholmene, localizada 18 km a
noroeste. Supõe-se que esta ilha foi ocupada na Antiguidade pelos burgúndios, também procedentes da
Escandinávia e que depois se instalaram na zona sudeste da França nos finais do
Império Romano. É significativo que o nome da ilha em nórdico antigo fosse Bungundarholm;
Alfredo, o Grande traduziu no século IX o topônimo, tomado de Orósio, como
"Terra Burgenda" (Burgenda Land).
(3)
Citamos verbete da Wikipédia, tendo como fonte autores clássicos e vasta
bibliografia transcrita abaixo, acrescentadas por nós outras informações e
datações, ainda comentários críticos. Ver ainda o próprio texto e nota 23:
“De acordo com autores clássicos, os boios atravessaram a Poeninus Mons
(Passo de São Bernardo) e se estabeleceram na planície do rio Pó, onde
subjugaram a civilização local, os etruscos.
[1] Outra tribo celta, entre eles os insubres,
cenomanos, língones e sênones também se estabeleceram ao norte da Itália,
alguns deles, como os lepôncios,
desde os tempos pré-históricos. Os boios
ocuparam o velho assentamento etrusco
da Felsinae nomearam-na como Bonônia (Bolonha). Achados
arqueológicos indicam a pacífica coexistência entre os celtas e os etruscos na
região [2]. Na segunda metade do século III a.C., os boios aliaram-se com os Gauleses da
Gália Cisalpina e com os Etruscos contra Roma. Eles também brigaram ao lado de
Haníbal, matando o general romano Lúcio Postumio Albino na emboscada da
Floresta Litana. Pouco tempo depois, eles perderam na Batalha de Telamão
(224 a.C.) e na Batalha de Mutina (193 a.C.) perto de Mutina (atual Módena).
Depois da perda da sua capital, grande parte dos boios deixaram a Itália”.
Fontes clássicas citadas pela enciclopédia: Políbio
2, 17,7; Estrabo 4,195/5,216, e Lívio 33,37.37.57. Júlio César,
Bellum. Gallia, VII, 75.
Ainda James, Simon: "Das Zeitalter der
Kelten", Dusseldorf, 1996, PP 34f. (em alemão) Orig. inglês
"Exploring the World of the Celts", Thames&Hudson, London, 1993.
(4)
Sobre Hanibal Barca ver nota abaixo 16.
(5) Noreia foi uma antiga cidade na zona
oriental dos Alpes, a capital do Reino Nórico. A sua localização ainda
não foi determinada com precisão. Perto da cidade de Noreia, em 113 a.C., cimbros e teutões (celtas?) derrotaram um
exército romano na Batalha de Noreia. Fontes referidas pela enciclopédia -
Karin Erika Haas-Trummer, Noreia. Von der fiktiven Keltensiedlung
zum mittelalterlichen Adelssitz. Eine historische und archäologische Spurensuche
bis 1600, Wien - Köln - Weimar 2007. Stefan Seitschek, "Noreia - Viele
Antworten, keine Lösung", Keltische Forschungen 3 (2008),
221-244
(6) Informações por fontes locais da cidade de Bratislava,
atualmente localizada na Eslováquia – publicação «History - Celtic settlements». City
of Bratislava. Bratislava capital e principal cidade
da Eslováquia está situada no sudoeste do país, junto da fronteira com a
Áustria e da fronteira com a Hungria. A cidade é também cortada pelo rio
Danúbio em seu curso. Informações sobre os biatecs,
com foto e fontes, já fornecidas em nosso trabalho “Nota sobre os Boemi”. Mais
informações abaixo.
(7) Pelas mesmas fontes da nota 5: “... os boios da
Panônia são mencionados no século II a.C. quando repeliram os cimbros e teutões. Mais tarde atacaram
a cidade de Noreia (na atual Áustria). Pouco tempo antes um grupo de boios (32.000 de acordo com Júlio César
- número provavelmente exagerado) juntaram-se aos helvécios na tentativa de colonizar o oeste da Gália”.
(8) Os éduos
eram antigo povo da Gália (celtas?),
e habitavam esta região da actual Borgonha. Repetindo as fonte da Wikipédia citada
acima nota 3, com nossos comentários: “Os éduos
haviam sido aliados dos romanos contra os alóbroges e arvernos, mas foram
aliados de Vercingetórix. O
imperador romano Cláudio concedeu aos éduos
a cidadania romana e a tribo dos éduos
permitiu que os sobreviventes boios
fizessem assentamentos em seu território, mais precisamente no ópido da cidade
romana de Gorgobina (localizada na atual França [Borgonha]. Embora
atacados por Vercingetórix durante uma fase da guerra, eles o apoiaram
durante a Batalha de Alésia. Outra parte de boios permaneceu perto do seu "lar" tradicional, na atual
Hungria, perto do Danúbio e Rio Mur, com um centro na atual Bratislava. Os boios habitaram a Boêmia (Boiohemum) de onde foram expulsos pelos
Marcomanos [?] e passaram então a viver na Baviera, formando com os
germânicos desta região um novo povo, os bávaros.
Porém estes 2 [últimos] fatos são contestados”. Nossas explicações e
comentários sobre estes dois últimos fatos ver texto e nota 23.
(9) Episódio ocorrido no período do governo do rei Burebista (ou Berebista), contemporâneo
de Júlio César. Ver fontes e sugestões no nosso trabalho “Os Suevos e a
dinastia Agilofings”, próximo a ser editado.
(10) A Dácia compreendeu
áreas entre o Tisza e o Danúbio Médio. A cadeia de montanhas dos Cárpatos localizava-se
no meio da Dácia, que corresponderia aos países atuais da Romênia e Moldávia,
bem como partes menores da Bulgária, Sérvia, Hungria e Ucrânia. Nossa pesquisa
“Os Agilofings” e o artigo “Os suevos e a dinastia Agilofings”.
(11) Informações já na nota 6 - fontes locais
da cidade de Bratislava, atualmente na Eslováquia - publicação «History - Celtic
settlements». City of Bratislava.
Repetindo fonte enciclopédica Wikipédia, já
citada em nosso trabalho “Os Bohemi”: “Na Galia a tribo dos éduos, já
com cidadania romana, permitira que antigos sobreviventes boios fizessem
assentamento em seu território, no “ópido” da cidade romana de Gorgobina.....
Parte de boios ou boemi teria pemanecido na atual Hungria, perto do
Danúbio e do rio Mur, mantendo como centro o “óbidum” de Bratislava,
passando depois a viver na Baviera - formando nesta região um novo povo - os
bávaros”.
(12) Informações por fontes locais da cidade de
Bratislava, atualmente na Eslováquia - publicação «History - Celtic
settlements». City of Bratislava.
(13) Ver
mais informações sobre os godos grutungos e tervíngios, bem como sobre
a concentração de povos na Marcomania; ainda a batalha de Adreanópolis em nosso próximo trabalho a ser editado “Os
Suevos e a dinastia Agilofing”, com todas as fontes.
(14)
Repetindo fonte enciclopédica Wikipédia, já citada em nosso trabalho “Notas
sobre os Bohemi”: “Parte de boios
ou boemi teria pemanecido na atual Hungria, perto do Danúbio e do rio
Mur, mantendo como centro o “ópidum” de Bratislava,
passando depois a viver na Baviera -
formando nesta região um novo povo - os
bávaros”.
Os Baiovarii
chegaram à região nos séculos V e VI d.C., mas perderam o sua predominância para
os francos. As tribos eslavas, que chegaram no século I d.C., dominavam o
território no século VI. A partir do século X, a família dos Premyslidas teria
exercido a sua autoridade na Boêmia Central”.
(15) Galazak, José - “A Diarquia Sueva – sociedade
e poder no reino dos quadros e regnum suevorum (358-585 d.. C)”, artigo na
Revista Portuguesa de Arqueologia, vol.16 (2013), pg. 323-350. Ver comentários texto
abaixo.
(16) Haníbal Barca ou apenas Aníbal foi um general e estadista cartaginês, considerado um dos maiores estrategistas militares
da história, que na Segunda Guerra Púnica partindo de Cartago com elefantes
adendrou a Hispania, atravessou os Pirineus e os Alpes, atingindo o norte da
Itália. Mas não chegou a tomar Roma. Mesmo assim, permaneceu na Itália com
suas tropas por mais de uma década antes de voltar à Cartago, e não sabemos se
na Italia não teria deixado partidários ou descendentes.
(17) Galazak, José - “A
Diarquia Sueva – sociedade e poder no reino dos quadros e regnum suevorum (358-585 d.C.)”, artigo na Revista Portuguesa de
Arqueologia, vol.16 - 2013, pg. 323-350.
(18) Ver mais detalhes sobre
a concentração desses povos díspares na Marcomania e posteriormente no Reino
Suevo na Galicia em nosso trabalho “Os Suevos e a dinastia Agilofing”, notas 84
e 85.
(19)
O rei suevo Hermérico líder da migração para a Galícia teria deixado no
centro europeu (começo do sec. V) um seu filho, Hunimond dos Bávaros,
e um neto um agilof ou já agilofing listado também como “dos bávaros”. Consultar a lista de perfis de chefes e duques bávaros na Parte III deste trabalho.
(20). Personagens que se encaixam, em especial, nas
listas que citam o nome de Agivaldo
“Sangue” Agilofing [415 – 508], indicado
como rei bávaro, pai do capotipide agilofing na Europa, Agiulf I – e seu irmão apresentado como
“Teodonte” dos Bávaros – primus dux. Ver
Parte III deste trabalho.
(21)
O dux
da Baviera Tassilo I (ou Tassilon) que governou de 591 até sua morte desprestigiado foi levado
por pressão franca a transferir a localização de seu povo. Segundo Paulo, o
diácono, em Historia Lombardorum ele
foi levado a mudar para a terra dos eslavos, entre o Tirol e Caríntia, com
grande perda de seus guerreiros bávaros.
(22).
