Notas sobre os povos Boios ou Bohemi
Notas
sobre os povos Boios ou Bohemi
Este trabalho é fruto de nossos
estudos sobre a dinastia “agilofing”-
pesquisas que se extenderam até mesmo à dinastia dos reis suevos. Sabemos que Reis
suevos migraram para Galícia (séculos V e VI d.C.) juntamente com parte desta muito
antiga “stirp’ dos bohemi que os
teria acompanhado. A presença da dinastia dos reis suevos e da “stirp” dos
boios certamente terá influência na história portuguesa, justificando publicação
nesta revista.
PARTE I
- A trajetória dos povos bohemi ou boii
antes mesmo da era cristã.
Por nossas pesquisas soubemos que no
século VII d.C a cidade de Ratisbona fora o centro desta dinastia dos
agilogings (1) e a cidade próxima Bratislava, pelo menos desde o sec. II antes da era cristã o centro da permanência
de outra muito antiga dinastia – a dos bohemi (ou bóio, ou boii). O próprio nome dessa região
hoje denominada Boêmia na Alemanha derivando da palavra Boihaemum, ou Casa dos Boios.
Por nossos estudos genealógicos (2) havíamos comprovado
que a dinastia dos agilofings na
Europa fora formada pelo contato de godos,
sírios e, sugerimos também, por uma antiga família aegidius/siagrus/halibanniana de que fez parte o notório general Aegidius – esta família provavelmente ligada por matrimônio a antiga “stirp” boemi
ou bóio, origem desse acrônimo bem antigo, Hanibaliannus (3) (4).
De surpresa em surpresa, em trabalho mais recente
notamos, sobretudo, as origens comuns entre os povos que haviam penetrado “o
limis” do Império e participado das invasões “bárbara” de 406 d. C. - vários
desses povos originários da península da Escandinávia
ou proximidades, na longínqua idade do Bronze (1700 a.C. até 700 a.C.).
Observamos que os suevos no passado remoto haviam migrado da península de Scandza ou Scandia (Escandinávia); os godos da ilha de Guthland; os skiers
da ilha de Skye na Escócia;
lombardos também da península de Scandza e, especialmente, os
boemii oriundos da ilha de Bornholm ou
Boríngia, no mar Báltico.
Sobre esses povos boemi ou bóio (celtas?) encontramos
referências em fonte enciclopédica bem balisada de que sua origem seria a ilha
de Bornholm ou Boríngia (em
dinamarquês: Bornholm; em latim: Boringia) - ilha dinamarquesa no mar Báltico,
a leste das restantes ilhas da Dinamarca, a 170 km de Copenhagen (5).
Já
acostumados a tantas surpresas por fontes históricas clássicas, tivemos
conhecimento que estes povos bohemi ou boios ou boii provenientes do mar Báltico
na antiguidade (6), em muito longa migração no século IV a.C. teriam chegado até mesmo à Península Italiana - à
região da Bonônia (ou Bolonha) - pelo
vale do Pó.
Tendo subjugado os etruscos, ocuparam o velho
assentamento de Felsinae (possivelmente
entre 358-54 a.C) nomeando-o Bonônia (Bolonha) – e nesta região apoiado
a invasão do general cartagines Hanibal
contra Roma. Depois os boios teriam
voltado novamente para o centro europeu (7) (8).
A região
ocupada pelos boii até mesmo assinalada em mapa da formação romana. A cidade
Felsina assinalada c.750 a.C.
E posteriormente
em seu caminho de volta ao cento europeu ainda no sec. II a.C os boii ou bohemi apareceram novamente na Panônia, quando repeliram cimbros e teutões e atacaram a cidade
de Noreia (na Áustria atual). Eram ainda nesta época numerosos (Julio Cezar
os avalia em 32.000) e tentaram com o auxilio dos helvécios colonizar o oeste da Gália. Porém, derrotados, uma tribo
de éduos aliada de Roma solicita e
permite que os sobreviventes boios acentassem em seu território no ópidum de Gorgobina
(na atual Borgonha) (9) - que assim foi colonizada pelos boii por volta de 58 a.C.
Mesmo assim,
esses boii de Gorgobina aguerridos e persistentes
teriam apoiado o herói gaulês Vercingetorix
em sua luta contra Julio Cesar na Batalha
de Alésia enviando dois mil guerreiros para apoiá-lo (Julio Cesar, Comentários de Bello Gallico, VII, 75).
O cerco de Alésia pelas tropas romanas ocorreu entre agosto e setembro de 52 a.C.
“Hac re cognita Vercingetorix rursus em
Bituriges exercitum reducit atque inde profectus Gorgobinam, Boiorum oppidum,
quos ibi Helvetico proelio victos Caesar collocaverat Haeduisque attribuerat,
oppugnare instituit.” (Júlio César - De Bello Gallico
- Comentários sobre a Guerra da Gália).
Tradução: “Com isso em
mente, Vercingetorix conduziu seu exército de volta ao território dos
Bituriges e de lá avançou para Gorgobina, o oppidum dos Boii – que, derrotados na batalha dos
helvécios, César ali havia instalado e designado para os Aedui – e sitiou-o”.
Mapa antigo assinala a batalha de Arar, e no
alto o óbido de Gorgobina.
Não
devemos esquecer, porém, que parte dos originais boios havia permanecido
perto da sua casa tradicional, na atual
Hungria, perto do Danúbio e Rio Mur, tendo como centro o opidum de Bratislava.
PARTE
II
- A relação
dos boios com marcomanos.
Como observamos,
uma parte dos boios no século II
a.C. havia continuado a viver na Boêmia (em Boiohemum - Casa dos Boios), perto
do Danúbio e Rio Mur, sendo seu centro o óbido de Bratislava. Em 200 a.C a tribo dos boios havia
fundado no ópido fortificado da localidade de Bratislava, “limis” romano, um
assentamento de importância e até mesmo estabelecera uma fábrica que produziu
moedas conhecidas como “biatecs” (10).
Antigos “biatecs”
Mas a partir do século I d.C a
região caíra sob a influência dos Romanos e fazia parte da “Limas Danubianas” -
um sistema de defesa das fronteiras. Os romanos introduzem na área a
vinicultura, iniciando a tradição desta produção.
Mas no
início da era cristã (c. 9 a.C.) os povos marcomanos,
que haviam sido vencidos pelos romanos, derrotadas por Nero Cláudio Druso (38
a.C.– 9 a.C), então teriam desalojado os boios.
O general Nero Cláudio Druso
Neste caso deveremos aprofundar o mais possível
a relação estabelecida pelos bohemi com os marcomanos, pois marcomanos
e parte dos boios comprimidos na Marcomania irão posteriormente acompanhar
a Confederação dos Suevos na transposição do rio Reno, em sua
longa migração para a Galícia em 406 d.C.