Com a queda do Império Ostrogodo, os duques agilofings bávaros foram aos poucos submetidos e também assimilados
por reis francos merovíngios agora
hegemônicos, por meio de uniões com figuras femininas marcantes. Ver a lista
dos duques bávaros na Parte III
deste trabalho
(23) O rex
ou dux
Garibaldo I foi casado com a
lombarda Waldrada de dinastia agiloging
por sua avó sueva Caretena, esta a primeira vez casada com lombardo da dinastia
“lithing”. Assim sendo, Garibaldo I preferiu adiante também um marido lombardo para sua filha Teodolinde (n. c. 570? - 627),
recusando um candidato franco. Temendo
um eixo político anti-franco, os francos enviaram então um exército para a
Baviera. Os filhos de Garibaldo, Gundoald e Theodelinda fugiram
para a Itália, formando posteriormente uma linha cadete agilofing-bávara, linha
adiante sempre associada aos lombardos. Garibaldo não sabemos se foi neste
entrevero militar deposto ou morto.
Em um segundo episódio militar
observamos que o bispo franco Corbiniano, depois santo, fora enviado para
a Baviera já em 724, mas a oposição
do bispo ao casamento do duque Grimoaldo com a viúva de seu irmão [Theodbert?],
Biltrudis (Pilitrud), fez com que o
bispo fosse enviado para o exílio por um tempo. No ano seguinte (725), Charles Martel marchou contra a
Baviera e levou Biltrudis e
Suanaquilda (ou Swanachild), esta filha capturada de Teodbert, matando
Grimoaldo em batalha.
(24) O pai do duque bávaro Odilo (duque entre 739-748),
Gotfrid da Alemannia
(c. 650–709) foi duque alemanni no
final do século VII. Gotfrid travou uma guerra com o
prefeito do palácio Pepin de Herstal pela independência de fato de seu ducado, luta
em que se empenhou até sua morte. Ele já da dinastia alamanni agilofing, que sabemos família dominante também no ducado
franco da Baviera. A guerra estava inacabada quando Gotfrid morreu em
709. Seus filhos, Lantfrid e Theudebald, teriam sido na ocasião ainda
apoiados por Pepino e tomaram posse.
Mas em 727
Theudebald teria expusado Pirmin, o fundador da Abadia de Reichenau,
por ódio a Charles Martel (“ob odium Karoli”), cuja influência sobre a Alamannia
ele detestava. Durante uma campanha militar em 730, Lantfrid foi morto e
Theudebald tornou-se o único duque. Em 732, Theudebald foi expulso da Alemannia por Charles Martel. Entretanto,
após a morte de Martel em 741, Theudebald voltou para reivindicar seu ducado. Em
745, Carlomano teve que marchar
sobre o duque novamente, desta vez derrotando-o e executando muitos alamanii no tribunal de sangue de
Cannstatt, onde o duque bávaro Odilo foi também envolvido. Os alamannii nesta ocasião submetidos de uma
vez por todas. Consulta nosso último trabalho “Os Alamanni na Ascendência
Cavalcanti”.
Já na reunião de 788 no palácio imperial franco de
Ingelheim, Tassillo III (Tassilão),
agilofing e último dux bávaro é
forçado a confessar todos os crimes que fizera e reconhecer como ainda desejoso
de poder, e então foi condenado à morte. Entretanto, por seu parentesco com
Carlos Magno, este o beneficia, mas exige que entre para um mosteiro e se torne
monge, assim como os membros de sua família. Carlos Magno ainda sacrifica a vida de bávaros rebeldes. Tassilo III presente em 794 no conselho de Frankfurt, Carlos
Magno o faz renunciar definitivamente a todo o poder. A Baviera, anexada ao
reino dos francos é colocada diretamente sob a autoridade real franca. Ver
ainda mais informações ao fim da Parte
III.
(25)
A dinastia bávara agilofing prosseguirá
pela linha cadete da Lombardia (descendência de Teodolinda (n. c. 570? - 627), filha de Garibaldo I) e pela linha dos
Agiulf e Advaldos Bayern. Ver a lista dos duques bávaros (Adendo) Também na Turíngia, em Altdorf,
no século VIII houve aproximação e certamente casamento de agilofings
bávaros com os condes de Herbaye, e ainda com alamanis, determinando continuidade de família bávara Richbald ou
Bonifácio estabelecida na Toscana, especificamente em Lucca, depois da descida.
Ver nosso recente trabalho “Os Alamanni na Ascendência Cavalcanti”.
(26)
Sobre as relações dos agilofing com a
dinastia dos wido de Hesbaye,
consultar nosso trabalho “Os Agilofings”, artigo longo e inacabado, mas já
aberto para pesquisas, trabalho que cita em especial o perfil de Theodbertus (chamado de Maastrich?), duque ou bispo bávaro morto em
669. THEODEBERT [670].
No Anales a Thedoro III segue Theodebertus. Este bispo agilofing aparentado
aos de Hesbaye foi assassinado por motivos políticos em 669. Ver fim da Parte III.
(27) O duque bávaro Teodon V (630 – 718) estabeleceu
a capital em Ratisbona, mas a transferiu posteriormente para Salzburg
por motivos políticos - apoio ao bispado de St. Rupert de Hesbaye sediado em Salzburg,
cujo tio Theodbertus (chamado de Maastrich) havia sido assassinado. Ver fim da Parte III.
(28)
Referidos como bibliografia de fonte enciclopédica:
McEvedy, Colin- Atlas de l’histoire du moyen âge, 1961, traduit
de l’anglais par Colette Vlérick, édité chez Robert Laffont, 1985.
Musset, Lucien - “ Les invasions, les vagues
germaniques”, PUF, collection Nouvelle Clio – l’histoire et ses
problèmes, París, 1965, 2e édition 1969.
Bogdan, Henry - Histoire
de l’Allemagne, de la Germanie à nos jours, éditions Perrin, 1999.
BIBLIOGRAFIA
Anales Ducum Bavariæ, Série Ducum Bavariæ -
documentos de meados do século XIII.
Listagem
da abadia de Mettlach publicada na mídia eletrônica - lista que
identifica o capostipide agilofing na Europa Agiulf I.
Paulo,
diácono - Historia Lombardorum (Herrera
Roldán, Pedro, "Pablo Diácono, Historia de los Longobardos",
Primera Edición. Servicio de Publicaciones de la Universidad de Cádiz, Imprenta
Grafitrés S.L., 2006).
«History
- Celtic settlements». Publicação da cidade
de Bratislava.
Galazak,
José - “A Diarquia Sueva – sociedade e poder no reino dos quadros e regnum
suevorum (358-585 d.. C)”, artigo na Revista Portuguesa de Arqueologia, vol.16
(2013), pg. 323-350.
Torres -
Rosa Sampaio – Artigos ligados ao assunto com fontes, já publicados:
“Guido
Cavalcanti, Cavaleiro e Poeta” – Editado na revista InComunidade do Porto, ed. 36,
julho de 2015.
“As
tradições de origem no centro franco das famílias Cavalcanti e Monaldeschi”,
publicado na revista InComunidade do Porto, Ed. 57 de junho de 2017.
“Propriedades da antiga família
Cavalcanti na Toscana”, no blog
http://rosasampaiotorres.blog.spot.com/2018.
“Os
Bernardenga”, publicado no mesmo blog em 2018.
“A
descida de Carlos Magno para a península italiana no sec. VIII”, publicado no blog
2019.
“A
origem da Dinastia Wido e os Cavalcanti”, publicado na revista Athena, do
Porto, maio de 2019.
“O
ramo Wido dos Hornbach” – revista Athena, maio de 2022, também no blog.
“A origem dos agilofings” –
publicado no blog em 2024.
“Os
Alamanni na Ascendência Cavalcanti”.
“Notas
sobre os Bohemi” – editado na revista ConTexto – julho de 2025
Artigos da mesma autora referentes Inéditos,
mas já abertos para pesquisa:
“Os Suevos e a dinastia Agilofing”,
“Santa Sigrada”
“Os Agilofings”
Foram consultadas também diversas fontes
genealógicas modernas na mídia eletrônica baseadas, certamente, em fontes orais
familiares mais ou menos seguras, e artigos da Wikipédia por vezes corrigidos
ou complementados pela autora.
Adendo
Tentativa de Lista dos Perfis dos primeiros
chefes e duques bávaros
Pela leitura atenta do perfil dos personagens apresentados
a seguir, personagens ainda tidos como lendários ou já reconhecidos pela
historiografia, perfis já mais estudados, teremos ao final um quadro nítido e
detalhado da formação da elite bávara:
1º
- Lista dos primeiros chefes bávaros lendários.
- Hunimond da Baviera, por fonte insegura
MYHeritage, indicado filho do rei suevo Hermerico. Hunimond seria por Hermérico e
Hemengard, sua avó, da linhagem Agilof (agilofing) ostrogoda. Hunimond teria casado com Gontheuque [410], pelo nome possivelmente uma princesa burgunda da família dos
reis Gunther e Gondioc (Jordanes relata na Gética que Eutarico
[480- 522], genro de Teodorico, O Grande, era filho de Veterico, neto de Hunimond
(Jovem?) - os últimos dois tendo
sido reis ostrogóticos durante o
final do século IV e começo do V – fato que aparentemente aqui se comprovaria).
Este Hunimond por lista insegura
de Hermengard Ostrogoda (fonte Myeritage) casado
com Gontheuque [410] teria lhe dado ainda um bisneto, Aldiger
da Baviera, citado pela mesma fonte
-
Ermeric de SOUABE 372-441 With X. DES
SKYRES 375- with
-
Hunimond de BAVIERE 400- W ith Gontheuque X. 410 (burgúndia??)
-
Aldiger de BAVIERE 430-
- Edecon DES SKYRES 406-469 With Flora
DES HERULES 410- with?
-Etichon d'ALEMANIE 430-496
-Odoacre DES HERULES, roi des herules
435-493
-X. DES SKYRES 440- (mulher)
§
§
§
§
§
§
- Aldiger [ou Aldager] da Baviera [datado em 430] - por fonte insegura MYHeritage filho de Hunimond e neto de Hermerico, bis-neto de Hermengard Ostrogoda por linha agilof/ostrogoda. A palavra Aldager ou Adiger,
verificamos, do sueco Adal = nobre /
adalger = nobreza dá – em
sueco / Adalbald = nobre careca em suevo
/ ald/velho em inglês.
- Agivaldo
“Sangue” Agilofing [415 – 508], rex ou dux bávaro, tido
nesta geração. Pela
fonte Ancient European Royals and
Aristocrats WikiTree seria filho do rei
Huno Velpio Von Agilofing
[daTuríngia?] e uma senhora da Alamannia [uma alamanna?]. Este Agivaldo de
sangue agilofing também citado como pai do capostipide Agiulfo I.
- Teodão
dos Bávaros [I?] líder ou “dux primus” (n. c. 415, pela data de seu irmão - f.?)
Pela fonte
MYHeritage seria irmão do acima Agivaldo
“Sangue” Agilofing [415 – 508]. Conseqüentemente também filho do rei huno Velpio Von Agilofing [da
Turíngia?] casado com uma senhora da Alamannia [uma alamanna?].
Os Annales Ducum Bavariæ, Série Ducum Bavariæ, documentação de meados do século
XIII, o inclue logo no começo da lista
dos dux bávaros – citado como Theodo "dux primus”, pai de Theodo
II, com perfil mais abaixo
Teodonte ou
Teodão dos Bávaros foi casado com a meia-irmã de Maria Geneva, e, portanto seria cunhado do
capostpide agilofing Agiulfo I que
se mantivera ainda no centro europeu.
My Heritage confirma que este Teodonte
dos Bávaros era irmão de Agivaldo “Sangue” Agilofinges [sangue
agilofing] rei bávaro – naturalmente também filho do Huno Velphio
Agilofing, que cerca 385 fora
"Rei dos Alemanni", casado com uma senhora [princesa?]
d´Alamannia.
Agiulfo I (n. 470 – f. 512),
capostipide agilofing, nascido na Suábia (atual Baden-Wurttemberg,
Alemanha) ou em Trabzon, Turquia. Tido como capostipide da dinastia
dos agilofings que permaneceram no
centro europeu. Identificado
na listagem segura da abadia de Mettlach.
Por fontes genealógicas modernas, mas inseguras, seria
filho de Agivald Agilofinges “Sangue”
[sangue agilofing], rei bávaro [415-508] citado acima, e neto do rei Huno
Velpio Von Agilofing, casado com uma senhora da Alamannia (uma alamanna?). Agiulfo
I casado com Regnaberga (da Borgonha)
von Bayern, cristianizada Maria Geneve, nascida no Marne, (Champagne-Ardenne,
France, filha do rei búlgaro Godogisel [II?]. (Gondegisel era filho do líder
búlgaro Gundioc (ou Gondioc, Gunderi, Gundowech) de BURGONDIE, rei dos
burgúndios instalados em Lyon (r. 430-473)
- por fontes históricas Gondegisel, enteado de Caretena, teria
mesmo vivido e protegido esta sua madrasta em Geneva - ela já viúva e também
madrasta/avó, avó política, tida como
“tia” da religiosa e católica rainha Clotilde dos francos, casada com Clovis.
Caretena por fonte insegura com seu
segundo marido, o rei búlgaro Gondioc teria sido mãe de Theodolinda
e neste caso avó política (avó-madrasta) também de Maria Geneva (n. 490
- falecida 537), esposa de Agiulf I, filha já cristianizada do rei Godegisel.
Agiulfo
I teve com Maria
Geneve um filho, Agivald Agilofing -
ainda citados por fonte insegura Théodebald
Agilofing e ainda um outro Agivald
Bayern - estes dois últimos temos
como prováveis filhos só de Maria Geneve em seu segundo casamento com Agivald Bayern [calculamos c. 470/90 pela
data de sua esposa] - este seu segundo marido sem paternidade identificada.
- Teodão [II] [514] teria sido também
dux bávaro.
Consta na lista dos Annales, seguindo a Teodão dos Bávaros “dux primus”. Por
fonte insegura filho do acima Teodão I e da meia-irmã [n. 485] de Maria Geneva,
esposa de Agiulfo I.
- Agivald [n. c. 505 - 584] [“dos
Francos”?], filho de Agiulf I e
Regnaberta/Maria Geneva, filha do Rei búlgaro Godogisel. Por fonte insegura teria
casado [um segunda vez?] com uma princesa franco/lombarda, Wisigarda (n.
528) “Princess the Franks”, ex-esposa (ou viúva?) do rei francoTheodbert (c. 504-547).
Tudo indica Agivald e Wisigard
pais de Gariberto I, rei ou duque bávaro (ver discussão abaixo no perfil de Garibaldo I
(548–591). Notado que Garibaldo I
nasce em 548, já um ano depois do falecimento do rei franco Theodbert.
Agivald
(dito Agilulfus) [Von Bayern?] n. c. 515 – f. 537, falecido com vinte e dois anos - a nosso ver filho
de Maria Geneva von Bayern (princesa burgunda n. 490, da Borgonha
(Marne, Champagne-Ardenne, France) com seu 2º marido, possivelmente Agivaldo
Bayern, sem paternidade definida. As datas de Agivald Agilufus não o encaixam
como filho de Agiulfo I, primeiro marido de Maria Geneva, pois este em
515 já teria falecido. Tido também como irmão de Théodebald Agilulfus von
Bayern, logo abaixo. Adaptação de informação da fonte My Heritage Family
Tree, esta com prováveis incorreções.
Théodebald [ I? ] (Agilufus,
agilofing) Von Bayern (ou Theobald Bayern), n. cerca de 520 pela data de seu irmão. Falecido
depois de 553 (pela data de
nascimento de sua primeira filha) – agilofing bávaro sem perfil
pessoal genealogicamente referido - tudo indica filho de Maria Geneva (da
Borgonha) von Bayern (da Baviera) nascida no Marne, filha do Rei búlgaro
Godogisel com um seu segundo marido, Advaldo Bayern, este sem paternidade
definida.
Neste caso, o avô materno de Theobald
Bayern, Godegisel, por fontes históricas teria protegido a sueva agilofing
Caretena, sua madrasta já viúva na cidade de Genebra – ela ainda madrasta-avó
política (referida historicamente como “tia”) da rainha Clotilde.
Pela fonte Geny, Théodbald
foi casado com Lucile D'Alsace – jovem a nosso ver patrícia da família
Ferreol - família importante na Alsácia (Douen?) pelo provável casamento de sua
irmã Deotéria Aegidius/Siagrii/Ferreol em 533 com rei franco Théodobert (n. c.
504 — 547), mas deste separada em 540.
Em especial notável sua filha
Garitrude conhecida como Santa Garitrude [n. c. 553 (ou 560) - f. 649],
Contesse d´Ostrevant. A neta de Théodobald Beretrudis, 582–618, Countess of
Vermandois, foi casada com o rei franco Clotario II, mãe de Dagobert I, rei dos
Francos. Os demais netos de Theodobald teriam
gozado de prestigio na Alsácia e em Soisson (Borgonha), pela lista elaborada
dos filhos de Garitrude, alguns deles santificados. - um deles Garrier
(Garnier?) de Soisson, (tudo indica ascendente de Santa Siagra, mãe do
capostipide wido, S. Warin de
Hesbaye) - região que o general Aegidius/Siagrius chegou a dominar e governou
(como dux ou rex), no século anterior, o chamado Reino de Soissons de
461– 464, por fim destruído em 468 pelos reis franceses, filhos de Clovis.
OBS. 1:
Em especial sua filha Garitrude conhecida como Santa Garitrude [n. c. 553 (ou
560) - f. 649], Contesse d´Ostrevant, e o seu neto Santo Adalard d´Artois, assassinado
pelos familiares de sua esposa em 642
Da região
de Ostrevant oriundo o descendente Hucpoldus de Hainac (por nós
calculado nascido c. 830 - falecido antes de 1 de março de 893), marca da
Toscana que já no período carolíngio desceu à Toscana em meados do século IX, ancestral
direto dos Cavalcanti em Florença (1045). Ver nosso trabalho “Santo Uldarich” no
blog http://rosasampaiotorres.blogspot.com/ Seu tetravô por fonte
genealógica fornecida pela geneanet teria sido o capostipide Ethicon, duc da
Alsacia (673-692), neto de Geerberga.
Garitrude teve pelo menos 4
filhos e 6 filhas. Viúva foi abadessa do convento de Hamage, depois
santificada. Sua filha mais velha Gerberga
Von Franconia (564–655) (Duchess of Alsace and Franconia).
Sua filha Beretrudis ou
Bertrude, 582–618, Countess of Vermandois, casada com o rei
Clotario II, mãe de Dagobert I, rei dos Francos.
Sua neta santa Eusébie
e sua nora, santa Rictrude, abadessa de Marchiennes, também
santificadas.
Seu filho Adalbald I, Comte
d'Artois, 586–642, santo e mártir assassinado por parentes de sua esposa
Rictrude pela ocorrência de conflitos na Gasconha – por fontes religiosas foi pai
de Saint Mauront (“Adalbald († 642), duc, marié à sainte Rictrude,
abbesse de Marchiennes et père de Mauront e sainte Eusébie”) Em curta pesquisa
encontramos: Saint Mauront em Marseille, e o lider da Provence, Maurontus. Uma
certa Siagra teria doado para a Abadia de Noalesa (abadia fundada em 726
e localizada em Val Cenischia (Susa), hoje pertencente à Cidade Metropolitana
de Turim.
.
2º - Lista dos líderes e duques
bávaros hitóricos - não lendários.
Após este período considerado
lendário até o sec. VI, procuramos identificar e listar agora os duques e
chefes tradicionalmente tidos pela historiografia como os primeiros rex ou dux bávaros, cujos perfis podem nos esclarecer
sobre a história bávara, incluindo especialmente suas ligações matrimoniais de
fundo político e étnico. Vejamos:
Após esta primeira identificação
dos líderes bávaros tidos como lendários, a nosso ver bem concatenados em datas
e contexto, a seguir apresentamos a lista genealógica tida pela historiografia
tradicional como os primeiros dux
bávarii - lista corrigida e o mais possível contextualizada, com todas
as datas comparadas, observando a fonte Annales
Ducum Bavariæ, Série Ducum Bavariæ de meados do século XIII - fonte
relativamente segura que refere em ordem os duques “a partir de 514 - Theodo
"dux primus", Theodo II, a seguir "Garibaldus
rex", Tassilo [I] dux, Theodo III "quem sanctus Ruodbertus
baptizavit", até Theodebertus e Theodo IV.”
Por esta nossa lista compatibilizada em sua datas e
fontes bibliográficas contextuais, a história dos bávaros se desenrola através
os perfis destes reis e suas ligações matrimoniais étnicas e políticas.