No passado os marcomanos haviam sido povo essencialmente guerreiro, empregando
até mesmo mulheres contra os romanos. E no início da era cristã (9 a.C.) fontes
romanas indicam que estas tribos marcomanas se estabeleceram na actual
Boêmia depois da derrota para Nero Cláudio Druso.
Também grupo de lombardos, povo igualmente migrante da Escandinávia e de longa tragetória,
cioso de sua liberdade, participará desta histórica invasão liderada pelos suevos em 406 e era composto por
antigos súditos deste rei Maróbulo (r. c. 9 a.C. – 18 d.C) que
no começo da era cristã havia enfrentado
os romanos; mas os lombardos nesta ocasião serão liderados
por seu próprio guerreiro, Leti, capostipide da estirpe dos “lethings”.
Antes da invasão de 406 d.C. temos,
portanto, que a família real sueva já demonstrava forte miscigenação
e influência da dinastia agilofing (agilofs godos) e, ao se concentrar
na região da “Marcomânia” para a formação de sua Confederação sofrerá
influência não só dos líderes ostrogodos, lombardos, marcomanos
e quadi, mas também dessa “stirp” muito antiga dos bohemi ou
bóios, provavelmente já então associada por matrimônio aos marcomanos.
Atala
dos Godos já aparece em lista como rei marcomano. Fontes orais
tradicionais, naturalmente inseguras, nos sugerem no sec. III d.C. o casamento
de Agiulfo, rei dos Godos [290 e 350] com uma rainha
marcomana Fritgil [n.c. 290], que teriam sido pais entre
outros de Wultruf, rei suevo (11).
Neste
caso, poderia em hipótese não ter havido uma dominação explícita dos marcomanos
e godos sobre os boios - mas uma associação desses povos,
comprimidos na mesma região e já pressionados pelos hunos a leste - uma associação
que se fazia por matrimônio de suas dinastias reais aos moldes godos:
dinastias bohemi, marcomanas, quadi, lombardas e suevas (estes de forte influência
da dinastia agilofings ostrogoda) visando à formação de uma
consistente Confederação e a posterior ultrapassagem do Reno gelado em migração
para a Galicia, na península hispânica.
- Os bohemi ou boios, marcomanos, suevos
e outros povos na Galícia
dos séculos IV, V e VI.
Devemos acrescentar - esses povos ditos
“bárbaros” que em 406 d.C. haviam migrado liderados pelos reis suevos e já
estabelecidos no Reino Suevo, na Galícia (Peninsula Hispanica), após quatro
reinados seguidos e em período de grande crise do Reino ao enfrentar romanos
e vizigodos, estes reis suevos teriam sido pela primeira vez contestados
por seus grupos minoritários – pelos quadi, e sugerido também
recentemente os bohemi. Este fato
é percebido pela historiografia moderna, em especial pelo articulista José
Galazak.
José Galazak em seu artigo “A Diarquia Sueva
– sociedade e poder no reino dos quadros e regnum suevorum (358-585 d.C)”,
publicada em Revista Portuguesa de Arqueologia (12), pesquisa detalhamente a
origem destas divisões entre os reis suevos na Galícia - e nesta região alega o estabelecimento de uma autoridade real comum
escolhida entre as facções étnicas que se haviam unido sob os suevos para a invasão – os marcomanos (com os baemi) e uma
tribo de quados.
Galazak (2013) afirma que ainda na Gália os baemi (boemi ou boii) já preponderavam entre os de etnia marcomana.
[Viduárius, rei dos quados]
“tentou expandir o seu poder político, instalando no seu regnum — onde
antigas populações de etnia marcomana, os Baemi, preponderavam — a
tribo de Agilimundus de etnia quada...”
E
explica:
‘’os Suevos constituíam uma união de dois
grupos diferentes, a saber: i) os Baemi,
governados pela “stirps” regia e que compreendia os descendentes dos antigos
seguidores de Maroboduus e de Catualda, maioritariamente Marcomanos e ii) uma tribo
quada, à qual pertenciam Heremigarius,
Massila, Maldras e Frumário, e onde teve
lugar a primeira das duas nomeações de Maldras como rei (na verdade o
seu estatuto original não era o de rei, mas de “subregulus”).’’
Lembra ainda Galazak (com
nossos acrescentamentos):
“Com a morte de Agiulfo dos Suevos [rei suevo agilofing,
executado em 457 na Galicia] divide-se o reino [suevo] em duas facções, sendo nomeados dois reis, Maldras e Frantane.... Identificando
estes dois homens, Torres (1977, p. 157) diz que “deben de haber sido magnates,
o nobles allegados a la corte del rey”. Sabemos agora que não era assim... Maldras
já era rei dos quados, quando da
segunda eleição que o torna também rei de uma parte dos baemi. Frantane parece
encabeçar os baemi que não
reconhecem o rei dos quados como seu
rei. O facto de ser reconhecido como rei leva-nos a admitir que fosse membro da “stirps” regia dos baemi”.
- A
formação dos Bavarii
Próximo da invasão de 406 d.C. os reis suevos
por suas várias uniões com os reis godos e ostrogodos agilofings já
estariam integrados a várias outras etnias por uniões matrimoniais reais
– em especial com os marcomanos e provavelmente com pelo menos
mais dois grupos minoritários os bohemi e quadi que os irão acompanhar
ao cruzar o Reno
Sobre esta parte da “stirpe real” dos bóios ou bohemi que sob a liderança do rei suevo Hermérico tinha chegado à longínqua Galícia - fato defendido por Gazalac
(2013) – relembramos que os boios no passado antigo haviam na península
Iitaliana sido apoiadores do general cartaginês Hanibal, e este fato explicaria o porquê os aegídeos iniciais do sec III d.C, no
centro europeu, tenham ainda utilizado o epônimo
“Hannibalianus”, que foram ascendentes do famoso general Aegidius (c. 390 ou 393, f. 464 ou 465).
O notável general Haníbal na antiguidade, sem ocupar Roma, havia permanecido cerca de
dez anos na península e poderia ter na região italiana deixado descendentes ou partidários.
“Questa è una rara
raffigurazione di Annibale su moneta”.
Sugerimos, portanto, que os membros da
família dos aegideus, que usaram
o nome Hanniblianus/ Siagrii (sírios), bem
como os agilofs godos tivessem, pelo
menos desde o século III d.C. uma influência colateral desta “stirp”
bohemi ou boii - fato comprovado por Galzac na Galícia.