1- Garibaldo I (548–591) (Gundoald, Gariwald, Garwalt,
Gariwald, Garipald, Garibaldo), rex e dux da Bavária, tido tradicionalmente pela historiografia
como 1º duque bávaro - GARIBALD I [555]-[591] -– a nosso ver filho de Agivaldo
Agilofing [n.c. 500- 584] (filho de Agiulfo I e Maria Geneve, pricesa
búlgara cristianizada) com a lombarda Wisigarda (Ver comentários
sobre Wisigarda no perfil acima de Agivald [n. c. 500-584] [“dos Francos”?]).
Garibaldo c. 570 foi casado
com a lombarda Waldrada, filha de Vascão,
lombardo de dinastia “lithing” cuja
mãe foi uma gépida. Ela pelo lado
paterno neta de Caretena, de ascendência agilof
e ostrogoda.
Segundo a historiografia Garibaldo teria preferido,
portanto, também um marido lombardo para a sua filha, Teodolinda, recusando o
candidato franco Childrico II. Os francos temendo a formação de um eixo
anti-franco enviaram então um exército para a Baviera. Os filhos de
Garibaldi, Gundoald e Theodelinda fugiram para a Itália. Theodolinda
teria gerado a partir de seu segundo casamento uma linha cadete
agilofing-bávara, dinastia associada aos lombardos em descida para a Lombardia, ela falecida em 22 de
janeiro de 627. Garibaldo não
sabemos se foi deposto ou morto pelo exército franco em 591.
Garibaldo é citado tradicionalmente pela historiografia como primeiro duque bávaro. Mas nos Annales Bavariae ele é referido como “rex bávaro”. A fonte Annales
Ducum Bavariæ, Série Ducum Bavariæ de meados do século XIII é fonte
relativamente segura, e refere em boa ordem as lideranças bávaras. Por esta
fonte temos “a partir de 514 - Theodo "dux primus", Theodo
II, a seguir "Garibaldus rex", Tassilo [I] dux, Theodo
III "quem sanctus Ruodbertus baptizavit", até Theodebertus
e Theodo IV.”
Pela fonte Wikipédia, Garibaldo I da Baviera
(500 erro? - 591) foi rex da Baviera e depois duque quando a Baviera passou à dinastia
agilofing de 555 a 591.
Fontes da Wikipédia Our Forefathers.
[S.l.: s.n.] p. 135. ISBN 9781107677234 [2] Herrera Roldán, Pedro, "Pablo Diácono, Historia de los
Longobardos", Primera Edición. Servicio de Publicaciones de la
Universidad de Cádiz, Imprenta Grafitrés S.L., 2006. ISBN
978-84-9827-072-2 ISBN 84-9828-072-9
Lembramos, que
Garibaldo I fora casado com Waldrada
(n. 531- 572, filha do rei lombardo Wacho e da gépida Austrigusa ou Ostrogotha - Waldrada na ocasião
já viúva do rei Teodobald (c. 536 - † 555),
rei merovíngio em Metz, de origem materna
aegidius/siagrius (filho do rei merovíngio
Teodbert e Deotéria Aegidius/Siagrius/Ferreol).
O rei Teodobald da Austrásia que
governou de 548–555 havia casado em 555
com esta esta princesa lombarda Waldrada, mas logo faleceu e não teve
herdeiros. Waldrada foi posteriormente suposta amante de Clothar I, Rei
dos Francos que governou até 561, por fim casada com Garibabaldo I. Waldrada
repetimos era filha de Wacho
(Vascão), que governou cerca de 510–539, da linha dos lombardos “lithing” (pela
sueva agilofing Carretena,
casada com o rei lombardo Gedeon), e de sua segunda esposa, chamada Austrigusa ou Ostrogotha, c. 504, uma gépida, filha do rei da Gépida –
(etnia que havia vencido Átila, e que por pequeno período (539 – 551) formara um
reino além do Danúbio - localizado entre os lombardos a leste, eslavos ao norte
e ostrogodos ao sul (ver mapa ao lado).
(Mais detalhes consultar nosso trabalho “Os
agilofings’(inédito) e “Os suevos e a dinastia
Agilofing”).
Por fontes
inseguras, mas que se encaixam muito bem em datas e contexto, Garibaldo a nosso ver, seria filho de
Agivaldo [n.c. 500- 584] [“dos Francos”?] neto de Agiulf I, capostipide
agilofing no centro europeu e Regnaberga - Maria Geneva, princesa búlgara. Ver
perfil acima.
Seu pai Agivald
antes de 548 teria casado com a Irmã de Waldrada, Wisigarda (n. 528),
"Princess the Franks” (que temos provável ex-esposa do rei franco
Teodoberto I (c. 504-547) nascida da Lombardia, também filha de Wacho, rei dos
lombardos, neta direta da sueva agilofing Caretena, esta filha do rei
suevo Requiário – (da mesma linha lombarda “lething” dos seus filhos com o rei
lombardo Gedeon ou Godeon).
Garibaldo
I nascido em 548 por esta fonte insegura seria, portanto, filho de Wisigarda.
Garibaldo I teria sido rex
bávaro (depois duque bávaro?) - tanto por seu casamento (data c. 570) com Waldrada
(n. 531- f. 572), ela em 555 viúva do rei merovíngio de
origem ostrogoda e aegidius/siagri
que não tivera herdeiros), quanto por
sua própria ascendência agilofing - ele filho de Advaldo Agilofing, neto de
Agiulfo I, capostipide agilofing, bis-neto político da sueva Caretena, filha do
rei suevo na Galícia, Riquiário – Caretena esposa em seu primeiro casamento
de Gedeon, rei lombardo, avô de Waldrada. Nota-se uma filha de Caretena com seu segundo marido Gondioc (rei búlgaro) de
nome de Teodolinda, o mesmo nome da
filha de Garibaldo I.
Assim sendo, bem indicado por várias
circunstâncias e pelas datas concatenadas, temos realmente Garibaldo I também como um agilofing
por sua descendência paterna e colateral (bis-neto político) da sueva tida como agilofing Caretena, pelo menos. Notar Garibald
ou Gundoald, de mesmo nome de Gondoaldo (ou Gundoald, filho de Caretena e
Gedeon, nascido em 452 (Conclusão de nosso trabalho “Os agilofings).
Garibald I fora casado com esta lombarda,
Waldrada, da linha agilofing
de sua avó Caretena, mas lombarda pelo
pai de dinastia “lithing”, mais adiante preferiu um marido lombardo para sua própria filha Teodolinde (n. c. 570? - 627),
recusando um candidato franco. Temendo
um eixo anti-franco, os francos enviaram um exército para a Baviera. Os
filhos de Garibald, Gundoald e Theodelinda fugiram para a Itália, gerando
posteriormente uma linha cadete agilofing-bávara - linha cadete sempre associada
aos lombardos. Não sabemos se Garibaldo I foi deposto ou morto.
Quanto
a estas primeiras relações matrimoniais conflituosas provocadas pelos reis franco-merovíngios com os bávaros,
temos por fonte enciclopédica balizada com nossos acrescentamentos:
”Algum tempo antes de 585, a corte merovíngia
tentou vincular o duque Garibaldo mais estreitamente aos seus interesses,
arranjando um casamento entre sua filha Teodelinda e o rei Childeberto II [ou
Quildeberto II, n. 570 - f.585] da Austrásia. Ao mesmo tempo, os merovíngios
estavam tentando normalizar as relações com Authari, rei lombardo (não
lething), arranjando um casamento entre a irmã de Childeberto e Authari. Ambas
as propostas falharam. O ofendido Authari foi contatado, então, por Theodelinda
em 588. Temendo um eixo anti-franco, os francos enviaram um exército para a
Baviera. Os filhos de Garibald, Gundoald e Theodelinda, fugiram para a Itália.
Authari nesta ocasião já levando seu povo para a Lombardia casou-se com
Theodelinda em maio de 589 e nomeou seu cunhado, Gundoald, [filho de Garibaldo
I] duque de Asti. Em 590, os francos invadiram a Lombardia com a ajuda de
Bizâncio, mas foram derrotados... Não se sabe se Garibaldo I foi deposto ou
morreu... [f. 591]. Garibaldo I também teria sido o pai de Romilda de Friuli”.
Theodolinda realizou
um segundo casamento com um Agiulf, duque de Turim, e assim estabelece uma nova
linha lombarda cadete bávara agilofing.
Não
sabemos ao certo quem teria sido o sucessor de Garibaldo I. Mas a lista dos Annalles
já indica Tassilo I duque bávaro já no mesmo ano de 591, ano da morte de
Garibaldo.
Fonte:
- Gregório de Tours, História dos Francos: Livros IX, Livro IV, Capítulo
9.
Imagem do Casamento de
Teodolinda, filha de Garibaldo I - falecida
22 de janeiro de 627.
Para
melhor entendimento sobre Garibaldo I reafirmamos algumas observações do seu perfil:
Obs. 1: A esposa de Garibaldo I, Waldrada (n. 531- 572) era filha do rei
lombardo Wacho, dinastia lething, mas também ela de origem feminina agilofing
e ostrogoda, já viúva do rei merovíngio Teodobald (c. 536 - † 555) – filho do rei merovíngio Teodobert
e de Deotéria Aegidius/Siagrii/Ferreol, tida como galo-romana da
classe patrícia.
O rei Teodobald merovíngio havia
casado em 555 com esta princesa
lombarda Waldrada, mas logo faleceu e não teve herdeiros - rei da
Austrásia governara de 548–555. Waldrada era princesa lombarda, porém de
origem materna gépida. Filha de Wacho (Vascão), que governou cerca de
510–539 da linha dos lombardos “lithing” e de sua segunda esposa, chamada Austrigusa/Ostrogotha, c. 504 - uma gépida, filha do rei da Gépida
(etnia já comentada acima). A mãe de Wacho, a sueva agilofing Caretena,
a primeira vez casada com o rei lombardo Gedeon (linha ”lething). Após a morte
de Theobald, Waldrada foi suposta amante de Clothar I, Rei dos Francos
que governou até 561, por fim casada com Garibaldo I.
Obs.: 2
– Para
pai de Garibaldo indicamos Agivald [dos Francos?] agilofing, c. 500 –
584, filho de Agiluf I Agilolfing e Regnaberga/ Maria Geneva – princesa nascida
da Burgundia da linhagem Gjúkungar (niberlungo) - princesa búlgara.
Por fonte não segura, MyHeritage/Family Tree,
Agivaldo teria tido casamento tratado com desconhecida quando tinha ainda 1 ano [Agivald em uma nossa hipótese
teria casado a 1ª vez com Deotéria Aegidius/Siagrii/Ferreol (n. 505?]. Casado em 534 com Wisigarda (n. 528) nascida
da Lombardia, titulada "Princess the Franks”, provavelmente por ser viúva do
rei franco merovíngio Teodoberto I (c. 504-547).
Notar Garibaldo I nascido para Agivaldo e Wisigarda em 548.
Wisigarda era também
filha de Wacho, rei dos lombardos, linha lombarda “lething” dos filhos da sueva agilofing Caretena - que
sabemos fora casada com o rei lombardo Gedeon ou Godeon. Por fonte oral
Agivaldo, filho de Agiulfo I e falecido mais tarde em 584 teria tido ainda
outro casamento com senhora não identificada com dois filhos [“Eles tiveram 2
filhos].
Obs.: 3 – O rei franco Teodebert I
(Théodebert) n. c. 504 — f. 547 ou 548 era filho do Rei dos Francos em Metz,
Teodorico I. Theodobert sucedeu ao pai em 534. Quase um século antes, em 451 Metz cidade do nordeste da França fora atacada por Átila, o Huno que atravessou o Rio Reno e atacou diversas cidades da Gália. Metz foi atacada em 7 de abril. Os ataques de Átila culminariam com a Batalha dos Campos Cataláunicos (451). A nosso ver
Teodebert I desposou Wisigarda (n. 528) neste mesmo ano de sua subida ao trono
em 534, e ainda Deutéria (em 533 ou 535?), da qual se separou em 540.
[“Deotéria Aegidius/Siagrii/Ferreol casada em 533 com rei franco Théodobert (n.
c. 504 — 547), deste novamente separada em 540”]. Wisigarda também filha de
Wacho, rei dos lombardos, descendente da linha lombarda “lething” dos filhos da
sueva agilofing Caretena, que vimos fora casada com o rei lombardo Godeon.
Por
fontes históricas: “Teodeberto como herdeiro real havia tratado casamento com Wisigard
filha de Wacho, rei dos lombardos. Mas esta trama política ainda não seria
usual para os reis francos, e Teudeberto a teria abandonado por Deotéria [uma
galo-romana de ascendência patrícia Ferreol e EAegidius/Siagrii] que ele
conhecera durante a campanha no sul da Gália. Seus partidários não ficaram
muito satisfeitos com o tratamento que dispensou a Wisigard, e persuadiram
Theudebert a aceitá-la de volta. Wisigard, porém, morreu logo [?!], e
Theudebert que já se havia separado de Deutéria se casou novamente”.
Mais
informações comentários e fontes em nosso trabalho “Os Agilofings",
inédito.
Obs. 4: a 2ª esposa de
Teodebert, Deotéria Aegidius/Siagrii/Ferreol (n.505?) galo-romana da classe
patrícia pelos Ferreol. Ela teria tido um primeiro casamento com um desconhecido,
do qual se separou, e foi em 533
novamente foi casada com o rei franco Theodobert (n. c. 504 — 547), dele
também separada em 540. Em 540 [?], Teodeberto abandonou Deotéria para
voltar a se unir com a sua antiga prometida e esposa Wisigarda, filha do rei lombardo Vacão (r. 510–539) - mas como esta teria logo falecido [!?]
Theobert foi casado ainda com outra pessoa, não citada historicamente.
Teria Wisigarda (n. 528) realmente
falecido “oportunamente” nesta ocasião segundo versão franca? Ou não querido
voltar para um marido que a tinha abandonado? Tudo indica, ela teria na
realidade se casado com o Agivaldo acima (por este fato indicado “Dos
Francos”?), filho de Agiufo I – e o filho de ambos, Garibaldo I, só nascido
depois da morte de Theidobert ? (447ou
448).
Conclusão genealógica sobre o período de
Garibaldo I
A nosso ver, teria havido neste em verdade uma
substituição, uma acomodação, ou mesmo
troca de esposos entre os descendentes das dinastias burgúndias
(nuberlungs), bayerns agilofings, lombardos lithing e merovíngios francos - trocas de figuras
reais femininas e masculinas no período de domínio ostrogótico de
Teodorico, O Grande – famoso pelo estabelecimento de conecções políticas e
familiares para governar . Neste período aconteceram tratativas com francos
inexperientes nesta prática de casamentos, tratativas mal sucedidas,que
terminam com desfeita dos francos aos
agilofings bávaros e aos lombardos
“lething” pelo rei franco merovíngio,
Teodobert - os ofendidos se unindo mesmo depois. Gariberto I, porém, posteriormente
negando o casamento de sua filha com francos merovíngios.
Sugerimos nesta ocasião ainda um
possível 1º casamento de Agivaldo, filho de Agiulfo I, com Deotéria Aegidius/Siagrii/Ferreol, resultando uma primeira filha,
ela depois segunda esposa de Theodbert. Hipótese já desenvolvida em nosso
artigo longo “Os Agilofings” com fontes citadas, hipótese que até agora não
podemos confirmar.
Fonte sobre a vida de Deotéria:
-
Martindale, John R.; Jones, Arnold Hugh Martin; Morris, John (1992). «Deoteria;
Theodebaldus I». The Prosopography of the Later Roman Empire - Volume
III, AD 527–641. Cambridge e Nova Iorque: Cambridge University Press. ISBN
0-521-20160-8.
-
Wood, Ian N. (2000). «Family and friendship in the West». In: Cameron, Averil;
Bryan Ward-Perkins; Michael Whitby. The Cambridge Ancient History, Volume 14 -
Late Antiquity: Empire and Successors, A.D. 425-600. Cambridge: Cambridge
University Press. ISBN 0-521-32591-9.
-Störmer, Wilhelm. Die
Baiuwaren: Von der Völkerwanderung bis Tassilo III. (O Baiuwaren: do
período de migração a Tassilo III). Não consultado, pp. 59-64. Verlag CH Beck,
2002, ISBN 3
Estudos
modernos ainda têm mantido dúvidas sobre a origem agilofing de Garibaldo I (548–591) e neste caso Tassilo I seria o
historicamente mais comprovado duque bávaro:
2 - Tassilo I ou Tassilão, rei da Baviera referido
como rei (!) agilofing (r. 591- 610) –pai não é
comprovadamente identificado. Seu pai teria sido Teodorico II, duque da Baviera e rei
merovíngio de Metz entre 612 – 613, quando faleceu?
Tassilo I teria sido nomeado rex (!) da Baviera por Childeberto II, rei franco da
Austrásia no mesmo ano da morte ou assassinato de Garibaldo I em 591, e é tido tradicionalmente pela
historiografia como o primeiro membro comprovado da dinastia bávara-agilofing
a exercer cargo de relevo na Bavária – ainda
que já tenhamos levantado a proveniência agilofing
de vários chefes bávaros anteriores, e mesmo comprovado a longa ascendência agilofing de Garibaldo I, pelo menos
por sua avó política a sueva Caretena.
Tassilo I (ou Tassilon) foi duque da Baviera de 591 até
sua morte, tendo sido levado a se mudar para a terra dos eslavos entre o Tirol e
Caríntia, segundo Paulo, o diácono, em
Historia Lombardorum.
Texto da Wikipédia, com nossos
complementos: “De acordo com Paulo, o Diácono, ele [Tassilo I] foi nomeado rex [!] da Baviera por
Childeberto II, rei franco da Austrásia em 591, encerrando a
guerra com os francos. A guerra começou durante o reinado do
antecessor de Tassilo, Garibald I, quando Garibald concluiu [ou preferiu?] uma
aliança matrimonial com os lombardos. Não sabemos se Garibald morreu ou foi
deposto, mas seus filhos fugiram, frente a um exercito
franco”. [Ver perfil de Garibaldo I neste trabalho acima] O fato de
Childeberto ter nomeado Tassilo I já demonstra na ocasião o controle franco
sobre o estado da Baviera.
Paulo, o Diácono [em Historia Lombardorum], complementa que Tassilo I logo se
mudou para as terras dos eslavos (provavelmente o Tirol oriental e a Caríntia, recentemente
conquistados e voltou vitorioso com muita pilhagem. Esta vitória provou ser de
curta duração, como nos conta ainda Paulo - cerca de 2.000 bávaros mortos até o último
homem em 595. Eles invadiram as
terras dos eslavos, que receberam ajuda do Kaghan (chefe) dos ávaros. Tassilo I morreu em 610 e foi sucedido por seu filho
Garibald II.
Fontes
STORMER,
Wilhelm. "Die Baiuwaren: Von der Völkerwanderung bis Tassilo III." pp
64-66, Verlag CH Beck, 2002, ISBN 3-406-47981-2.
Paulo, o Diácono,
História dos Lombardos: Livro 4, Capítulo VII.
Tassilo I foi pai de Garibaldo II e
também de Theodobertus de Maastricht? assassinado em 669, abaixo também
referido na seqüência cronológica
Obs.: Tassilo
I ou
Tassilão certamente seria um agilofing. Para alguma fonte Tassilo seria filho de Garibaldo I
que temos como agilofing - entretanto, não há citação de Tassilo como seu
filho.
Seria seu pai encoberto o franco Teodorico
II, duque da Baviera e rei de Metz entre 612 – 613 [Teodorico II da Austrásia
(586 — 612)]? que reinou logo em seguida ao franco Theodbert II, filho de Quideberto
II (r. 575 - 595).
3 - Garibald
II (Grimoald
ou Grinwald) (585–625), duque
bávaro de 610 até sua morte em 625. Era filho de Tassilo I. Casou-se com Geila, filha do rei lombardo Gisulf II de Friuli* e de Romilda (casal que havia sofrido especialmente na invasão e
domínio dos ávaros na Itália.
Ver observação abaixo).
Seguem os filhos de Garibaldo II e Geila: Fara, Teodo I ou IV (genro?), Theodo III, Theodobertus.