Com a queda do Império Ostrogodo no século
VI registramos, portanto, que parte destes bohemi
remanecentes no centro europeu, convivendo
e casando-se com suevos, búlgaros, alamannos e lombardos, até mesmo francos, passam a
ocupar mais ao sul a Baviera (em
alemão Bayern, em latim Bavária) e nesta região formaram um novo povo - os Baiovarii ou bávaros (13).
O duque bávaro Teodoro II (ou V Teodo, Thedon, Teodão) (630
– 718) duque desses bávaros agilofing
no século VII d.C. fora levado sob pressão franca a estabelecer Ratisbona
como centro. Assim sendo, já no século VII os dux bávaros localizavam-se na cidade de Ratisbona (ou Rotemburgo centro dos agilofings europeus), e mais adiante reinaram a partir das cidades
de Salzburg, Freezer e Passau – regiões hoje próximas da Austria.
Passau
já era conhecida pelos romanos como Batavium, cidade da Baixa Baviera em
que os tres rios se encontram - o Danúbio, o Inn e o
Ilz – este vindo da Floresta Bávara.
PARTE
III
– Conclusão, Notas e Anexo
A partir do século II d.C parte original
da estirpe boehmi teria se mantido no
óbido de Bratislava, perto do
Danúbio e do rio Mur.
Fontes orais,
naturalmente inseguras, indicam no sec. III d.C o casamento de Agiulfo,
rei dos Godos [290 e 350] com a lendária rainha marcomana,
Fritgil [n.c. 290], pais de Wultruf, rei suevo. Sabido que os
marcomanos, súditos desta rainha, em suas hostes incluíram esta antiga e
experiente “stirp” bohemi.
Sugerimos, portanto, que os agilofs godos (e aegídeos?)
do século III d.C tivessem mantido ligações com parte da “stirp” bohemi remanecente em Bratislava - e após a invasão bárbara de 406, pela dinastia agilofing esses bohemi que se mantiveram no centro europeu haviam estabelecido
estreitas ligações de casamento ainda com suevos,
alamanos, búlgaros, lombardos e
mesmo reis franco-merovíngios – os
francos aos poucos se tornado dominantes.
O rei suevo Hermérico, lider da migração, teria
deixado no centro europeu (sec. V) até mesmo um
neto seu, um agilofing já tido
como chefe bávaro.
Identificamos Aldiger (ou Aldager) da Baviera, no começo do século V [c. 430], que aparece em uma lista insegura como
descendente de Ermengard dos Ostrogodos, neto do rei suevo Hermérico.
Esta listagem insegura, baseada provavelmente em fontes orais não pudemos
analisar com profundidade – mas não contradiz nenhuma das informações
anteriores que prestamos – ao contrário elas se encaixam em especial nas listas
que citam o nome de Agivaldo “Sangue”
Agilofing [415 – 508], indicado rei
bávaro, pai do capotipide agilofing
na Europa, Agiulf I – e seu irmão
apresentado como “Teodonte” dos Bávaros (14).
Convivendo e casando com elites reais francas,
alamanas, suevas, búlgaras e lombardas, os de Bayern por volta do ano
600 já ocupavam o território do atual Estado da Baviera.
Com a
queda do Império Ostrogodo, os agilofings
foram assimilados por reis francos
merovíngios hegemônicos através uniões com figuras femininas marcantes (15).
Em que
pese pelo menos duas tentativas de assédio militar, a nova elite Bayern na Bavária passou por tentativas de ser assimilada
por casamento, tanto por reis francos merovíngios,
quanto mais tarde por reis de dinastia carolíngia. O próprio Carlos
Martel ao fim da vida chegará novamente (f. depois de 740) a intervir militarmente e tentar acordo
político por seu casamento forçado com Suanaquilda
da Baviera (16).
Mas a elite Bayern (elite boemi, agilofing e mesmo lombarda lithing)
mantendo-se relativamente insubmissa aos francos merovíngios, intimamente associada aos agilofings lombardos por casamento e interesses
econômicos, por fim foi tratada com violência pelo próprio descendente de
Carlos Martel, o rei franco Carlos Magno (17).
No século VII e VIII os agilofings haviam se mantido no centro europeu comprovadamente
fiéis e unidos por matrimônio não só aos bávaros
e lombardos já descidos para a Lombardia, mas especial à dinastia franco-borgonhesa - à prestigiosa
dinastia dos wido (ou guidi) (18).
E
do magnífico castelo de St. Aegidius (ou St. Gilles) em Bornheim, no sec. VIII,
constatamos, saíram os da dinastia wido
(ou guido), ascendentes de ilustres famílias toscanas como os Cavalcanti, para
a península italiana em socorro ao Papa, acompanhando o franco carolíngio cristianizado, Carlos Magno (19).
Como lembrança da atuação libertária dos
reis suevos na Galícia, reis de forte influência agilofing, influência também bohemi, tidos na Galícia ainda como
“bárbaros”, temos a reprodução acima - uma recriação contemporânea de bandeira
do Reino Suevo do sec. V, apresentando a figura do dragão suevo, frente
a frente a um leão rompante – o leão rompante até hoje símbolo da região da
Bohemia (20).
O leão tradicionalmente
representa força, grandeza, coragem, magnanimidade, vigilância. Seria ainda uma
lembrança bohemi e etrusca muito antiga?
Famosa “Quimera”
etrusca, de origem na mitologia
grega. Museo de Arezzo.
Notas
(1)
Torres, Rosa Sampaio – artigo “A origem da dinastia agilofing na Antiguidade” (ensaio)
publicadona
revista ConTexto, janeiro 29, 2025. https://revistacontextoarteshistgeneal.blogspot.com/search?updated-max=2025-03-19T06:58:00-07:00&max-results=7
Também
Torres, Rosa Sampaio “Os Agilofings”, artigo mais longo, ainda inédito.
(2)
Torres Rosa Sampaio – “Os suevos e a Dinastia Agilofing”, próximo a ser publicado
na revista ConTexto
(3)
A dinastia dos agilogings de origem goda e síria usou frequentemente o prenome Agiluf, Agilof e suas
variantes “Agilolf", "Egilulf", "Egilolf" – abreviação
"Agilo" ou "Egilo".
Em latim - AEgidius, em
português Egídio, italiano Giglio, em francês Gilles, em catalão Gil.
Notamos que as datas dos ascendentes godos
de Emengarda, mãe do líder suevo Hermerich são muito próximas às
datas recordadas dos AEgidius, Siagrii/Hanibaliannus, ascendentes do
conhecido general AEgidius - ascendentes registradas por fontes
genealógicas modernas como vindos da Romênia, Turquia e Síria. Em
nossas pesquisas os aegidius/siagrii/hannibalianus são colocados
em seu contexto histórico, personagens sofisticados que já vinham
penetrando a própria elite romana, e para os quais sugerimos também uma
possível origem Hanibalianna atravez antiga “stirp” boemi ou
bóio, que havia lutado ao lado do lendário general Hanibal, cartaginês.