Obs.: por fonte
enciclopédica: “Gisulf II “(Gisulfo II di Friuli) (n.c. 545 - f. 611) foi duque
de Friuli por volta de 591 [1] até sua morte. Ele era filho e sucessor de Gisulfo I .... O evento
mais significativo de seu reinado ocorreu provavelmente em 611 [2] quando os
ávaros invadiram a Itália, o território de Gisulf foi o primeiro pelo qual
passaram. Gisulf convocou um grande exército e foi ao encontro deles. Os ávaros
eram uma força maior, entretanto, e logo venceram os lombardos. Gisulf morreu
em batalha e seu ducado foi invadido. Ele deixou quatro filhos e quatro filhas
com sua esposa Romilda (ou Ramhilde). Seus dois filhos mais velhos, Tasso e
Kakko, o sucederam. Os filhos mais novos de Gisulf , Radoald e Grimoald fugiram para Arechis I de Benevento, parente de Gisulf. Ambos eventualmente se tornaram duques de
Benevento, e Grimoald até mesmo se tornou rei. Gisulf deixou duas filhas, Appa
e Geila (ou Gaila)”. O Diácono Paulo diz que uma se casou com o Rei dos Alemanni (incerto) e outro com
o Príncipe dos Bávaros”
(provavelmente Garibald II da Baviera), mas ele não identifica quem se casou
com quem.
4 - Fara de Friuli e da Baviera (n. 600
- f. 641) (r. 630 - 640). “Herzog”
ou duquesa da Baviera, filha de Garibaldo II e de Geila de Friuli. Neta
de Tassilo I de Baviera e do rei lombardo Gisulf II de Friuli
(referido acima). Casou com Teodón I
(ou IV) da Baviera (s/data, 636?). Sucedida por seu filho Teodo II ou V
de Baviera. Não é mencionada na lista dos Annales.
Entretanto, fontes em que é referida:
Jörg Jarnut - Agilolfingerstudien. Untersuchungen zur Geschichte einer
adligen Familie im 6. und 7. Jahrhundert. Stuttgart 1986. Diese Ansicht
wird weitgehend geteilt in: Wilhelm Störmer: Die Baiuwaren. Von der
Völkerwanderung bis Tassilo III. München 2007. / Christian Settipani
(1989): Les Ancêtres de Charlemagne, Paris: Editions Christian.
Enciclopédia Britânica.
5 - Theodo I ou IV (n. 602 - c. 670), Theo ou Theodon,
Herzog von Bayern, Theodon I De Baviere, casado 636?
com Fara da Baviera (n. 600, referida
acima, filha de Garibaldo II e Geila
de Friul) e, temos em segundo casamento, depois de 641? com Gleisnod De
Neustrie - "qui cum filiis sanctum Corbiniacum, locavit Frisinge”. Reinou
em Regenbourg e Fisinge ? Theodosius teve dois filhos: um filho e
sucessor como duque. Pai de Lantpert, duke of
Bavaria que o sucede e Theodo II ou V,
Agolfinger e uma filha Uta.
Fonte Jarnut Jörg: “O estudo do dedo Agilol (agilofings)”. Anton
Hiersemann Stuttgart, 1986 Seite 8.117, com nossas correções e acrescentamentos:
“Teodósio I (n. antes de 630, †
680). Da dinastia de Agilolfinger foi por volta de 640-680 Duque da Baviera. Às
vezes também é chamado de Teodósio IV, para os mais lendários duques Teodósio
I-III, contagem antes de 570.
Com sua esposa
Gleisnod de Friuli [erro] Theodosius teve dois filhos: um filho e sucessor como
duque, Lantpert e a filha Uta. Estava em sua corte em Regensburg para
recepcionar o bispo itinerante Emmeram.
“Com os
assuntos do Império Franco durante este tempo ele parece ter tido pouco a ver,
uma vez que deste lado não é praticamente mencionado. Seu sucessor imediato foi
seu filho Land Stekt/Lantpert, o assassino de St Emeran. Lantpert foi
aparentemente seguido por um curto reinado de Teodósio II.” [erro Teodosio III?]
Fontes
http://www.gatinaisgeneal.org/dominiqueg/pag0.htm#6
http://www.wikitree.com/wiki/UNKNOWN-18927
http://www.mittelalter-genealogie.de/agilolfinger/theodo_2_herzog_v...
A fonte Geny assim o apresenta acompanhado de
muita documentação (com nossas observações):
"Theodo I", "Theo Theodon", "Herzog von
Bayern", "Theodon I De Baviere "Data de nascimento: cerca 602
Local de nascimento: (Present Bavaria), Herzogtum Bayern (Present Germany),
Francia. Falecimento: cerca 670 (59-77)
(Present Bavaria), Herzogtum Bayern
(Present Germany), Francia (Frankish Kingdom) Família imediata:
Filho [genro?]
de Garibald II, duke of the Bavarians e Geila De Frioul Agolfinger
Marido de [Fara? e de] Gleisnod De Neustrie.
Irmão de Grimaldo I, Duke of the Bavarians e
Fara of Bavaria [erro?] Occupation: Duke of the Bavarias, 10 th King of
the Bavarians c.640- c. 680 [erro 670] Herzog van Bayern.
Pai de Lantpert, duke of Bavaria, e Theodo
II ou V, Agolfinger.
6 - Theodo [ III ] 640? Agolfinger, THEODO III [640]. Ainda filho de Garibald II, e Geila
De Friul. Os Annales Ducum Bavariæ, de meados do século XIII, lista em ordem os duques bávaros desde 514: -
Theodo "dux primus", Theodo II, "Garibaldus rex", Tassilo
[I] dux, Theodo III " a quem
sanctus Ruodbertus baptizavit", Theodebertus e Theodo IV.
Este Theodo certamente seria da linha
descendente dos Teodões Bávaros tidos como lendários, e assim será por nós listado
como o III (terceiro).
Texto do nosso artigo Santa Sidarta relativo
ao reino franco sugere a participação deste Theodorico ou Teodo [III]:
“... No sec VII os conflitos pessoais e
políticos, particularmente violentos, adiante tornar-se-ão mesmo uma guerra - autrasianos
contra burgúndios e
neustrianos, conflito que só será resolvido pelo enfrentamento militar. Quando
o prefeito Varatão da Neustria morreu em 686, o novo prefeito Bertário
entrou em guerra contra a Austrásia. Entretanto, no ano seguinte na Batalha
de Tertry o praefectus austrasiano
Pepino de Herthal vence o exército burgúndio-neustriano
sob o comando de Bertário, acompanhado por seu apoiador o rei franco
neustriano - Teodorico III (654 — 691) [ou Teodo (n. 630 – f. 11 de
dezembro c. 718, parente de S. Luitwinus]. Assim estabelecido o caminho da dominação austrasiana no reino franco, e a
preparação para o estabelecimento definitivo da nova dinastia carolíngia no poder. Ver explicação
no perfil abaixo.
- Theodbertus
(chamado de Maastrich?), duque ou bispo assassinado em 669. THEODEBERT [670].
No Annales...: a Thedoro III segue um Theodebertus. Assim sendo, Aqui encaixamos
este bispo que foi assassinado por motivos políticos em 669. Filho de Tassilo I? (este acima indicado como pai de Garibaldo
II; seria pai também de Theodobertus
de Maastricht assassinado em 669??)
Neste caso,
Theodbertus seria também filho de Garibald II (585–625) e Geila, ela filha
do rei lombardo Gisulf II de Friuli e Romilda (casal que especialmente sofreu a
invasão e domínio dos ávaros na Itália). Lembramos:
St. Lambert (Landebertus de Maastrich) seu contemporâneo e parente (sobrinho?)
é referido em genealogia como proveniente do condado de Hesbaye, n. 636 - f.
705 - Bispo de Maastricht, Liège
(Tongeren), de cerca 670 até sua morte - cristianizador da região de Maastrich
(Flandres, Bélgica), filho do capostipide dos wido (o mártir, conde Warin I), mas teria sido educado por membro
da dinastia bávara agilofing – este seu tio Theodobertus
de Maastricht, assassinado em cerca de 669,
mais tarde St. Theodard. O
próprio St. Lambert também foi pivô de um enfrentamento moral e político
entre merovíngios e carolíngios, assassinado como os seus
ascendentes e tornado santo mais tarde - “S.Warin lapider vers 674 au
pied de l'éperon rocheux de Vergy, peu de temps avant le martyre de son
frère »(placa que até hoje marca o lugar de sua morte).
Obs: Lampert
fora protegido por este seu tio, o bispo Theodard de Maastricht. Quando
Theodobert foi assassinado, logo depois de 669
os conselheiros do merovíngio Childerico II trataram de tornar Lambert
bispo de Maastricht. Teodobert fora assassinado em 669 certamente por
motivos políticos – a mudança de dinastia merovíngia
para carolíngia - mesmos motivos dramáticos que haviam ocorrido na
família de Hesbaye e que geraram o apoio de S. Rupert posteriormente o apoio de
Teodoro II ou V. Ver abaixo perfil de Teodoro II ou V. Fontes
nosso trabalho “As mais antigas origens de Cavalcanti, Monaldeschi e Malavolti
nas proximidades de Colônia, reino franco – século VIII”, publicado na revista
portuguesa “Athena” no mês de novembro de 2020, e também no nosso blog (ver
nota 8). Ainda informações do nosso trabalho “A vida e a genealogia de S.
Warin” inédito e “Antigas dinastias francas”, também inéditas.
7 - Lantpert (n.
a. 636 – f. 680) - duque bávaro, filho de Theodo I ou IV, duque da
Baviera e Gleisnot (da Neustria) – em cerca de 651 Lanpert teria assassinado equívocadamente
o bispo Emmeram de Regensburg, depois santo, por causa de sua irmã Uta,
segundo a Vita Hamhrammi do
bispo Arbeo da localidade de Freising.
Fonte "Landbert Herzog von Bayern (680 -
)" (em alemão). Arquivado a partir do original em 2007-03-21. Ficha explicativa de Lampert e
Emmeran na Wikipédia.