(4) Haníbal Barca
(247
a.C.-183
a.C.). Haníbal Barca ou apenas Aníbal foi um general e
estadista cartaginês, considerado um dos maiores estrategistas militares
da história que na Segunda Guerra Púnica, que partindo de Cartago com
elefantes, adendrou a Hispania, atravessou os Pirineus e os Alpes, atingindo o
norte da Itália. Haníbal não chegou a tomar Roma. Mesmo assim, permaneceu na
Itália por mais de uma década antes de voltar à Cartago, e não sabemos se na Itália
teria deixado descendentes.
(5)
Ilha de Bornholm também próximo da
pequena ilha de Ertholmene, localizada 18 km a noroeste. Supõe-se que esta ilha
foi ocupada na Antiguidade também pelos burgúndios,
procedentes da Escandinávia que se instalaram na zona sudeste da França nos
finais do Império Romano. É significativo que o nome da ilha em nórdico
antigo fosse Bungundarholm. Alfredo,
o Grande, traduziu no século IX o topônimo, tomado de Orósio, como
"Terra Burgenda" (Burgenda
Land).
(6) Fontes clássicas sobre os bohemii ou boios
- Políbio 2, 17,7; Estrabo 4,
195/5, 216, e Lívio 33,37. 37.570 - bibliografia
e informações recentes ainda comentadas
na nota abaixo.
(7)
Informações da enciclopédia Wikipédia tendo como fonte autores clássicos
citados na nota anterior e vasta bibliografia, acrescentadas por nós outras
informações e datações, bem como comentários críticos:
“De acordo com autores clássicos, os Boios atravessaram a Poeninus Mons
(Passo de São Bernardo) e se estabeleceram na planície do rio Pó, onde
subjugaram a civilização local, os Etruscos. [1] Outra tribo celta, entre
eles os insubres, cenomanos, língones e sênones
também se estabeleceram ao norte da Itália, alguns deles, como os lepôncios, desde os tempos
pré-históricos. Os Boios ocuparam o
velho assentamento etrusco da Felsinae,
nomearam-na como Bonônia (Bolonha). Achados arqueológicos indicam a
pacífica coexistência entre os Celtas e os Etruscos na região [2]. Na segunda
metade do século III a.C. os boios aliaram-se com os Gauleses da Gália Cisalpina e com os Etruscos contra Roma. Eles também
brigaram ao lado de Haníbal, matando
o general romano Lúcio Postúmio Albino na emboscada da Floresta Litana.
Pouco tempo depois, eles perderam na Batalha de Telamão (224 a.C.) e na Batalha
de Mutina (193 a.C.) perto de Mutina (atual Módena). Depois da perda da sua
capital, grande parte dos Boios deixou a Itália. Os Boios da Panónia são mencionados no século II a.C. quando
eles repeliram os Cimbros e Teutões. Mais tarde atacaram a cidade
de Noreia (na atual Áustria). Pouco tempo antes um grupo de Boios (32.000 de acordo com Júlio César
- o número provavelmente é um exagero) juntaram-se aos Helvécios
na tentativa de colonizar o oeste da Gália. Derrotados, a tribo dos éduos permitiu que os sobreviventes Boios fizessem assentamentos em seu
território, mais precisamente no ópido da cidade romana de Gorgobina (localizada na atual França [Borgonha]. Embora atacados
por Vercingetórix durante uma fase da guerra, eles o apoiaram durante a Batalha
de Alésia [3]. Outra parte de Boios
permaneceram perto do seu "lar" tradicional, na atual Hungria, perto
do Danúbio e Rio Mur, com um centro na atual Bratislava. Os Boios habitaram
a Boêmia (Boiohemum), de onde foram expulsos pelos Marcomanos [?], eles passaram então a viver na Baviera,
formando com os germânicos desta região um novo povo, os Bávaros. Porém
estes 2 [últimos] fatos são contestados”.
Repetindo as fontes clássicas: Políbio 2, 17,7; Estrabo 4, 195/5, 216, e Lívio 33,37. 37.57. Ainda James, Simon: "Das Zeitalter der Kelten", Dusseldorf, 1996, pp 34f. (em alemão) Orig. inglês "Exploring the World of the Celts", Thames&Hudson, London, 1993. Júlio César, Bellum. Gallia, VII, 75.
Apresentaremos
adiante no texto nossa contestação ao afirmado por este texto enciclopédico,
sobre a dominação dos boios pelos marcomanos, e sugerimos nova hipótese no texto abaixo e ainda nota 13.
Lembramos ainda que durante o reino dos dácios (entre 168 a.C. até a conquista
romana em 106 d.C) no período do
governo de Burebista (ou Berebista), um contemporâneo de Júlio César, os
limites do seu reino foram levados ao seu máximo. Os bastarnas e os bois (ou
boios) foram povos também por ele conquistados, e mesmo as cidades gregas
de Ólbia e Apolônia no Mar Negro (Pontus Euxinus). Este fato leva
a sugerir uma ligação de getas e dácios,
tendo em vista a origem da dinastia agilofings. Ver nosso trabalho “Os suevos e os agilofings”,
próximo a ser publicado na Revista ConTexto.
(8)
O nome do local mudado pelos romanos para Bonônia, provavelmente baseados
no nome dado à cidade pelos Boi Gauls [assim
chamados pelos romanos - boios gauleses?] que a conquistaram em 358-54 a.C. Consultar verbete da região
de Bonônia na Wikipédia.
(9)
Os éduos eram povo da Gália (celtas?) que habitavam a região da atual Borgonha.
Os éduos haviam sido aliados dos
romanos contra os alóbroges e arvernos, entretanto, apoiaram e
estiveram ao lado do famoso gaulês Vercingetórix. O imperador romano Cláudio
concedeu aos éduos a cidadania
romana.
(10) Informações por fontes locais da cidade de
Bratislava, atualmente na Eslováquia - publicação «History - Celtic settlements». City
of Bratislava.
Bratislava capital e principal cidade
da Eslováquia, situada no sudoeste do país, junto da fronteira com a
Áustria e da fronteira com a Hungria. A cidade é também cortada pelo rio Danúbio
em seu curso.
(11) O nome do rei godo amalo Atala já
aparece na lista dos reis godos amalos de Jordanes e aparece também
em uma lista de reis marcomanos citados pela Wikipédia, antes do nome de
Fritgil, esta seguida por Agiulf dos Godos.
Trecho do nosso artigo “Os reis suevos e os
Agilofing”:
“.... para
reafirmar as ligações estabelecidas entre estas várias etnias, em especial suevas,
temos indicação por fonte não segura que Wultuuf (ou Vultulfo), rei
suevo nascido c. 310, falecido em 378, seria filho do Agiulf,
rei dos Godos [n. 290, falecido em 350, rei também dos marcomanos
(?), casado com a lendária Frilla HABBRA, nascida cerca 290 (em árabe
/Farida Heba) - a rainha Fridgil marcomana (?)] Na lista
dos reis godos amalos de Jordanes consta o nome deste Vultulf,
ou Wultuuf - também o nome de seu filho Valaravano, e seu neto, Vinitário.
Vultulf, godo, teria provavelmente casado com uma princesa sueva”.
(12)
Galazak, José - artigo “A Diarquia
Sueva, sociedade e poder no reino dos quadros e regnum suevorum (358-585 d.C.)”,
publicado na Revista Portuguesa de Arqueologia, vol.16, 2013, p.323-350.
(13)
Devemos
lembrar que ainda no início da era cristã a “stirp” bohemi ocupava o óbido de Bratislava. Convivendo e casando em casas
reais godas, suevas, bugúndias, lombardas, ostrogodas, gépidas e mesmo francas
merovíngias (ver perfis de duques bávaros nota a seguir) no sec. VII os de Bayern
ocupavam o território do atual Estado da Baviera.
Mas já
no sec. VI esses baiovarii haviam
perdido sua dominância na região para os francos e viram-se forçados a
reconhecer a autoridade do rei merovíngio Théodebert I (r. 534-548), ainda que este fosse de origem em
parte também agilofing (Ver abaxo nesta nota, e nosso trabalho “Os
Agilofings”).
Entretanto,
os baiovarii haviam conseguido
manter uma relativa autonomia frente aos francos ao aceitarem tomar o título militar romano de dux. Assim, a dinastía dos duques bávaros (Bayerns e agilolfings de
origem goda) evitando a competição
com os reis francos, conseguiu manter-se. Devemos lembrar, porém, que
o controle franco efetivo sobre a
Baviera fora conseguido por um
sucesso militar durante o governo, e sobre a família do intitulado rex
Gariberto I (n.548 – f.591) - um agilofing, tido traducionalmente como
primeiro duque bávaro, parente
(a nosso ver neto) do capostipide
agilofing Agiulfo I [470-512]. E no período de governo do duque Tassilo I [n.560 –f. 610] os duques bavarii sobre pressão franca deslocaram-se para a cidade
de Ratisbona (ou Regenburgo), ainda
depois para Salzburgo, Friesing e Passau (já na fronteira austríaca).
- Sobre o extenso Reino Ostrogótico que
dominou sobre a península Itálica e
áreas vizinhas aproximadamente entre os anos 493 a 552 devemos lembrar que ele fora fundado pelo ramo
oriental dos godos – os chamados ostrogodos. Os ostrogodos, em que pesem enfrentamentos militares e mesmo confrontos
pessoais entre facções, montaram seu Império pela prática freqüente entre eles de
uniões familiares reais - prática
que observamos de modo geral – mas que não se sustentou após a morte de seu
líder Teodorico, o Grande em 526.
Sucedendo ao Reino de Odoacro (hérulo), o Império Ostrogodo fora liderado por Teodorico Ostrogodo, o Grande (r. 493–526) ou Teodorico, o Amal - da dinastia dos Amalos, filho de Teodomiro (r. 454–474).
Império Ostrogodo
(14)
A primeira fase de formação dos
duques bávaros sendo considerada lendária pela historiografia, temos dificuldade,
naturalmente, em determinar o momento exato em que os bohemii reminiscentes
na Baviera passam a ser denominados
- Bayern, Bavarii ou Bávaros.
As primeiras informações seguras
sobre a nova dinastia “Bayern”
formada na Bavária, terra dos boios,
foram obtidas por nós em lista da abadia de Mettlach - um Agiulf I,
capostipide da dinastia agilofing
que se manteve no centro europeu após a invasão bárbara de 406, nascido na Suábia ou Turquia, falecido na Baviera,
hoje Alemanha. (Este perfil básico de Agiulfo I localizado por nós na
listagem de abadia de Mettlach, apresentado pela fonte https://wc. rootsweb.com/trees/104925/I7053/-/ahnentafe)
Acrescentamos sobre Agiulf I informações a partir de outras fontes
genealógicas modernas, não tão seguras: FamilySearch FamilyTree, My Heritage,
Family Tree e WikeTree ainda Ancient European Royals and Aristocrats WikiTree
na mídia eletrônica.
Pela fonte genealógica My Heritage, fonte insegura, https://wc. rootsweb.com/trees/104925/I7053/-/ahnentafe,
é referido como pai de Agiulfo I (470-512), e
que bem se encaixa, um Agivaldo “Sangue” Agilofing, já
indicado como rei bávaro (filho de
um certo Huno Velphio Agilofings
em cerca de 385 "Rei dos Alemanni", casado com uma senhora
d´Alamannia [alamanna]). Outra fonte, FamilySearch
FamilyTree apresenta perfil para este nome Agivald indicado apenas
como duque bávaro e não rei, suas datas entre 415 - 508. O irmão deste Agivaldo, denominado simplesmente Teodonte dos Bávaros é indicado como
casado com uma meia-irmã de Maria Geneva (esposa de Agiulfo I), tendo
ainda um filho Teodonte [II] Agilofing da Baviera [v. até 514?].
Pela fonte Ancient European Royals and Aristocrats WikiTree, conclui-se que este
Teodonte dos Bávaros, casado com a meia irmã de Maria Geneva, seria tio e cunhado de Agiulfo I.
Confirmando estas informações, os Annales
Ducum Bavariæ, Série Ducum Bavariæ,
registro tradicional de meados do século XIII bem aceito paela historiografia
fornece lista dos primeiros duques bávaros - um Theodo "dux primus" [provável filho de
Aldager Agilofinges “Sangue”, 415 -
508] e ainda Theodo II, vivo
514? [filho de Teodo I com a meia-irmã de Maria Geneva, esposa de Agiulfo I].
Em texto Anexo apresentaremos nossa própria hipótese relativa a estes
primeiros líderes, reis ou duques bávaros.
(15) Torres, Rosa Sampio “Os Agilofings”. Ver acima nota 13.
(16)
Torres, Rosa Sampaio – artigo “Os Agilofings”, ainda inédito mas aberto para
consultas.