Pela
Wikipédia: “Depois do ano 649 Theodo recebeu Emmeram em sua corte, onde
trabalhou por três anos realizando trabalho missionário. Durante este tempo,
ele ganhou uma reputação como um homem piedoso. Ele morreu por volta de 652 e
está enterrado em St. Emmeram's em Regensburg, Alemanha. Segundo a história,
Uta (ou Ota), a filha do duque, confidenciou a Emmeram que estava esperando um
filho fora do casamento. De acordo com Arbeo, o pai era um Sigipaldus da
própria corte de seu pai. Movido pela compaixão, Emmeram aconselhou-a a nomear
a si mesmo, a quem todos respeitavam, como o pai na esperança de mitigar um
pouco de sua vergonha. Pouco depois, diz a lenda, Emmeram foi abruptamente em
peregrinação a Roma. Neste ponto, Uta nomeou Emmeram como o pai. Quando o duque
Theodo e seu filho Lantpert souberam da gravidez de Uta, Lantpert foi atrás do
bispo. Lantpert alcançou Emmeram em Helfendorf (agora parte do subúrbio de
Munique de Aying) na antiga estrada romana entre Salzburg e Augsburg na Via
Julia Augusta e o cumprimentou como "bispo e cunhado". Segundo a
tradição popular, querendo proteger o verdadeiro culpado, Emmeram não se defendeu
e recebeu inúmeras feridas. Lantpert e seus seguidores amarraram Emmeram a uma
escada e começaram a torturá-lo; ele foi então decapitado. Nada mais se sabe de
Uta e Lambert”.
8? – Teodoro ou Teodon II ou V
(n. 630 – f. 11 de dezembro c. 718) – (r. 670/80-716) (Teodo, Thedon, Teodão),
“Herzog” da Baviera. - Nasceu em 630 na Suábia, Chemnitzer Land, Sachsen,
Alemanha, filho do acima Teodon IV (602-670) e temos da sua segunda
esposa, Gleisnod da Neustria (franca?). Teodon V teria a nosso ver pai de Wiligard Guilgarda)
da Baviera casada com S.Lewinus de Hesbaye e também de Hersvinda, agilofing bávara, proveniente do condado de
Herbaye, meia-irmã de Willigard (esta filha
Folchaide da Alemanha, ambas filhas do dux Teodoro II da Bavaria; Heresvinda casada
com Agiulf da dinastia agilofing de Winzgouw.
Teodo V teria tido um 1º casamento com a
franca Regintrude da Austrasia, filha do rei franco Dagobert I e
Regintrude - uma filha sua casada com Godefroy, Duke da Alamannia (confirmado
que Dagobert I em c. 630 casou-se com Ragnetruda (ou Regintrude, n.? - †?),
irmã de ex-mulher Gomatruda).
Teodoro V foi marido de Folchaide da Alemanha possivelmente em um segundo
casamento. Duque da Baviera de 670, ou mais provavelmente 680, até c. 716.
Tem perfil detalhado na Wikipédia. Estabeleceu capital em Ratisbona (moderna
Regensburg), centro agilofing, mas a transferiu por motivos
políticos posteriormente para Salzburg. Casou-se
com Folchaid, da aristocracia da Alemannia, agilofing,
para estabelecer laços diplomáticos e políticos. Interveio nos assuntos lombardos e carolíngios, abrigando os
refugiados Ansprand e Liutprand [ lombardos então de diferenças com o
papado], a quem ajudou militarmente em seu retorno para reivindicar a Coroa
de Ferro. Liutprand mais tarde se casou com sua filha, Guntrude.
Segundo o bispo Arbeo de Freising que
escreveu cinqüenta anos depois: “... fortaleceu a Baviera interna e
externamente e, era um príncipe de grande poder, cuja fama se estendia além de
suas fronteiras”. Theodo é o patrono dos
quatro grandes missionários da Baviera: Saint Rupert, Saint Erhard, Saint
Emmeram e provavelmente Saint Corbinian. Ele foi o primeiro a traçar planos
para a igreja da Baviera, visando tanto um cultivo mais profundo do campo,
quanto maior independência do reino franco, por uma associação mais próxima com
o papa. Ele foi o primeiro duque bávaro a viajar para Roma, onde esteve com o
Papa Gregório II. As sedes diocesanas foram colocadas nos poucos centros
urbanos que serviam de sedes do Duque: Regensburg, Salzburg, Freising e Passau.
Theodo V
também defendeu habilmente seu ducado dos ávaros
(com alguns fracassos no leste). Como cometamos acima no período de vida de
Teodoro II ou V teria sido assassinado por motivos políticos o bispo da família
agilofing Theobert de Maastrich (seu tio?), em 669. Teodobert foi assassinado em 669 certamente por motivos
políticos e morais – a política de passagem da dinastia merovíngia para carolíngia
- mesmo episódio dramático como os que haviam ocorrido na família de Hesbaye, e
acabam gerando seu apoio ao bispo S. Rupert também da família de Hesbaye. Teodoro ciente de sua ascendência agilofing unida aos de Hesbaye quis
ajudar Ruperto em seus problemas religiosos e políticos – e os assassinatos
ocorriam em ambas as famílias, perpetradas pelos prepostos carolíngios já em ascensão (também o assassinato de S. Warin, conde
de Hesbaye em 714?). Assim Theodo V mudou a capital do ducado para a cidade de Salzburgo, então sede da diocese de
St. Rupert.
Obs.: Os Annales Ducum Bavariæ nomeiam em ordem: "Theodo… Theodo [et] Theodebertum" as Dukes of Bavaria, this being the second Theodo (fonte Arbeo de Freising).
Na fonte Geni, ele aparece como filho de
Garibaldo II e Geila De Frioul (erro?). Na página da Wikipédia inglesa filho de Teodo IV [o acima] duque da Baviera e provavelmente
com Fara [de Friuli] da Baviera (n. 600) [erro?] filha, do rei dos lombardos, Gisulfo de Friuli, n: 577).
Por texto da Enciclopédia britânica: ”His father was Theodo IV, Duke of
Bavaria and his mother [erro?] was probably Fara of Bavaria (b: 600), daughter
of one of the Kings of the Lombards and (her mother) Daughter of Gisulf of
Friuli (b: 577)” [também erro].
Teodoro ou Teodon II ou V morreu 11 de dezembro de 718 na Baviera, Alemanha. Teria sido
sucedido por seus quatro filhos com
os quais dividiu seu ducado depois de 715 ou 716. . Com sua morte em 716 o ducado dividido
mergulhou na guerra civil e todos os irmãos, exceto Grimoald, morreram em 719.
Foi pai de:
a) - Theobald,
filho de Theodo V, duque de partes
da Baviera cerca 711-719.
b) - Tassilo II, filho de Theodo V,
duque em Passau c. 716-719.
c) -Theodebert da Baviera (685-719) -Theodebert
(Agilofing) von Bayern, duque atuando já a partir de Salzburg c. 702-719, filho do acima Teodoro V da Baviera e Forchailde, alemã.
Fonte
Jörg Jarnut: Agilolfingerstudien. Untersuchungen zur Geschichte einer
adligen Familie im 6. und 7. Jahrhundert. Stuttgart 1986. Diese Ansicht
wird weitgehend geteilt in: Wilhelm Störmer: Die Baiuwaren. Von der
Völkerwanderung bis Tassilo III. München 2007.
Theodebert da Baviera (685-719) duque da Baviera, reinando em
Salzburgo 702-719, filho de Dietenheim (Dietenheim é uma cidade da Alemanha
localizada no distrito dos Alpes-Danúbio, região administrativa de Tubinga, no
estado de Baden-Württemberg).
Theodbert da Baviera chegou a ajudar os reis
lombardos de origem agilofing, Ansprand e Liutprand, em seu retorno à Itália em
712. Theodebert casado com Imma da Alemanha foi pai da jovem Suanaquilda (ou Swanachild) da Baviera
(v. 705/710 - † ap. 741). Esta foi capturada por fim em 725, quando da invasão
militar do franco carolíngio Carlos Martel, com ele casada para nova composição
política. Foi mãe de Griffo, nascido pouco depois. Ver mais Garibaldo
III ou Grimoald abaixo.
d) - Garibaldo [ III ] (Grimoald
ou Grinwald) (r. 716 - 725). Filho de Theodo V, governou
toda a Baviera de c.715 até sua morte, em batalha contra Carlos Martel.
Garibaldo III ou Grimoald reinou em Freising, de c. 719 a 725.
Com a morte de seu pai Theodo V em 716, o ducado dividido em guerra civil seus
irmãos, exceto Grimoald, morreram em 719 ( fonte Vita Corbiniani ).
Grimoaldo
teria induzido o bispo franco Corbiniano a vir para a Baviera em
724 para evangelizar a região. Outra fonte indica que foi o Papa Gregório II quem enviou o bispo
franco Corbiniano, depois santo, para a Baviera em 724. A oposição do bispo ao casamento do próprio duque Grimoaldo
com a viúva de seu irmão [Theodbert], Biltrudis
(ou Pilitrud) fez com que o bispo fosse
enviado para o exílio por um tempo. No ano seguinte (725), Charles Martel interveio , marchou contra a Baviera e levou Biltrudis e Suanaquilda, filha de Teodbert
capturada, matando Grimoald em batalha.
- Hugberto
(725-737), filho de Theudbert, duque da Baviera e Imma da Alemanha. Aparentemente não
teve descendência masculina.
Tendo o
acima citado Grimoaldo morrido em batalha contra Carlos Martel,
Hugbert chamou o bispo Corbiano de volta
para Freising. Corbiniano voltou, mas morreu pouco depois.
Sepultado na igreja de São Zeno na Maia (Merano), junto ao
túmulo de São Valentino. Fonte Peter B.
Steiner, St. Korbinian - der Bischof mit dem Bären, Lindenberg
i. Allgäu, Kunstverlag Fink, 2014, ISBN
978-3-89870-825-8
- Odilo,
duque da Baviera [ODILO 739-748], agilolfing de ramo colateral, filho do rebelde aos
francos Gotfried, duque da
Allemania, de ramo colateral alemanno e agilofing - sua mãe possivelmente
uma filha de Dagobert I e Regintrude. Odilo
casado com Hiltruda (? - f.754), filha de Routrude de Hesbaye e do
rei franco carolíngio Carlos Martel.
Odilo fora designado duque da Baviera de acordo com o
Lex Baiuvariorum após a morte sem descendência masculina de seu primo Hugoberto
em 736. Seu avô Teodoro V, duque bávaro, marido em segundo casamento provavelmente
de Folchaide da Alemanha, agilofing, este filho do acima Teodon I ou IV
(602-670) e temos da sua segunda esposa, Gleisnod da Neustria (franca).