(17) Torres, Rosa Sampaio - Conclusões da pesquisa do
nosso trabalho “Os Agilofings” ainda inédito, e o artigo “A origem da dinastia agilofing
na Antiguidade (ensaio), publicado na
revista ConTexto, janeiro 29, 2025, https://revistacontextoarteshistgeneal. blogspot.com/search?
updated-max=2025-03-19T06: 58:00-07:00&max-results=7
Ver também nota 14
acima sobre Tassilo III. Carlos Magno colocará como chefe bávaro um seu parente
Gerold II da dinastia “gerolding”. Ele próprio Carlos Magno mais trde casado
com uma bávara dos Richbald, Ethelind.
(18)
Consultar nossos trabalhos: “Os Agilofings”, citado, “A descida de Carlos
Magno”, entre outros.
(19) Ver nosso trabalho “A quatro milhas de
Colonia”, publicado em nosso blog e na revista Athena do Porto, em maio de
2021. No período carolíngio sugerimos a permanência ainda de uma elite bohem na cidade de Bornheim, nome indicativo de sua ascendência, a Ilha de Bornholm. Bornheim era cidade
a quatro minhas de Colônia (centro franco, Alemanha) onde comprovamos existiu
um maravilhoso castelo dedicado a Santo AEgidius, Egídio, ou Gilles de onde os
francos teriam sáido para enfrentar lombardos na península Itálica.
(20)
Interpretação contemporânea - recriação de uma bandeira sueva, possivelmente de
origem bárbara e antiga, que teria sido corrigida por ocasião do Consílio de
Lugo em 569 - as figuras acima
substituídas por cálice com hóstia. O tema desta substituição ocorrida no
Consilio de 1569 assunto muito bem abordado por Fernández Tomás Rodrigues “A bandeira
sueva da Gallaecia” Revista Agália, numero 102 / 2º semestre (2010). Comentário
também nosso trabalho “Os reis suevos e
os Agilofing”, próximo a ser editado na revista ConTexto.
Anexo
- Lista dos primeiros líderes bávaros, considerados
até agora pela historiografia como lendários:
Citamos cronologicamente os
perfis dos primeiros líderes Bayerns
ou bávaros identificados logo
depois das invasões “bárbaras” de 406 d.C. - perfis que nos darão idéia da
formação destes líderes, tudo indica fruto da grande Confederação Sueva - agora
incluindo também os borgúndios, que
só em 461 teriam sido estabelecidos na Borgonha - abaixo já citado Hunimond da Baviera, possivelmente casado com uma
princesa burgúndia, e Caretena, filha do rei Requiário dos Suevos da Galícia,
casada a segunda vez com Gundioc, rei burgúndio:
- Hunimond de Baviera, seria mais um
dos filhos do lider suevo Hermérico pela fonte insegura
MYHeritage. Hunimond por Hermérico e sua mãe Hemengard de linha Agilof ostrogoda. Hunimond casado com Gontheuque [?] [410] [possivelmente nome uma princesa da
família dos reis burgúndios Gunther e Gondioc]. Hunimond (o Jovem?) seria neto
de Hermengard Ostrogoda. Jordanes relata na Gética que Eutarico [480-
522], genro de Teodorico, O Grande, era filho de Veterico,
neto de Berismundo, bisneto de Torismundo e tataraneto de Hunimundo
(este chamado O Jovem?) - os últimos dois tendo sido reis ostrogóticos
durante o final do século IV e começo do V – fato que aparentemente então comprovaria
o parentesco. Este Hunimond por lista insegura de Hermengard
Ostrogoda, casado com Gontheuque [410], teria lhe dado ainda um bisneto, Aldiger da Baviera, pela mesma fonte citada.
Ermeric de SOUABE 372-441 With X. DES SKYRES 375- with
§
Hunimond de BAVIERE 400- With Gontheuque X. 410- with
: [ burgúndia ? ?]
§
Aldiger de BAVIERE 430-
§
Edecon DES SKYRES 406-469 With Flora DES HERULES 410- with ?
§
Etichon d'ALEMANIE 430-496
§
Odoacre DES HERULES, roi des herules 435-493
§
X. DES SKYRES 440-
- Aldiger [ou Aldager] da Baviera [datado em 430] - por fonte insegura
MYHeritage, filho de Hunimond (o jovem),
neto de Hermérico, bis-neto de
Hermengard Ostrogoda, de linhagem agilof/ostrogoda. A palavra Aldager ou Adiger, verificamos: Adal
= nobre em sueco; adal ger = nobreza dá – sueco; Adal bald = nobre careca/suevo, ald/velho em
inglês.
- Agivaldo “Sangue”
Agilofing [415 – 508], nesta geração tido como rex ou dux bávaro. Por fontes inseguras filho do rei Huno Velpio Von Agilofing [daTuringia?] [seria Velpio ou Nébio? pai
do rei suevo Birtheid, o pai do rei Hermérico?] casado com uma senhora da
Alamannia (uma alamanna?). Agivaldo citado em
fontes inseguras como pai do capostipide europeu Agiulfo I.
- Teodão dos Bávaros [I] tido
tradicionalmente como líder ou “dux primus” (n. c. 415, pela data de seu irmão
- f.?) – irmão do acima Agivaldo “Sangue” Agilofing [415 – 508] pela fonte Ancient European Royals and Aristocrats
WikiTree. Conseqüentemente também filho do rei huno Velpio Von Agilofing [da Turíngia?] casado com uma senhora da
Alamannia [uma alamanna ?].
Os Annales Ducum Bavariæ, Série Ducum Bavariæ de meados do século XIII o
incluem desde logo no começo da lista dos dux bávaros – citado como Theodo "dux
primus”, pai de Theodo II, com perfil mais abaixo
Teodonte ou
Teodão dos Bávaros foi casado com a meia-irmã de Maria Geneva, e portanto seria cunhado do capostpide agilofing
Agiulfo I que se mantivera ainda no centro europeu. My
Heritage confirma que este Teodonte dos Bávaros era irmão de
Agivaldo “Sangue” Agilofinges [sangue agilofing] rei bávaro
– naturalmente também filho do Huno Velphio Agilofing, que cerca 385 fora "Rei dos Alemanni",
casado com uma [princesa?] d´Alamannia.
Agiulfo I (n. 470 – f. 512), capostipide da dinastia agilofing nascido
na Suábia (atual Baden-Wurttemberg, Alemanha) ou em Trabzon, Turquia. Capostipide da dinastia dos agilofings que permaneceram no centro
europeu. Aparece
na listagem de abadia de
Mettlach.