Odilo
era o filho mais novo do rebelde Gotfried, duque da Alemanha,
possivelmente tido de casamento com uma filha do rei franco merovingio Dagobert
I e Regintrude. Seus irmãos mais velhos Lantfrid e Theudebald,
sucederam a seu pai como duques dos Alamanni em 709, e continuaram o conflito
armado inciado por seu pai.
Lembramos
que seu avô Teodo V teria tido 1º casamento com a franca Regintrude da
Austrasia, filha do rei franco Dagobert I e Regintrude - uma filha sua casada
com Godefroy, Duke da Alamannia (a confirmar). Odilo foi envolvido no julgamento
do tribunal de sangue de Cannstatt, quando a elite alamanna esteve comprometida
e quando a Alamannia foi submetida de uma vez por todas.
- Grifo ou Griffon (n. logo depois de 725) - f. 748? já um franco
carolíngio, - filho de Carlos Martel e Shanaide (ou Suanaquilda) da Baviera, casada
em 725, filha de Theodbert da Baviera e Imma
da Alemanha (v. 705/710, † ap. 741),
“Com
a morte de Carlos Martel, os seus dois filhos mais velhos, Carlomano e
Pepino afastam o seu irmão mais novo e repartiram o reino franco em dois.
Suanaquilda incita então o seu filho à revolta, mas eles são derrotados. Grifo
é preso, enquanto a sua mãe é relegada para o mosteiro de Chelles” (Riché,
1983, p. 53 et 6e 1Settipani, 1993, p. 173 et 177).
Tido como usurpador pelos bávaros por ser
filho de um carolíngio, Grifo
é ainda preso pelos filhos de Carlos Martel que não queriam dividir o poder com
ele, enquanto sua mãe é relegada para o mosteiro de Chelles. (Settipani,
1993, p. 173 e 177).
- Tassilo III (r.748-788) v. 794. Filho de Odilo da Baviera e Hiltruda
(? - f. 754) filha de Routrude de Hesbaye e de Carlos Martel (ODILO 739-748)-
Duque da Baviera, agilolfing também de ramo colateral, neto de
Gotfried de Allemania – lembramos seu bisavô Teodoro V, marido de Folchaide
da Alemanha, agilofing. .
Tassilo III foi deposto por
Carlos Magno em 788, ocasião em que acaba
por ainda exercer violência sobre seus
apoiadores bávaros.
Presente em 794 no conselho de Frankfurt, Carlos Magno faz Tassilo III renunciar
definitivamente a todo o poder. A Baviera anexada ao reino dos francos,
colocada diretamente sob a autoridade real franca. Tassilo III, filho do dux Odilo da Baviera e Hiltruda (n. ?, † 754) esta já filha de
Routrude de Hesbaye e do famoso Carlos Martel, capostipide dos carolíngios. Tassilo III era tido
ainda como um aristocrata agilofing,
e mesmo neto de Carlos Martel não conseguirá mais manter a independência da Baviera.
Em
reunião no palácio imperial de Ingelheimem em 788, Tassillo III será forçado a confessar todos os crimes
que o fazem reconhecer como um opositor e traidor - condenado à morte. Por seu
parentesco Carlos Magno o beneficiará, mas exige que ele se torne monge,
assim como os membros de sua família. Carlos Magno sacrifica os bávaros rebeldes, e coloca à frente do
exército um prefeito (præfectus)
na pessoa de seu cunhado, Geraldo II de Vizintgau - este neto de Heresvinda
de Wizingau, filha do dux bavaro Teodo
V (Ver acima) - o poder de dux assim diluído
por vários condes. No conselho de Frankfurt, em 794, Carlos Magno faz Tassilo
renunciar a todo o poder, e a Baviera é definitivamente anexada ao reino
Franco.
- Theodo (o 6º da linhagem dos Teodões bávaros) e seu irmão Teodeberto, filhos de Tassilo III fechados por Carlos Magno em um mosteiro.
Comentários finais sobre esta lista dos
duques bávaros
Os alamanni derrotados na Alsácia por
Pepino em 745, o prefeito Carlomano em 746 executara muitos membros da elite alamana no tribunal de Cannstatt. Durante o julgamento, Carlomano
questiona a lealdade dos príncipes alamanni, acusando a nobreza de referir o envolvimento
nos levantes dos duques Theudebald da Alemannia e também de Odilo da Baviera - filhos do rebelde duque Godfrid
(5).
Odilo era o filho mais novo do rebelde Gotfried,
duque da Alemanha, possivelmente tido de casamento com uma filha do rei franco
merovingio Dagobert I e Regintrude. Seus irmãos mais velhos Lantfrid e
Theudebald sucederam a seu pai como duques dos Alamanni em 709, e depois
continuaram o conflito armado inciado por seu pai. Com o julgamento final no
tribunal de Cannstattfoi executada parte da nobreza, a outra parte
despossuída de seus bens - os alamannos são finalmente submetidos. Não
sabemos ao certo o numero dos executados.
Lembramos que Tassilo III (r.748-788) v. 794 era filho de Odilo da Baviera e
Hiltruda (? - f. 754), esta filha de Routrude de Hesbaye e de Carlos Martel.
Odilo 739-748), Duque da Baviera, agilolfing
também de ramo colateral, neto de Gotfried de Allemania – lembramos
seu bisavô Teodoro V, marido de Folchaide da Alemanha, agilofing.
Tassilo
III, filho de Odilo da Baviera tentou ainda dar continuidade a
dinastia bávara agilofing, porém sem obter mais a confiança dosfrancos carolíngios. Ao entrar em choque com a
descendência carolíngia, com Carlos Magno ele não pode mais governar a
Baviera. Consultar nosso texto “Antigas Dinastias Francas”, inédito mais aberto
a pesquisas.
Assim sendo, adiante na reunião
de 788 no Palácio Imperial de
Ingelheim a elite bávara, por Tassillo III (Tassilão), um agilofing, e ultimo
dux bávaro é forçado a confessar todos os crimes que fizera, e reconhecer como
ainda como desejoso de poder sendo então condenado à morte. Mas por seu
parentesco com Carlos Magno, este o beneficia, exigindo que entre para
um mosteiro e se torne monge, assim como os demais membros de sua família. Carlos
Magno ainda sacrifica a vida da elite bávara rebelde. Tassilo III presente ainda
em 794 no conselho de Frankfurt, Carlos Magno o faz renunciar definitivamente a
todo o poder. A Baviera anexada ao reino dos francos, colocada diretamente sob
a autoridade real franca.
No passado o avô de Carlos Magno, Carlos
Martel ("Charles a Hammer") (676 – 741) depois do assassinado do
bispo Theodebert de Maastrich em 675
pela facção por trás do trono comandada por Ebroin, mordomo de Neustria chegara
a tentar melhorar as relações da dinastia agilofing bávara (e mesmo com os de
Hesbaye). por seu casamento com Routrude de Hesbaye. Carlos Martel casara
ainda com Swanachild, filha de Theodobert II da Bavária (685-719) princesa agilofings, tornando-se pai de Grifo ((n. logo depois de 725 - f. 748?). Mas Grifo
portador de clara metade agilofing por sua mãe é finalmente considerado
pelos companheiros bávaros como um traidor (por ser também de sangue carolíngio?).
Como observamos os agilofings haviam estado por séculos viceralmente unidos por linha feminina à dinastia
franca-merovíngia e carolíngia, e até
mesmo pela dinastia franca atuado como reis. Mas sem terem obtido a confiança
plena dos carolíngios por se oporem-se ao seu domínio, teriam os agilolfings sido, por fim, também
violentamente privados do poder na Bavária.
No nosso artigo “Personalidades em descida”, inconcluso
e ainda inédito, havíamos lembrado que a partir da descida franca para dar combate
aos lombardos, a Baviera teria ficado desprovida de seu suporte econômico na
península, especialmente após a anexação da região de Friuli por Carlos
Magno no sec. VIII.
Entretanto, mesmo com toda sua
severidade relativa às insubordinações bávaras, Carlos Magno colocara à frente
do exército em descida na Panônia um prefeito (præfectus) na pessoa de seu
cunhado, Gerold II (Gerald) de
Wintzingau. Gerold II era também de origem bávara e por seu avô um agilofing - o bispo de Colônia,
Agilof em 750. Gerold II ainda cunhado
de Isembart I da Turgônia, III da Saxônia, descendente dos condes de
Hesbaye. Portanto, indiretamente Carlos Magno prestigiava os bávaros pela
dinastia dos geroldings, e
também descendentes hunfridings dos de
Hesbaye. O poder de dux na
Bavária a partir daí diluído por vários condes.
É possível que
Carlos Magno tenha tentado ainda uma nova acomodação com os bávaros (como
tentou com outras etnias por ele severamente tratados) e tenha tido filhos uma
com moça bávara, prolongando a
descendência bávara (agilofings?) na
península italiana. Há notícia em fontes enciclopédicas da existência
de um abade de Saint-Riquier, Richbold
(ou Richbald?),nascido em 805 que
teria sido filho de Carlos Magno com sua quinta concubina, Ethelinda ou Adelinda, moça de família da Bavária. O abade
Richbold, portanto, já de geração seguinte à descida, nascido em 805, ainda irmão de um Teodorico nascido em 807, também filho de Carlos Magno e
Ethelinda.
Carlos Magno nesta ocasião estava
já viúvo, e estes possivelmente seus últimos filhos. Seriam eles também de
origem agilofing bávara? Certamente da
mesma família, talvez netos, do guerreiro bávaro Richbald que sabemos acompanhou este exército de Carlos Magno em descida. Este guerreiro Richbald em descida teria
se tornado “sogro” de Carlos Magno? Em todo caso, a família bávara com a qual Carlos
Magno tenha pretendido compor-se foi muito bem sucedida na península italiana -
família por ele estabelecida em Lucca, muito devota de S. Bonifácio, conversor
dos alamanni, fornecendo na
península sucessivos nobres de prenome Bonifácio de origem bávara, um deles
ascendente direto dos Cavalcanti.
Mais sobre a origem desta família
bávara em nosso trabalho “Os Alamanni na ascendência dos Cavalcanti”, editado no nosso blog, e
neste trabalho nota acima 25.
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