Por fontes genealógicas modernas, mas inseguras,
era filho de Agivald Agilofinges
“Sangue” [sangue agilofing], rei bávaro [415-508] citado acima,
e neto do rei Huno Velpio Von Agilofing, casado com uma senhora da
Alamannia (uma alamanna?). Agiulfo I foi casado com Regnaberga (da
Borgonha) von Bayern, crisitanizada Maria Geneve, nascida no Marne, (Champagne-Ardenne,
France, filha do rei búlgaro Godogisel. (Gondegisel era filho do lider Gundioc (ou Gondioc,
Gunderi, Gundowech) de BURGONDIE, rei dos burgúndios insalados em Lyon (r. 430-473) - por fontes históricas
Gondegisel, enteado de Caretena, teria vivido e protegido esta sua madrasta, a sueva agilofing Caretena em Geneva - ela já viúva e também madrasta/avó, avó
política, tida como “tia” da religiosa e católica rainha Clotilde dos francos,
casada com Clovis.)
Caretena por fonte insegura teria
sido mãe de Theodolinda com seu segundo marido, o rei búlgaro Gondioc
– e neste caso avó política (avó-madrasta) também de Maria Geneva
(n. 490 - falecida 537), esposa de Agiulf I, filha cristianizada de Godegisel.
Agiulfo
I teve com Maria
Geneve o descendente Agivald Agilofing
- citados ainda como filhos por fonte insegura, Théodebald Agilofing, e ainda um outro Agivald Bayern - estes últimos os temos como prováveis filhos
só de Maria Geneve em segundo casamento com Agivald Bayern - este sem
paternidade identificada.
- Teodão [II n. c.
490],
[514] teria sido também líder bávaro. Consta
na lista dos Annales, seguindo Teodão
dos Bávaros “dux primus”. Por fonte insegura filho do acima Teodão I e da
meia-irmã [n. 485] de Maria Geneva, esposa de Agiulfo I.
Agivald [n. c. 500-584] [“dos Francos”?], filho de Agiulf I e Regnaberta/Maria Geneva,
filha do rei búlgaro. Por fonte insegura teria casado [um segunda vez?] com uma princesa franco/lombarda, Wisigarda
(n. 528) tornada “Princess the Franks”, ex-esposa (ou viúva?) do rei francoTheodbert
(c. 504-547).
Tudo indica Agivald e Wisigard
pais de Gariberto I, rei ou duque bávaro (ver perfil e discussão abaixo). Notado que Garibaldo nasce em
548, um ano depois do falecimento do re franco Theodbert.
Agivald (dito Agilulfus) [Bayern?] n.
cerca de 515 – f. 537, falecido com vinte e dois anos - a nosso ver filho de Maria Geneva von Bayern ( princesa burgundia n. 490,
da Borgonha (Marne, Champagne-Ardenne, France) com seu 2º marido, possivelmente Agivaldo Bayern, este sem
paternidade definida.
As datas
de Agivald Agilufus, não o encaixam como filho de Agiulfo I, primeiro
marido de Maria Geneva, pois este em 515 já teria falecido. Tido como irmão de Théodebald
Agilulfus von Bayern, logo abaixo. Adaptação de informação da fonte My
Heritage Family Tree, esta com prováveis incorreções.
Théodebald [ I? ] (Agilufus,
agilofing) Von Bayern (ou Theobald Bayern), n. cerca de 520,
f. depois de 553 (pela
data de nascimento de sua primeira filha). – agilofing bávaro? sem perfil
pessoal genealogicamente referido - tudo indica filho de Maria Geneva (da
Borgonha) von Bayern (da Baviera), nascida no Marne, filha do Rei búlgaro
Godogisel com seu segundo marido, Advaldo Bayern, sem paternidade definida.
Neste caso, o avô materno de Theobald
Bayern, Godegisel, por fontes históricas teria permanecido e protegido sua
madrasta viúva na cidade de Genebra a sueva agilofing Caretena – ela
ainda madrasta-avó política (tida como “tia”) da rainha Clotilde.
Pela fonte Geny, Théodbald foi casado com Lucile
D'Alsace – jovem a nosso ver patrícia, da família Ferreol - família
importante na Alsácia (Douen?) pelo casamento de sua irmã Deotéria
Aegidius/Siagrii/Ferreol em 533 com rei franco Théodobert (n. c. 504 — 547), deste novamente separada em 540. Os
netos de Theodobert teriam gozado de prestigio na Alsácia e alguns deles até mesmo
santificados - sobretudo sua filha, a conhecida Santa Garitrude n. 553
ou 560 - f. 649. Contesse d´Ostrevant. De seu ramo descende ainda Santa
Sigarda de Sisson, origem da dinastia wido.
Após este período considerado
lendário até o sec. VI, procuramos citar e listar os primeiros chefes, “herzogs”,
“rex” ou “dux” bávaros referidos pela historiografia e cujos perfis nos
esclarecem sobre suas ligações matrimoniais de fundo político e étnico – enfim sobre
a história bávara. Vejamos:
- Garibaldo I (548–591) Gundoald, Gariwald, Garwalt
GARIBALD I [555]-[591], - historiograficamente tido como 1º duque bávaro – a nosso ver filho de Agivaldo
[n.c. 500- 584], primeiro filho de Agiulfo I e
Maria Geneve, princesa búlgara cristianizada, e Wisigarda. Ver comentários
sobre Wisigarde acima.
Garibaldo casado com a lombarda Waldrada-
filha de Vascão, lombardo de
dinastia “lithing” e sua mãe uma gépida. Neta de Caretena, agilofing, também pelo pai. Garibaldo
preferiu um marido lombardo para a filha de ambos, Teodolinda,
recusando o candidato franco, Childrico II. Os francos temendo a formação de um
eixo anti-franco, enviaram um exército para a Baviera. Os filhos de Garibaldi,
Gundoald e Theodelinda fugiram para a Itália, Theodolinda posteriormente gerando uma linha cadete
agilofing-bávara associada aos lombardos
já em descida para a Lombardia. Theodolinda falecida em 22 de janeiro de 627. Garibaldo
não sabemos se foi deposto ou morto pelo exército franco.
- Tassilo
I (r. 591- 610), Tassilão, TASSILO I
[591]-609, foi nomeado em 591, rex [?] da Baviera por Childeberto
II, rei franco da Austrásia que assim demonstrava seu domínio sobre os bávaros e encerrava a guerra, pois
haviam temido a aliança dos bávaros com os lombardos. Mas Tassilo, talvez logo
sentindo a subserviência bávara, mudou-se para as terras dos eslavos
(provavelmente o Tirol oriental e a Caríntia) - processo que teria levado a
muitas mortes de bávaros. A fonte Paulo Diácono refere 2.000 soldados,
lutando até o ultimo homem. Filhos dele que reinaram: Garibald II n. 585;
Teodoro I ou IV, n. 602, também sua neta Fara n. 600, filha de
Garibaldo e Geila.
-
Garibald II (585–625) GARIBALD II 609 - Filho de Tassilão I. Casou-se com Geila, filha do rei lombardo Gisulf II de Friuli e Romilda, que já em Friuli (península
italiana) haviam sido atacados pelos ávaros.
-
Fara de Friuli e da Baviera (n. 600 -
f. 641) (r. 630 - 640). Herzog ou Duquesa da Baviera,
filha de Garibaldo II e de Geila de Friul. Neta de Tasilão I de Baviera e
do rei lombardo Gisulf II de Friuli. Casou con Teodão I (ou IV) da Baviera
(n.c. 630), filho de Tassilão I. Sucedida em 40 por seu filho Teodón II ou V
de Baviera. Não é mencionada na lista dos Annales.
- Teodo [III?] 640? Agolfinger da linha
“lendária’ dos Teodo,
THEODO III [640].
Filho de Garibald II, duque Bávaro e Geila de Friuli, filha do
rei lombardo Gisulf II de Friuli e Romilda. Consta dos Annales "quem
sanctus Ruodbertus baptizavit" (teria morrido cedo?)
- Theodo I [ou IV] n.
602- f. c. 670 ou 80? ou Teodão I, “Herzog von Bayern”, r. 640-680, filho de
Tassilão I
(r. 591- 610).
Fonte
Jörg Jarnut: Agilolfingerstudien. Untersuchungen zur Geschichte einer
adligen Familie im 6. und 7. Jahrhundert. Stuttgart 1986. Diese Ansicht
wird weitgehend geteilt in: Wilhelm Störmer: Die Baiuwaren. Von der
Völkerwanderung bis Tassilo III. München 2007.
Casado com
Fara de Friuli, filha do rei lombardo Gisulf de Friuli e a 2ª vez? com Gleisnod De
Neustrie (franca ?); governou de
640 até 770 ou 80. Há erros de seu perfil na fonte moderna Geny.
Theodbertus -
THEODEBERT [670] Nos Anales a
Thedoro III segue Theodebertus – pode ser encaixado como bispo de Maastrich, morto em
669 por motivos políticos.
Lantpert (n. antes de 636? – f, c. 680) filho de Theodo
I ou IV,
duque da Baviera e Gleisnot da Neustria [franca?]. Lantbert envolvido na morte do bispo Emmeram de Regensburg por causa de sua
irmã Uta.
- Teodoro II ou V (Teodo, Thedon, Teodão) (n. 630 - 11 de dezembro c. 718) THEODO II V -718) filho de Theodo I ou IV (602-670 ou 80) e provavelmente Fara de Friuli, filha do rei lombardo Gisulf de Friuli, ou de Gleisnod Da Neustrie (franca?). Nasceu na Suábia (Chemnitzer Land, Sachsen, Alemanha).
Casou
com a franca Regintrude of Austrasia, filha
de Dagobert I e Regintrude. Tiveram uma filha casada com Godefroy, Duke da Alamannia. Teodoro
foi também marido de Folchaide da
Alemanha. Duque da Baviera de
670, ou mais provavelmente 680, até
715 ou 716. Tem perfil detalhado na Wikpedia. Estabeleceu capital em Regenburg, mas a transferiu posteriormente
para Salzburg, por motivos políticos em apoio ao bispado de St. Rupert de
Hesbaye, cujo tio havia siso assassinado (S.Warin). Depois de 715 ou 16 teria sido
sucedido por seus quatro filhos com os quais teria dividido seu ducado. . Com a sua morte em 716, o ducado dividido foi mergulhado
na guerra civil e todos os irmãos, exceto Grimoald, morreram em 719.
a) Theodebert da
Baviera (685 - 719) - THEODEBERT 718 – 724 [?] - Theodebert (Agilofing) von
Bayern, duque em Salzburg, ca. 702-719, Filho do
acima Teodoro V da Baviera e Regintrude da Austrasia? Foi pai com Imma da Alemanha de
Suanaquilda da Baviera. (Suanaquilda
agilofing, capturada e constrangida,
depois do novo avanço militar franco
agora carolíngio sobre a Baviera e a morte de seu tio Grimoaldo em 725, a casar com Carlos Martel.
b) Theobald ou
Theodoald, c.711-719, filho de Theodo II
ou V, duque de partes da Baviera. THEODOALD 718. Envolvido em guerra civil.
c) Tassilão II, r. 716-719. Filho de Teodão II ou V, duque da
Baviera em Passau. Envovido em guerra civil.
d) - Grimoald ou Grinwald ou Garibaldo
[III] (r. 716 - 725). Filho de Theodo II ou V, governou toda a Baviera de
c.715 até sua morte em batalha. Reinou
em Freising, de c. 719 a 725.
Posteriormente a morte dos irmãos governou sozinho toda a Baviera.
[GRIMOALD 718-728? erro] foi casado com Biltrude (Pilitrud), viúva de seu irmão – todos os irmãos em luta civil
falecidos ou mortos em 719. O papa Gregório
II em 724 enviou um bispo franco, Corbiniano, para evangelizar a
Bavária. Mas este casamento do próprio Grimoaldo com sua cunhada foi censurado
por este religioso, enviado para o exílio. No ano seguinte (725), o chefe franco Carlos Martel interviu e marchou
contra a Baviera - levou Biltrude e Swanachild, a filha capturada de Teodbert, matando o ultimo irmão Grimoald em
batalha.
- Hugobert ou
Hugbert - duque da Baviera entre 725-737 - HUGOBERT 724- 739, filho de
Theodbert
- Odilo, duque
da Baviera (r.737 ou 739 - 748), filho de Gotfried de Allemania, membro
de ramo colateral alemão agilofing. Neto de Teodo II ou V que havia casado com a franca Regintrude
of Austrasia, filha do rei franco Dagobert
I e Regintrude - uma filha sua casada com Godefroy, Duke da Alamannia.
- Griffon
( n. depois de 725 - f. 748? filho de Carlos Martel e da bávara Suanaquilda – tido
pelos seus como usurpador.
Grifo é preso pelos filhos de Carlos Magno
que não queriam dividir o poder com ele, enquanto a sua mãe é relegada para o mosteiro
de Chelles (Settipani, 1993, p. 173 et 177).
- Tassilo III (748-788), filho de Odilo da Baviera, acima. Em 788 é deposto por Carlos Magno que exerce
violência sobre seus apoiadores bávaros. Presente em 794 no conselho de Frankfurt, Carlos Magno o faz renunciar
definitivamente a todo o poder. A Baviera, anexada ao reino dos francos é
colocada diretamente sob a autoridade real franca.
Theodo e Teodeberto, filhos de Tassilo III
que foram obrigados a manterem-se em mosteiro.
Futuramente pretendemos
apresentar em outro trabalho sobre os Bávaros uma lista mais completa - com mais
fontes e detalhes sobre atuação destes duques bávaros - lista que já temos
mesmo rascunhada.
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